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07/11/2006 - 09h55

Produção industrial cai 1,4% em setembro, diz IBGE

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio de Janeiro

A produção da indústria brasileira recuou 1,4% em setembro, na comparação livre de influências sazonais com agosto, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O desempenho negativo anulou os ganhos da indústria nos últimos dois meses de (0,7% em julho e agosto) e fez com que a atividade industrial retornasse ao patamar de junho.

O produção ficou ainda bem abaixo da previsão feita por analistas ouvidos pela Folha Online, que previam um recuo entre 0,7% e 0,2% em relação a agosto com ajuste sazonal e esperavam por uma expansão entre 2,3% e 3% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Segundo o chefe da Coordenação da Indústria, Silvio Sales, com os dados de setembro no terceiro trimestre do ano a trajetória de crescimento moderado da indústria foi substituída pela estabilidade.

?Em setembro repete-se o patamar de que a indústria fica num sobe-e-desce. A diferença é que o saldo desses movimentos vinha mostrando tendência de suave crescimento. Com o recuo de setembro, observa-se clara estabilidade?, afirmou.

A paralisação de montadoras ?puxou? para baixo a taxa. Os veículos automotores caíram 9,3% na comparação com o mês anterior. Trabalhadores das montadoras Volkswagen/Audi, Renault e Volvo no Paraná realizaram greves por reajustes salariais.

A Anfavea (Associação Nacional de Veículos Automotores) captou em setembro queda de 10,7% nas vendas internas de veículos frente a agosto e recuo de 16,6% na produção de veículos na mesma base de comparação.

Também pressionaram negativamente os setores de fumo (-26,6%), outros produtos químicos (-3,2%) e outros equipamentos de transporte (-11,8%).

Segundo Sales, o declínio da atividade industrial foi generalizado e atingiu 12 das 23 atividades. Todas as categorias de uso caíram em relação a agosto. O setor de bens de consumo duráveis caiu 4,4%, após uma alta de 1,5% em agosto.

Além da greve, Sales afirma que há um conjunto de fatores que afetaram o desempenho dos bens de consumo duráveis, como a pressão negativa do câmbio e a base de comparação alta dos últimos anos.

?Parte da explicação se deve à perda de ritmo das exportações de duráveis, principalmente automobilística, outro fator é a chegada de bens importados principalmente entre os eletroeletrônicos e linha marrom e o próprio fato de que o segmento de duráveis nos últimos três anos vêm acumulando um crescimento de 44%?, afirmou.

Para Guilherme Maia, da consultoria Tendências, a queda dos duráveis já era prevista e ainda é cedo para traçar cenários negativos para o longo prazo.

?A tendência é para cima, com base nas determinantes do crescimento: inflação controlada, que permite aumento de renda, massa salarial, crédito, juros em queda, todos no sentido de aumentar a demanda?, afirmou.

No entanto, ele afirma que a falta de investimentos ainda freia a expansão mais acentuada da indústria. ?O cenário não é de ?boom? de investimentos, mas de um crescimento gradual?, afirmou. ?A indústria não cresce muito porque os investimentos ainda não estão tão fortes.?

A produção de bens de capital recuou 2,1%, após um avanço de 2,8% um mês antes. Em agosto, a expansão desse segmento fez com que os pesquisadores indicassem para um possível aumento da FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo).

Segundo Sales, na média móvel trimestral, os bens de capital continuam com expansão de 1,7%, acima da média da indústria, e ainda podem se traduzir em um aumento da taxa de investimentos.

O setor de bens intermediários, que tem o maior peso no índice, caiu 2,1%. Já os bens de consumo semi e não-duráveis tiveram queda de 0,2% em setembro.

Fernanda Consorte, da MCM, disse que a produção bem abaixo não chega a preocupar porque ocorreu em razão do menor número de dias úteis e do efeito das montadoras. ?Foi um movimento pontual, não que [a indústria] vai continuar crescendo, mas em ritmo moderado?, afirmou.

Em relação a setembro de 2005, a produção industrial registrou uma alta de 1,3%. De acordo com Sales, a expansão foi freada pelo menor número de dias úteis em setembro deste ano.

Segundo o IBGE, 15 dos 27 ramos da indústria tiveram crescimento, e as maiores contribuições vieram das categorias de máquinas para escritório e equipamentos de informática, máquinas e equipamentos, indústria extrativa e alimentos e bebidas.

No ano, a atividade industrial apresenta expansão de 2,7%, e nos últimos 12 meses, de 2,3%.

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