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04/10/2006 - 18h32

Brasil está entre os piores em ranking de corrupção no comércio internacional

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da Folha Online

Entre os 30 países que são líderes globais em exportações, o Brasil está no grupo daqueles cujas empresas são propensas a utilizar subornos em transações comerciais para obter vantagens. É o que mostra um estudo da ONG Transparência Internacional divulgado hoje.

A pesquisa foi feita com mais de 11 mil pessoas ligadas ao mundo dos negócios em 125 países. As nações analisadas receberam notas de 0 a 10 --o menor valor indica corrupção evidente enquanto o maior valor significa percepção de corrupção zero.

No topo do ranking, ficou a Suíça, com nota 7,81. Em segundo lugar ficou a Suécia, com nota 7,62; o terceiro posto é da Austrália, com 7,59 pontos.

A Índia tem a maior percepção de corrupção --no trigésimo lugar, o país recebeu nota 4,62. Em penúltimo aparece a China, com 4,94 pontos, e, em antepenúltimo está a Rússia, com 5,16.

O Brasil ficou em 23º lugar, com 5,65 pontos.

"O suborno internacional por parte das empresas com sede nos grandes exportadores mundiais continua sendo comum, apesar da existência de leis internacionais contra essa prática", diz a Transparência Internacional sobre o relatório Índice de Fontes de Suborno 2006. "As companhias dos países mais ricos em geral estão classificadas na primeira metade do índice, mas continuam rotineiramente oferecendo subornos, especialmente nos países com economia em desenvolvimento. As empresas das três maiores potências exportadoras emergentes --Índia, China e Rússia-- ocupam os lugares mais baixos."

A ONG diz que, embora haja diferenças nas pontuações, não há ganhadores. Porque mesmo os países melhor colocados precisam melhorar.

"As companhias que subornam minam decisivamente os melhores esforços dos governos dos países em desenvolvimento por melhorar a governabilidade e, desse modo, perpetuam o ciclo vicioso da pobreza", afirmou Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional.

De acordo com o estudo, os países africanos, por exemplo, identificaram empresas francesas e italianas como algumas das maiores infratoras.

"É hipocrisia que as companhias de países que fazem parte da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) continuem praticando o suborno ao redor do mundo, enquanto seus governos se esforçam na retórica para defender as leis. O ranking indica que eles não estão fazendo o suficiente para acabar com o suborno internacional", disse David Nussbaum, diretor da ONG.

A Transparência Internacional faz uma série de recomendações para melhorar a situação de corrupção no comércio entre os países.

Uma delas é que China, Índia e Rússia voluntariamente adotem as determinações da Convenção Anti-Suborno da OCDE. Além disso, para a ONG, os bancos multilaterais de desenvolvimento deveriam negar financiamentos às companhias sobre as quais se prove que tenham cometido suborno internacional.

Por sua vez, as empresas deveriam realizar auditorias quando forem estabelecer parcerias ou fazer aquisições e adotar ou reforçar, quando for o caso, as suas práticas internas anti-suborno, incluindo subsidiárias e filiais. A Transparência Internacional sugere, ainda, que os países em desenvolvimento processem as companhias estrangeiras que tenham cometido suborno no seu território.

Confira o ranking completo sobre corrupção em negociações comerciais, com os países e suas respectivas notas:

1 - Suíça - 7,81
2 - Suécia - 7,62
3 - Austrália - 7,59
4 - Áustria - 7,50
5 - Canadá - 7,46
6 - Reino Unido - 7,39
7 - Alemanha - 7,34
8 - Países Baixos - 7,28
9 - Bélgica - 7,22
10 - Estados Unidos - 7,22
11 - Japão - 7,10
12 - Cingapura - 6,78
13 - Espanha - 6,63
14 - Emirados Árabes Unidos - 6,62
15 - França - 6,50
16 - Portugal - 6,47
17 - México - 6,45
18 - Hong Kong - 6,01
19 - Israel - 6,01
20 - Itália - 5,94
21 - Coréia do Sul - 5,83
22 - Arábia Saudita - 5,75
23 - Brasil - 5,65
24 - África do Sul - 5,61
25 - Malásia - 5,59
26 - Taiwan - 5,41
27 - Turquia - 5,23
28 - Rússia - 5,16
29 - China - 4,94
30 - Índia - 4,62

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Transparência Internacional
  • Leia o que já foi publicado sobre a OCDE
  •  

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