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02/10/2006 - 12h29

Ações da Gol caem após acidente, mas mercado aposta na empresa

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da Folha Online

O mercado acredita que haverá dano à imagem da Gol apenas no curto prazo devido à queda do avião que fazia o vôo 1907 na última sexta-feira e mantém a recomendação de compra das ações da companhia aérea --ou seja, aposta na valorização desses papéis.

Às 12h21, as ações preferenciais da Gol tinham desvalorização de 1,25% na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), para R$ 74,06. Bancos como o Itaú e o Unibanco ainda recomendam a compra das ações apesar do acidente e da valorização dos papéis de 122% acumulada nos últimos 12 meses.

Analistas de mercado lembraram que quando o Fokker-100 da TAM sofreu o acidente que matou 99 pessoas em 1996, as ações da empresa chegaram a cair 22% em um único dia.

Agora, acreditam os analistas, os passageiros poderão ficar inicialmente assustados no curto prazo, mas deverão continuar a voar com a Gol por dois motivos: 1) a empresa aparentemente não teve culpa no acidente; 2) TAM --que também já esteve envolvida em acidentes-- e Gol dominam cerca de 90% do mercado doméstico e outras empresas não têm como oferecer opções ao passageiro.

Sobre a responsabilidade da Gol no acidente, analistas apontam que a empresa tem a frota mais moderna do país e utilizava um avião considerado um dos mais modernos do mercado, o Boeing 737-800, que goza de uma reputação muito melhor que a dos Fokker-100 que a TAM ainda utiliza e que sofreu o acidente de 1996.

Além disso, tratava-se de uma aeronave nova, com 200 horas de vôo, e o piloto Décio Chaves Júnior, 44, que comandava o vôo 1907, ingressou na carreira em 1980, tem 15 mil horas de vôo e mais de 4 mil horas de experiência com o Boeing 737, o que reduz as possibilidades de falhas.

"O pior cenário para a Gol seria a constatação de que houve falha humana de seu piloto. As pessoas achariam nesse caso que a empresa não é confiável", afirmou analista de um banco que não quis se identificar. "Mas ao que tudo indica até agora tanto a aeronave da Gol quanto o piloto não foram os culpados."

Analistas também afirmam que, mesmo temeroso, o passageiro em muitos casos não terá outra opção para voar e evitar a Gol. A empresa e a TAM trabalham com excelente capacidade de ocupação, possuem a maior fatia de mercado e não têm concorrentes com estrutura para ocupar seus espaços neste momento.

Além disso, a Gol tem capacidade financeira para realizar promoções e rapidamente recuperar a confiança dos clientes.

Para a Embraer, que fabricou o Legacy que colidiu com o Boeing, só deverá haver impacto no mercado se o laudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostrar que houve falha na aeronave da fabricante brasileira --o documento deve sair em até 90 dias. Hoje as ações ordinárias da Embraer tem leve alta de 0,23% para R$ 21,35, o que indica que o mercado não aposta nessa possibilidade.

A TAM, por sua vez, pode perder passageiros apenas se ficar comprovado que houve falha no trabalho de monitoração do espaço aéreo brasileiro. Nesse caso, poderia aumentar o medo dos passageiros de voar e todo o setor perderia passageiros. Às 12h21, as ações preferenciais da TAM avançavam 0,43%, para R$ 69,10.

Indenizações

Analistas também afirmam que os custos financeiros para a Gol com o acidente serão bastante reduzidos. O custo da aeronave e a indenização básica de R$ 14 mil por passageiro serão pagos por empresa seguradora.

Mesmo que a Gol seja obrigada a propor um acordo para famílias de passageiros para evitar ações judiciais, os valores dessas indenizações não seriam representativos em relação à disponibilidade de caixa da empresa.

"O maior impacto, se houver, será da imagem. A empresa continua a ser uma das melhores do mercado", afirmou uma analista.
 

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