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21/10/2006 - 09h25

Polícia prende mais de 30 acusados de clonar cartões

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KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

A Polícia Federal prendeu ontem 36 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha de clonagem de cartões bancários e fraudes pela internet que aplicou golpes em todo o país e pode ter causados prejuízos de mais de R$ 80 milhões, desde 2004.

Quase todas as prisões aconteceram no Ceará --só três delas no Rio Grande do Norte. A PF ainda cumpria, no final da tarde de ontem, mandados de prisão de mais 13 pessoas, que não tinham sido encontradas.

Na operação, chamada de Ciclone, ainda foi possível apreender um equipamento criado pela quadrilha para esvaziar caixas eletrônicos só com um toque de controle remoto. O aparelho, apelidado de "disparador de cédulas", era implantado em um caixa eletrônico possivelmente com a conivência de algum funcionário. Ao simular um saque normal, os integrantes da quadrilha só clicavam em um controle remoto, que acionava o equipamento.

O aparelho encontrado era feito sob medida para os caixas do Banco do Brasil. A Polícia Federal suspeita de que a máquina possa ter sido usada no sumiço de R$ 89 mil de um caixa eletrônico em São Paulo.

A base da quadrilha eram os municípios de Crateús e Novo Oriente, na divisa do Ceará com o Piauí. O líder do grupo que foi preso é José Gleidson Falcão, segundo a PF. Participaram da operação 250 policiais federais, de oito Estados.

Além das prisões, também houve apreensões de diversos cartões, documentos falsos e computadores. Entre os presos, estão um major e um capitão do Corpo de Bombeiros do Ceará, que atuavam como "hackers" e também tinham envolvimento com tráfico de drogas, segundo o delegado Alessandro Vieira, da PF de Brasília, que coordenou a ação.

Ingenuidade

As fraudes pela internet, segundo o superintendente da PF do Ceará, Manuel Trajano Dualibe, só são possíveis pela "ingenuidade" de algumas pessoas que abrem e-mails desconhecidos e que são infectados com vírus, que depois permitem aos "hackers" descobrir senhas.

A clonagem de cartões acontece por meio de aparelhos, chamados de "chupa-cabras", implantados também nos caixas eletrônicos, que captam os dados do cartão magnético do correntista que acessa o terminal. Ao clonar um cartão, os envolvidos seguiam a cidades vizinhas para fazer saques e outras operações, como empréstimos e financiamentos, além de clonar mais cartões.

A quadrilha tinha empresas de fachada para a lavagem do dinheiro, e ao menos 14 dos presos também tinham envolvimento com o tráfico de drogas. Com as empresas fantasmas, os acusados também conseguiam empréstimos bancários, limites de cheque especial, e até participavam de licitações. Uma funcionária terceirizada da Prefeitura de Fortaleza também foi presa, acusada de fornecer informações privilegiadas à quadrilha sobre processos licitatórios.

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