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22/09/2006 - 17h54

Bovespa cai 3,72% na semana com dossiê e temor de desaquecimento nos EUA

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DENYSE GODOY
da Folha Online

A Bovespa fechou hoje em baixa de 0,09%, aos 34.798 pontos, com giro de R$ 2,047 bilhões, acumulando perdas de 3,72% na semana.

Pela manhã, a Bolsa brasileira chegou a cair até os 34.396 pontos, mas algumas ações, com preços atraentes depois de três dias de pessimismo no mercado, começam a atrair os investidores, daí a diminuição do ritmo de queda.

O dólar comercial --que chegou à máxima de R$ 2,228-- ficou estável, vendido a R$ 2,21, enquanto o risco-país teve elevação de 2,04%, aos 249 pontos.

"Foram dois os fatores que afetaram o humor do mercado nesta semana: a preocupação com o desaquecimento da economia mundial e a crise política interna", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.

Pelos temores de desaceleração nos Estados Unidos, o clima no exterior também está negativo.

As principais Bolsas asiáticas fecharam em queda nesta sexta-feira, bem como as européias. A Bolsa de Nova York recuou 0,22%, aos 11.508,10 pontos, e a Nasdaq (que reúne ações de empresas de tecnologia) caiu 0,84%, para 2.218,93 pontos.

Ontem, o Fed da Filadélfia, uma das 12 divisões do Federal Reserve (banco central americano), informou que o índice de atividade econômica da região ficou em -0,4 ponto neste mês --primeira leitura abaixo de zero desde abril de 2003, e muito longe dos 14,8 pontos que os economistas esperavam.

"Acho que vai haver uma freada global, sim, mas não prevejo nenhum caos", diz Bandeira.

A instabilidade em outros países emergentes, como a Tailândia, que sofreu um golpe de Estado no início da semana, também aumentaram a aversão pelo risco dos grandes investidores em relação a esses mercados.

Para o desconforto no mercado financeiro contribuiu muito o escândalo da compra de um dossiê contra os tucanos José Serra --candidato ao governo do Estado de São Paulo-- e Geraldo Alckmin --candidato à Presidência-- por integrantes do PT.

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à rádio CBN, qualificou o episódio como "insanidade", "loucura" e que raiou a "imbecilidade".

"Estão todos atentos ao desdobramento do caso, em como isso vai afetar a governabilidade. O próximo governo vai precisar fazer reformas, conter gastos, e isso só se consegue com um Legislativo razoavelmente unido", frisa Bandeira.

Estratégia

Guilherme Marins, analista de investimentos da corretora Ativa, recomenda aos pequenos investidores que aplicam na Bovespa que esperem o cenário clarear um pouco antes de mexer em suas posições. "Por enquanto, a Bolsa está sem rumo. Não é uma boa idéia correr para se desfazer de papéis agora, porque se estaria vendendo na baixa", explica.

Para os que acham que os preços das ações estão atraentes, o conselho também é aguardar. "É melhor pagar um pouquinho mais caro com um panorama definido do que se arriscar em um quadro tão turbulento", diz Marins. Segundo ele, a expectativa é que, as eleições transcorrendo tranqüilamente, o mercado acionário melhore.

Bandeira diz acreditar que já na próxima semana o nervosismo deve diminuir. "Estou bastante tranqüilo. Acho que os fundamentos da economia do país são bons, as ações também, talvez seja um bom momento para comprar papéis de empresas reconhecidamente sólidas", afirma.

Economia brasileira

Os investidores também se inquietam com a perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira --o governo espera que o PIB (Produto Interno Bruto avance 4% neste ano, mas os economistas esperam pouco mais de 3%. Em um contexto de retração em todo o planeta desencadeado por uma recessão nos EUA, essa taxa seria ainda menor.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15) desacelerou de 0,19% em agosto para 0,05% em setembro. Assim, aumentam as apostas de que, na sua próxima reunião, em outubro, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduza a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 13,75%.

"As pressões inflacionárias tanto para este ano quanto para 2007 --que são o foco da autoridade monetária-- estão muito baixas. Assim, acredito que o Copom pode ser mais agressivo e continuar cortando os juros", afirma Arthur Carvalho Filho, economista-chefe da corretora Ativa.

Paralelo e turismo

O dólar paralelo avançou 0,85%, a R$ 2,35, e o turismo teve elevação de 0,86%, a R$ 2,32.

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