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22/09/2006
-
09h32
BRUNO LIMA
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
Megainvestidores internacionais voltaram os olhos para o setor energético argentino, que, nos últimos anos, recebeu poucos investimentos.
O segundo homem mais rico do mundo, o americano Warren Buffett, 76, e o húngaro George Soros, 76, têm na mira negócios na área.
Buffett busca investir em concessionárias de serviços públicos em países emergentes. Na Argentina, está interessado no potencial (e na necessidade) de expansão do setor elétrico --que receberá grande apoio do governo, que quer escapar a todo custo da crise energética.
Soros, que, pouco antes do ápice da crise econômica que levou a Argentina ao "default" em 2001, vendeu todos os ativos que tinha no país, deve investir em uma fábrica de biocombustíveis, segundo o governo argentino. A fábrica deve usar o milho que o próprio Soros produz na Argentina como matéria-prima.
O investimento, segundo o governo argentino, seria de cerca de US$ 300 milhões, podendo chegar a US$ 500 milhões. Esse é considerado o verdadeiro retorno do magnata ao país.
Em 2003, Soros investiu US$ 14 milhões em um grupo de telecomunicações no país. No ano passado, ele tornou-se sócio de uma companhia agropecuária, investindo em gado, leite, soja e milho.
O presidente Néstor Kirchner, que está em Nova York para atrair investimentos para a Argentina, encontrou empresários do Conselho das Américas e, anteontem, falou a uma platéia de investidores, executivos e analistas da Goldman Sachs, Exxon, Merrill Lynch, Barrick Gold, Standard & Poor's, Deutsche Bank e Fitch, entre outros.
Ontem, a Occidental Petroleum confirmou que duplicará seus negócios na Argentina nos próximos cinco anos.
Sem investimento
O governo Kirchner já ameaça as concessionárias petroleiras do país que não têm feito investimentos nas áreas cedidas para explorar petróleo e gás -há 18 concessões à prova.
Uma permissão foi cassada e houve uma devolução de área. O plano é recuperar os ativos tidos como subexplorados para depois encontrar novos interessados.
A Argentina enfrenta um cenário de escassez de diesel nos postos de gasolina de diferentes regiões e de eventual falta de energia elétrica no verão.
O governo argentino anunciou no mês passado a retomada dos investimentos públicos e privados para aumentar a geração de energia nuclear, mas os resultados disso só devem ser sentidos em 2009 ou 2010.
Consumo sobe
Segundo a Fundelec (Fundação para o Desenvolvimento Elétrico), entidade sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor elétrico no país, desde 2000 aumentou 27,7% o consumo de energia no país --sem que fosse realizado nenhum grande investimento nem a instalação de nenhuma nova usina.
Para a entidade, que ainda não usa o termo crise, "hoje a Argentina se aproxima de seu limite de capacidade".
Em 2005, um relatório da Fundelec previu que a Argentina viveria um quadro de "incerteza" energética em 2007, caso não houvesse investimentos.
De acordo com dados da entidade, do que é gerado no país, 51% da energia é térmica, 42%, hidrelétrica, e 7%, nuclear.
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Megainvestidores estrangeiros apostam em energia na Argentina
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da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
Megainvestidores internacionais voltaram os olhos para o setor energético argentino, que, nos últimos anos, recebeu poucos investimentos.
O segundo homem mais rico do mundo, o americano Warren Buffett, 76, e o húngaro George Soros, 76, têm na mira negócios na área.
Buffett busca investir em concessionárias de serviços públicos em países emergentes. Na Argentina, está interessado no potencial (e na necessidade) de expansão do setor elétrico --que receberá grande apoio do governo, que quer escapar a todo custo da crise energética.
Soros, que, pouco antes do ápice da crise econômica que levou a Argentina ao "default" em 2001, vendeu todos os ativos que tinha no país, deve investir em uma fábrica de biocombustíveis, segundo o governo argentino. A fábrica deve usar o milho que o próprio Soros produz na Argentina como matéria-prima.
O investimento, segundo o governo argentino, seria de cerca de US$ 300 milhões, podendo chegar a US$ 500 milhões. Esse é considerado o verdadeiro retorno do magnata ao país.
Em 2003, Soros investiu US$ 14 milhões em um grupo de telecomunicações no país. No ano passado, ele tornou-se sócio de uma companhia agropecuária, investindo em gado, leite, soja e milho.
O presidente Néstor Kirchner, que está em Nova York para atrair investimentos para a Argentina, encontrou empresários do Conselho das Américas e, anteontem, falou a uma platéia de investidores, executivos e analistas da Goldman Sachs, Exxon, Merrill Lynch, Barrick Gold, Standard & Poor's, Deutsche Bank e Fitch, entre outros.
Ontem, a Occidental Petroleum confirmou que duplicará seus negócios na Argentina nos próximos cinco anos.
Sem investimento
O governo Kirchner já ameaça as concessionárias petroleiras do país que não têm feito investimentos nas áreas cedidas para explorar petróleo e gás -há 18 concessões à prova.
Uma permissão foi cassada e houve uma devolução de área. O plano é recuperar os ativos tidos como subexplorados para depois encontrar novos interessados.
A Argentina enfrenta um cenário de escassez de diesel nos postos de gasolina de diferentes regiões e de eventual falta de energia elétrica no verão.
O governo argentino anunciou no mês passado a retomada dos investimentos públicos e privados para aumentar a geração de energia nuclear, mas os resultados disso só devem ser sentidos em 2009 ou 2010.
Consumo sobe
Segundo a Fundelec (Fundação para o Desenvolvimento Elétrico), entidade sem fins lucrativos que reúne profissionais do setor elétrico no país, desde 2000 aumentou 27,7% o consumo de energia no país --sem que fosse realizado nenhum grande investimento nem a instalação de nenhuma nova usina.
Para a entidade, que ainda não usa o termo crise, "hoje a Argentina se aproxima de seu limite de capacidade".
Em 2005, um relatório da Fundelec previu que a Argentina viveria um quadro de "incerteza" energética em 2007, caso não houvesse investimentos.
De acordo com dados da entidade, do que é gerado no país, 51% da energia é térmica, 42%, hidrelétrica, e 7%, nuclear.
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