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13/10/2006
-
09h03
ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo
O Nordeste vem "turbinando" as vendas de computadores populares, telefones celulares, eletrodomésticos e materiais de construção no país em 2006.
Por causa do aumento na demanda desses itens --no rastro do programa Bolsa Família na região--, as vendas reais do comércio nos Estados nordestinos vão crescer 9,8% neste ano.
Será mais do que o dobro da média nacional, de 4,5%. Na região Norte, a expansão estimada é de 11,2%, segundo cálculos do primeiro relatório "Comportamento Futuro do Varejo" da consultoria Gouvêa de Souza & MD.
Segundo estimativa de Marcos Gouvêa, sócio-diretor da consultoria, o comércio do Nordeste e do Norte do país, somados, representa entre 15% e 20% do varejo brasileiro.
O estudo indica velocidades de crescimento para o setor completamente díspares no Brasil. Para ter uma idéia do tamanho da "lacuna estatística", na região Sul a previsão é de pífio 0,8% de alta no desempenho do comércio local.
O Sudeste deve crescer 4,1%, ou seja, um pouco abaixo da média nacional. A importância desse dado é que ele ajuda a traçar o nível de consumo da população brasileira. Venda real é a multiplicação da quantidade de itens comprados pelo preço pago por produto.
Para chegar a essas previsões, a área econômica da consultoria utiliza os dados nacionais da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A empresa cruza esses dados com estimativas de quanto a variação de um indicador econômico (renda, emprego) pode afetar o desempenho do varejo local. Exemplo: o aumento de um ponto percentual no desemprego faz cair em 0,7 ponto a venda do varejo no país.
Itens específicos
De acordo com dados do IBGE, essa expansão do varejo no Norte e no Nordeste tem se concentrado em produtos específicos, mas se alastrou por vários segmentos.
Equipamentos de informática (computador, impressoras) e de comunicação (telefonia) tiveram alta de 78% na receita nominal até julho no Ceará, 96% em Pernambuco e 30% na Bahia. Já em São Paulo, a alta foi de 12%.
No caso dos materiais de construção, a expansão do comércio nesses três Estados do Nordeste variou de 10% a 12%. Em São Paulo, a expansão foi mais magra, de 8,6%, e em Santa Catarina, de 16%. O programa do governo de redução de impostos sobre os produtos do setor, de abrangência nacional e não focada em região, pode ter impulsionado as vendas.
O IBGE analisa apenas o desempenho em 12 Estados brasileiros. Por isso, os dados são limitados.
Em janeiro de 2006, a Folha antecipou um movimento esperado de desempenhos regionais desiguais --e um dos grandes impulsionadores disso, como os analistas previam, foi o Bolsa Família, programa social desenvolvido nos anos FHC e que ganhou corpo no governo do PT, notadamente neste ano.
Nele, o governo dá às famílias do Norte e do Nordeste de R$ 15 a R$ 95 por mês, segundo o grau de pobreza e o número de filhos. Cerca de 11,5 milhões de famílias recebem o dinheiro. Serão gastos R$ 8,5 bilhões com o programa em 2006.
"A transferência de renda para essas regiões alavancou as vendas do comércio. A demanda reprimida por alguns itens foi beneficiada com isso", diz Maurício Moura, economista da Gouvêa de Souza & MD.
Segundo ele, no primeiro trimestre de 2007 essa expansão continuará concentrada no Norte do país, e, depois disso, será a condução da política pública do governo que determinará o desempenho.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a consultoria Gouvêa de Souza & MD
Comércio no Nordeste cresce o dobro do país
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da Folha de S.Paulo
O Nordeste vem "turbinando" as vendas de computadores populares, telefones celulares, eletrodomésticos e materiais de construção no país em 2006.
Por causa do aumento na demanda desses itens --no rastro do programa Bolsa Família na região--, as vendas reais do comércio nos Estados nordestinos vão crescer 9,8% neste ano.
Será mais do que o dobro da média nacional, de 4,5%. Na região Norte, a expansão estimada é de 11,2%, segundo cálculos do primeiro relatório "Comportamento Futuro do Varejo" da consultoria Gouvêa de Souza & MD.
Segundo estimativa de Marcos Gouvêa, sócio-diretor da consultoria, o comércio do Nordeste e do Norte do país, somados, representa entre 15% e 20% do varejo brasileiro.
O estudo indica velocidades de crescimento para o setor completamente díspares no Brasil. Para ter uma idéia do tamanho da "lacuna estatística", na região Sul a previsão é de pífio 0,8% de alta no desempenho do comércio local.
O Sudeste deve crescer 4,1%, ou seja, um pouco abaixo da média nacional. A importância desse dado é que ele ajuda a traçar o nível de consumo da população brasileira. Venda real é a multiplicação da quantidade de itens comprados pelo preço pago por produto.
Para chegar a essas previsões, a área econômica da consultoria utiliza os dados nacionais da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A empresa cruza esses dados com estimativas de quanto a variação de um indicador econômico (renda, emprego) pode afetar o desempenho do varejo local. Exemplo: o aumento de um ponto percentual no desemprego faz cair em 0,7 ponto a venda do varejo no país.
Itens específicos
De acordo com dados do IBGE, essa expansão do varejo no Norte e no Nordeste tem se concentrado em produtos específicos, mas se alastrou por vários segmentos.
Equipamentos de informática (computador, impressoras) e de comunicação (telefonia) tiveram alta de 78% na receita nominal até julho no Ceará, 96% em Pernambuco e 30% na Bahia. Já em São Paulo, a alta foi de 12%.
No caso dos materiais de construção, a expansão do comércio nesses três Estados do Nordeste variou de 10% a 12%. Em São Paulo, a expansão foi mais magra, de 8,6%, e em Santa Catarina, de 16%. O programa do governo de redução de impostos sobre os produtos do setor, de abrangência nacional e não focada em região, pode ter impulsionado as vendas.
O IBGE analisa apenas o desempenho em 12 Estados brasileiros. Por isso, os dados são limitados.
Em janeiro de 2006, a Folha antecipou um movimento esperado de desempenhos regionais desiguais --e um dos grandes impulsionadores disso, como os analistas previam, foi o Bolsa Família, programa social desenvolvido nos anos FHC e que ganhou corpo no governo do PT, notadamente neste ano.
Nele, o governo dá às famílias do Norte e do Nordeste de R$ 15 a R$ 95 por mês, segundo o grau de pobreza e o número de filhos. Cerca de 11,5 milhões de famílias recebem o dinheiro. Serão gastos R$ 8,5 bilhões com o programa em 2006.
"A transferência de renda para essas regiões alavancou as vendas do comércio. A demanda reprimida por alguns itens foi beneficiada com isso", diz Maurício Moura, economista da Gouvêa de Souza & MD.
Segundo ele, no primeiro trimestre de 2007 essa expansão continuará concentrada no Norte do país, e, depois disso, será a condução da política pública do governo que determinará o desempenho.
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