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03/12/2006 - 09h11

Brasil vira alvo das marcas de luxo na América Latina

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CRISTINA TARDÁGUILA
colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro
PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo, no Rio de Janeiro

Mesmo com 42,6 milhões de pessoas com renda per capita de até R$ 121, ou seja, um país com 22,8% da população abaixo da linha de pobreza -segundo o Centro de Políticas Sociais da FGV-, o Brasil ocupa lugar de destaque no comércio internacional de luxo. Embora não existam dados oficiais, estimativas apontam que o setor de artigos de luxo movimente R$ 2 bilhões por ano no país.

Ao lado do México, o Brasil disputa o posto de melhor nação latino-americana em faturamento para diversas marcas de roupas e acessórios de renome mundial.

"O México ainda é o primeiro em faturamento da América Latina, mas já não tem para onde crescer. Já a classe média do Brasil é forte e é exatamente o que buscamos alcançar daqui para a frente", diz Daniel Brett, diretor comercial da italiana Ermenegildo Zegna.

Especializada em roupas masculinas, sobretudo em ternos de corte clássico feitos com tecidos sofisticados que custam aproximadamente R$ 4.000, a marca estará entre as 200 lojas do futuro shopping Leblon, que abrirá suas portas ao público em pleno coração da zona sul do Rio na quarta-feira, dia 6.

"O Brasil é um mercado fantástico para grifes de luxo. Cresceu 10% no último ano, e as duas lojas que temos em São Paulo estão entre as 40 melhores do mundo. A do Rio, que está saindo do Fashion Mall, em São Conrado, para abrir no shopping Leblon, fica entre as 150 melhores e certamente vai crescer."

Segundo Brett, o investimento no novo espaço, cujo valor não quis revelar, deverá dar retorno em cinco anos. É o mesmo prazo que o gerente-geral da Swarovski, Fabio Gianni, estima para que a nova loja de jóias feitas com cristais tchecos dê retorno aos cerca de 300 mil (aproximadamente R$ 820 mil) que a empresa investiu no Leblon, em sua segunda loja em território carioca.

"O Rio tem o terceiro melhor gasto médio por clientes do Brasil, de R$ 400. A cidade só perde para Brasília, em primeiro, com R$ 500, e para São Paulo, que vem em segundo, com R$ 450. Para ter uma idéia da qualidade do mercado no Brasil, o gasto médio na Europa é de cerca de 100 (aproximadamente R$ 270)", afirmou.

O sucesso do Brasil no mundo do luxo pode estar associado, entre outros fatores, à possibilidade de pagar a prazo em quase qualquer loja, forma amplamente usada pelas classes menos abastadas.

A Calvin Klein não fala em números, mas diz que cresce a "cada dia" o interesse por franquias de sua rede. Até o final do ano serão 19 lojas da grife americana no Brasil. Hoje, são 17.

"Se considerarmos um crescimento mundial de 50 lojas em 2005, o Brasil respondeu por 18% das novas praças", diz a Calvin Klein. Em novembro, a grife inaugurou uma loja em Goiânia. Neste mês, abrirá no Rio (no Leblon), em Belo Horizonte e em Salvador.

Outra grife que aportará em solo carioca é a italiana Fendi. A empresária Regina Lundgren abrirá uma loja da marca no shopping Fashion Mall, integrada ao Espaço Lundgren, que irá abrigar outras grifes, como a Galiano.

A empresária mantém outro Espaço Lundgren com o mesmo conceito num dos endereços mais charmosos do Rio: um antigo casarão na av. Vieira Souto, em Ipanema. A expectativa é que os clientes deixem, em média, R$ 3.500 na loja.

A Miele by Carlos Miele abrirá sua primeira loja no país no shopping Leblon. Mais casual do que a internacional Miele (com loja em Nova York), a nova marca do estilista de mesmo nome será comercializada em 19 países.

"O Rio foi escolhido para a primeira loja da marca no mundo por ser uma cidade de grande visibilidade internacional, considerada cartão-postal do país", diz Miele. O objetivo é ter lojas nos shoppings das dez principais capitais brasileiras até o final de 2007.

Segundo a designer de jóias Yara Figueiredo, já não há tanta vantagem em viajar para o exterior para comprar produtos de grife. "Hoje, você já pode entrar na Louis Vuitton ou na Cartier aqui no Brasil e pagar em cinco prestações sem problemas", disse.

Ponte aérea

A auditora carioca Melissa Mastrangelo, 27, pegou a ponte aérea Rio-São Paulo três vezes, no ano passado, com o objetivo exclusivo de passear na rua Oscar Freire e comprar no que chamou de "templo do mercado de luxo", a loja multimarcas Daslu.

Em 2006, no entanto, não foi à capital paulista nenhuma vez por não ter sentido necessidade. "O Rio já não fica tão atrás de São Paulo. Antes, por exemplo, tinha de ir lá para comprar peças da Diesel. Hoje, já tem Diesel no Fashion Mall."

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