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08/10/2006 - 09h31

Fiesp prepara "guerrilha" no Congresso

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FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) montou uma estratégia de guerrilha para acompanhar a tramitação, no Congresso, de projetos de interesse do setor empresarial.

Terminadas as eleições legislativas, várias entidades empresariais também já se mobilizam nesse sentido. A intenção é aproveitar os primeiros seis meses do próximo governo (seja ele qual for) para forçar a aprovação de matérias que desonerem o setor produtivo.
No final da tarde de quinta-feira, em uma sala escura com projeções de mapas com os resultados das urnas, a Fiesp realizou a primeira reunião do recém-criado Comitê de Assuntos Legislativos e Políticos.

Um grupo de dez empresários acompanhou minuciosamente a divisão das novas bancadas no Congresso e definiu projetos prioritários.

Na mesma reunião, a Fiesp finalizou o lançamento de um portal na internet que disponibilizará aos seus 132 sindicatos (150 mil indústrias) informações on-line sobre projetos em tramitação na Câmara. Pelo sistema, o empresário pode se cadastrar e receber, via e-mail, notícias sobre o andamento de um projeto de seu interesse.

Com a ajuda do escritório da entidade em Brasília, os empresários poderão fazer contato direto com os congressistas envolvidos na tramitação. O sistema já está monitorando o encaminhamento de 2.329 projetos na Câmara e no Senado.

"Não queremos mais chorar leite derramado ou bomba já estourada. Vamos fazer uma guerra para levar à frente nossa obsessão com o crescimento econômico", afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp, que coordenou a primeira reunião do comitê na quinta-feira --acompanhada pela Folha.

Nesse sentido, a Fiesp também acaba de decidir que abrirá ao público em geral, com o acesso via internet, todas as imagens e discussões de suas reuniões semanais de diretoria, realizadas às segundas-feiras e que tratam de assuntos públicos ou de interesse da entidade.

Nos últimos meses, vários projetos aprovados ou em fase final no Congresso saíram da Fiesp ou tiveram forte contribuição da entidade. Entre eles, a Lei Geral da Pequena e Média Empresa, a chamada "MP do Bem", que aperfeiçoou o Simples e uma série de desonerações de tributos.

Na prática, a Fiesp criou, nos últimos meses, uma espécie de "ministério sombra" suprapartidário para elaborar projetos e sugestões para o governo, com cobranças pontuais sobre as comissões parlamentares envolvidas em cada um deles.

O mais recente, o Conselho Superior do Agronegócio, será coordenado por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do governo Lula. O Conselho de Assuntos Jurídicos tem como titular o ex-ministro do STF Sydney Sanches; o de Economia, o ex-ministro Antonio Delfim Netto; e o de Responsabilidade Social, o ex-ministro de FHC Paulo Renato (Educação), entre outros.

No total, entre diretorias, conselhos e comitês, a Fiesp reuniu 3.000 colaboradores não-remunerados que ajudam a formular essas políticas.

Outras entidades
Outras entidades empresariais, como a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), também estão fechando pautas e estudos para cobrar ou subsidiar o Congresso e o governo a partir de 2007.

"A articulação já começa com o desenho do novo Congresso", afirma Armando Monteiro Neto, recém-reeleito presidente da CNI e deputado federal pelo PTB-PE.

"Esperamos que o Congresso seja mais propositivo e menos passivo em relação ao Executivo e que esteja particularmente preocupado com reformas como a tributária e a previdenciária", afirma Newton de Mello, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Outras federações de indústrias, como a Fiep, do Paraná, finalizaram suas pautas e já encaminharam as demandas aos candidatos à Presidência e ao Congresso.

O principal é perseguir políticas "pró-crescimento" e um viés "menos financeiro" no governo, que deveria contemplar uma ampliação do CMN (Conselho Monetário Nacional), hoje dominado na prática pela Fazenda e pelo Banco Central.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Fiesp
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