Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/12/2000 - 06h21

Leilão das novas bandas deve render menos

Publicidade

ELVIRA LOBATO, da Folha de S.Paulo

Não são boas as previsões dos consultores internacionais para os leilões de venda das novas licenças de telefonia celular (bandas C, D e E) programados para o primeiro trimestre do próximo ano.

A Merrill Lynch - uma das maiores organizações financeiras do mundo- avalia que dificilmente serão vendidas as nove licenças (cada banda tem três licenças) oferecidas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

A instituição prevê que o governo deve arrecadar US$ 2,5 bilhões com os leilões, o que ficaria bem abaixo da receita mínima esperada pela Anatel. O preço mínimo de venda das nove licenças está fixado em R$ 6,7 bilhões, que equivalem a US$ 3,41 bilhões.

No entendimento da Merrill Lynch, o mercado brasileiro não teria escala suficiente para comportar cinco empresas competindo entre si.
Atualmente, já existem dois concorrentes por área (bandas A e B), que passarão a competir com as bandas C, D e E.

O país possui 20 milhões de assinantes de celular, e a previsão é atingir 50 milhões nos próximos cinco anos. A Merrill Lynch diz que a experiência mundial mostra que os dois que chegam primeiro ao mercado permanecem dominando o setor.

O diagnóstico foi apresentando durante o seminário internacional promovido pelos fabricantes de equipamentos na tecnologia GSM, que será adotada nas três novas bandas.

A Merrill Lynch prevê que o mercado de telefonia celular no Brasil passará por um processo de reestruturação e que, no final, ficará nas mãos de quatro ou cinco grandes grupos internacionais.

Na verdade, a reestruturação já começou. Há uma semana, a Telecom Italia comprou as ações da Vicunha e da UGB (União Globo Bradesco) na companhia Maxitel, que explora a banda B em Minas Gerais, Bahia e Sergipe.

É esperada a entrada de apenas um novo grande competidor no mercado. O maior candidato é o grupo europeu Vodafone, que enviou executivos para acompanhar o seminário no Rio. Muito assediados, os representantes da empresa não deram nenhuma informação sobre sua estratégia para os leilões.

O estudo da Merrill Lynch mostra que os grupos Telefônica, Portugal Telecom, Telecom Italia e BellSouth (que administra a BCP em São Paulo) detêm 70% do mercado de celular no Brasil, medido pelo número de assinantes.

Na avaliação da Merrill Lynch, a compra de empresas já instaladas no Brasil pode ser mais interessante para o novo competidor do que a disputa pelas licenças.

Segundo os analistas, o novo competidor teria de gastar no mínimo US$
2,5 bilhões em infra-estrutura para construir uma nova rede de âmbito nacional.

Nesse ponto, as companhias de telefonia fixa -que poderão disputar as licenças para as bandas D e E- levam vantagem, por já possuíram instalações próprias. Só esse item, segundo os técnicos, possibilitaria
uma economia de 20% nos custos.

Enquanto as companhias telefônicas avaliam as regras do leilão fixadas pela Anatel, as indústrias já se preparam para aumentar a produção de equipamentos.

O presidente da Ericsson Telecomunicações, Gerhard Weise, disse que a empresa vai fabricar telefones celulares com a tecnologia GSM para atender os usuários das bandas C, D e E. Segundo Weise, os telefones serão fabricados na fábrica de São José dos Campos (SP).
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página