Publicidade
Publicidade
31/08/2006
-
09h32
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, a ser divulgado hoje pelo IBGE, mostrará o efeito negativo da valorização do real sobre o nível de atividade da economia, dizem especialistas ouvidos pela Folha. As previsões apontam um crescimento de 0,6% a 1% na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, quando o desempenho foi melhor (1,4%).
Cecília Hoff, economista do Grupo de Conjuntura da UFRJ, disse que a instituição "havia subestimado o papel do câmbio", o que fez a instituição rever sua projeção para o crescimento deste ano de 3,8% para 3,6%. Para o segundo trimestre, o Grupo de Conjuntura prevê uma expansão de 0,8% em relação ao primeiro trimestre e de 2,3% ante igual período de 2005.
Segundo Hoff, a apreciação do real afetou a produção destinada às exportações e diminuiu o efeito de fatores positivos como o reajuste real do salário mínimo, a queda dos juros e expansão do rendimento.
Para Sérgio Vale, economista da MB Associados, setores como madeira, vestuário, calçados, móveis e alimentos perdem espaço no mercado externo por causa do câmbio, o que ficará nítido nos números do PIB industrial no segundo trimestre e terá impacto no resto do ano. "A sinalização para o segundo semestre é ruim. Devemos revisar nossa projeção crescimento de 3,5% neste ano para baixo, algo próximo a 3%."
Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments, diz que fatores pontuais como a greve na Receita Federal, a Copa do Mundo e paralisação de plataformas de petróleo prejudicaram o desempenho da indústria. Segundo ela, o setor foi o principal responsável pela desaceleração do PIB, com crescimento estimado de apenas 0,2% na comparação com o primeiro trimestre (alta de 1,7%).
A Mellon projeta uma expansão do PIB de 0,6% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2005, prevê alta de 1,7%.
Já Giovanna Rocca, economista do Unibanco, diz que as exportações líquidas (descontadas as importações) terão impacto negativo no PIB do segundo trimestre, mas em razão da desaceleração da economia mundial. O Unibanco estima expansão de 0,6% do PIB do 1º para o 2º trimestre.
O câmbio, porém, não é a única causa da desaceleração do PIB. Para o economista Jason Vieira, da consultoria Uptrend, o consumo interno sofreu um desaquecimento no segundo trimestre por conta do alto endividamento das famílias. "Muita gente está pagando os empréstimos consignados." A Uptrend prevê crescimento de 0,7% do PIB no segundo trimestre sobre o primeiro.
Especial
Enquete: O PIB vai crescer 4% neste ano como diz o governo?
Leia o que já foi publicado sobre o PIB brasileiro
Câmbio afeta a economia no segundo trimestre
Publicidade
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
O PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre, a ser divulgado hoje pelo IBGE, mostrará o efeito negativo da valorização do real sobre o nível de atividade da economia, dizem especialistas ouvidos pela Folha. As previsões apontam um crescimento de 0,6% a 1% na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre, quando o desempenho foi melhor (1,4%).
Cecília Hoff, economista do Grupo de Conjuntura da UFRJ, disse que a instituição "havia subestimado o papel do câmbio", o que fez a instituição rever sua projeção para o crescimento deste ano de 3,8% para 3,6%. Para o segundo trimestre, o Grupo de Conjuntura prevê uma expansão de 0,8% em relação ao primeiro trimestre e de 2,3% ante igual período de 2005.
Segundo Hoff, a apreciação do real afetou a produção destinada às exportações e diminuiu o efeito de fatores positivos como o reajuste real do salário mínimo, a queda dos juros e expansão do rendimento.
Para Sérgio Vale, economista da MB Associados, setores como madeira, vestuário, calçados, móveis e alimentos perdem espaço no mercado externo por causa do câmbio, o que ficará nítido nos números do PIB industrial no segundo trimestre e terá impacto no resto do ano. "A sinalização para o segundo semestre é ruim. Devemos revisar nossa projeção crescimento de 3,5% neste ano para baixo, algo próximo a 3%."
Solange Srour, economista-chefe da Mellon Global Investments, diz que fatores pontuais como a greve na Receita Federal, a Copa do Mundo e paralisação de plataformas de petróleo prejudicaram o desempenho da indústria. Segundo ela, o setor foi o principal responsável pela desaceleração do PIB, com crescimento estimado de apenas 0,2% na comparação com o primeiro trimestre (alta de 1,7%).
A Mellon projeta uma expansão do PIB de 0,6% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre. Em relação ao segundo trimestre de 2005, prevê alta de 1,7%.
Já Giovanna Rocca, economista do Unibanco, diz que as exportações líquidas (descontadas as importações) terão impacto negativo no PIB do segundo trimestre, mas em razão da desaceleração da economia mundial. O Unibanco estima expansão de 0,6% do PIB do 1º para o 2º trimestre.
O câmbio, porém, não é a única causa da desaceleração do PIB. Para o economista Jason Vieira, da consultoria Uptrend, o consumo interno sofreu um desaquecimento no segundo trimestre por conta do alto endividamento das famílias. "Muita gente está pagando os empréstimos consignados." A Uptrend prevê crescimento de 0,7% do PIB no segundo trimestre sobre o primeiro.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice