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14/11/2006
-
10h29
VINICIUS KONCHINSKI
do Agora
O rendimento da poupança pode mudar. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já apresentou ao governo uma nova sugestão de fórmula para o cálculo da remuneração do investimento mais popular do país, com cerca de 70 milhões de aplicadores. Pela proposta, a TR (Taxa Referencial), usada na correção mensal da caderneta, seria mais "sensível" à taxa Selic (os juros básicos do governo). Assim, se a Selic caísse, a poupança também teria queda.
Hoje,a caderneta tem rendimento de 6% ao ano, mais correção da TR --cerca de 2,5% ao ano. No total, são 8,5% ao ano, em média. A TR é baseada no rendimento de títulos bancários --CDBs e RDBs. Mesmo que a Selic caia, o ganho não é tão afetado.
O que ocorre é que os fundos de investimento, como os de renda fixa, têm sua rentabilidade atrelada à taxa Selic. E, como houve queda nos juros (em julho, estavam em 15,25% ao ano e agora estão em 13,75%), os fundos já não estão rendendo tão bem.
Só nos últimos dez meses, a poupança teve um ganho líquido de 6,96%, enquanto o fundo FI Referenciado do Bradesco, por exemplo, rendeu 6,69%.
Mas a maior atratividade da poupança frente aos fundos pode prejudicar os bancos. Isso porque 65% dos recursos da poupança devem ir para habitação. Esses empréstimos têm prazos muito longos, de até 20 anos, e não compensam para os bancos em comparação com o dinheiro que é investido nos fundos.
O diretor de Crédito Imobiliário da Febraban e vice-presidente da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Natalino Gazonato, diz que atualmente o rendimento da poupança está "incompatível" com o mercado. "O cálculo da remuneração precisa ser revisto se a taxa Selic continuar caindo", afirma.
A avaliação da proposta da Febraban ainda terá de ser feita pelo Conselho Monetário Nacional, que decide as regras dos investimentos. De acordo com o Ministério da Fazenda, a mudança ainda não começou a ser discutida.
Diferença
"A remuneração da poupança tem um percentual fixo, mais correção da TR, que é variável. O percentual da TR depende da captação de alguns investimentos e não varia tanto conforme a Selic", argumenta Gazonato.
A estabilidade e o maior ganho da caderneta estão fazendo com que investidores optem mais pela poupança. Dados da Abecip apontam que, nos últimos seis meses, muitos investidores têm migrado para a caderneta. "Desde de junho deste ano, com exceção de agosto, temos captação positiva: mais depósitos do que retiradas", afirma o supervisor técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves.
Para o economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), a concentração de recursos na poupança não é positiva. "Caso os juros continuem caindo, a mudança na rentabilidade será necessária", comenta o economista.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a caderneta de poupança
Bancos querem que governo reduza rendimento da poupança
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O rendimento da poupança pode mudar. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já apresentou ao governo uma nova sugestão de fórmula para o cálculo da remuneração do investimento mais popular do país, com cerca de 70 milhões de aplicadores. Pela proposta, a TR (Taxa Referencial), usada na correção mensal da caderneta, seria mais "sensível" à taxa Selic (os juros básicos do governo). Assim, se a Selic caísse, a poupança também teria queda.
Hoje,a caderneta tem rendimento de 6% ao ano, mais correção da TR --cerca de 2,5% ao ano. No total, são 8,5% ao ano, em média. A TR é baseada no rendimento de títulos bancários --CDBs e RDBs. Mesmo que a Selic caia, o ganho não é tão afetado.
O que ocorre é que os fundos de investimento, como os de renda fixa, têm sua rentabilidade atrelada à taxa Selic. E, como houve queda nos juros (em julho, estavam em 15,25% ao ano e agora estão em 13,75%), os fundos já não estão rendendo tão bem.
Só nos últimos dez meses, a poupança teve um ganho líquido de 6,96%, enquanto o fundo FI Referenciado do Bradesco, por exemplo, rendeu 6,69%.
Mas a maior atratividade da poupança frente aos fundos pode prejudicar os bancos. Isso porque 65% dos recursos da poupança devem ir para habitação. Esses empréstimos têm prazos muito longos, de até 20 anos, e não compensam para os bancos em comparação com o dinheiro que é investido nos fundos.
O diretor de Crédito Imobiliário da Febraban e vice-presidente da Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Natalino Gazonato, diz que atualmente o rendimento da poupança está "incompatível" com o mercado. "O cálculo da remuneração precisa ser revisto se a taxa Selic continuar caindo", afirma.
A avaliação da proposta da Febraban ainda terá de ser feita pelo Conselho Monetário Nacional, que decide as regras dos investimentos. De acordo com o Ministério da Fazenda, a mudança ainda não começou a ser discutida.
Diferença
"A remuneração da poupança tem um percentual fixo, mais correção da TR, que é variável. O percentual da TR depende da captação de alguns investimentos e não varia tanto conforme a Selic", argumenta Gazonato.
A estabilidade e o maior ganho da caderneta estão fazendo com que investidores optem mais pela poupança. Dados da Abecip apontam que, nos últimos seis meses, muitos investidores têm migrado para a caderneta. "Desde de junho deste ano, com exceção de agosto, temos captação positiva: mais depósitos do que retiradas", afirma o supervisor técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves.
Para o economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças), a concentração de recursos na poupança não é positiva. "Caso os juros continuem caindo, a mudança na rentabilidade será necessária", comenta o economista.
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