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04/12/2006
-
15h24
da Folha Online
Os trabalhadores com salários mais baixos passam muito menos tempo em um mesmo emprego do que as pessoas com renda mais alta, segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) realizada em seis regiões metropolitanas.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, os trabalhadores ficam em média 61 meses em cada emprego. Para quem ganha menos de um salário mínimo, a rotatividade é bem maior, com uma permanência média de 27 meses por ocupação.
A rotatividade cai à medida medida que o rendimento cresce. O tempo médio de permanência é de 29 meses para quem ganha um salário mínimo, 39 meses para mais de um a até dois salários mínimos, 68 meses para mais de dois até cinco salários mínimos e 118 meses para mais de cinco salários mínimos.
A situação é semelhantes à de São Paulo nas demais regiões metropolitanas incluídas no levantamento: Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Para Frederico Melo, técnico-economista do Dieese, a maior rotatividade entre as pessoas que ganham menos pode ser explicadas tanto pela busca de um emprego melhor quanto pela maior instabilidade nessas vagas.
Já as pessoas com salários maiores permanecem mais em seus empregos porque conseguem obter condições melhores de trabalho. Além disso, ele acredita que a remuneração da pessoa também pode ter crescido exatamente porque ela passou mais tempo na empresa e obteve algumas promoções. Uma terceira razão seria o maior gasto das empresas com a demissão de trabalhadores mais estáveis e com salários maiores.
Salário mínimo
A pesquisa também mostra que é maior o percentual de pessoas que recebem um salário mínimo entre mulheres, jovens, negros, ocupados no serviço doméstico, não-chefes de família, residentes no Nordeste, menos escolarizados e assalariados sem carteira assinada.
Por esse motivo, políticas de valorização de salário mínimo são um "instrumento eficaz para proteger os trabalhadores que são os perdedores na barganha salarial", segundo Sergei Soares, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Já o Dieese considera o aumento do salário mínimo eficaz até mesmo para elevar os rendimentos no setor informal, onde, em tese, não há um piso de remuneração. Como o percentual de pessoas que ganham o mínimo é maior entre os informais, defende a pesquisa, esse seria o setor mais beneficiado por essa política.
Frederico Melo também explicou que a maioria das empresas que contratam informais não deixam de registrar o trabalhador para não pagar reajustes que acompanhem o aumento do salário mínimo, mas o fazem devido à alta incidência de encargos sobre a folha de pagamento que não existem fora do mercado formal.
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Na cidade de São Paulo, por exemplo, os trabalhadores ficam em média 61 meses em cada emprego. Para quem ganha menos de um salário mínimo, a rotatividade é bem maior, com uma permanência média de 27 meses por ocupação.
A rotatividade cai à medida medida que o rendimento cresce. O tempo médio de permanência é de 29 meses para quem ganha um salário mínimo, 39 meses para mais de um a até dois salários mínimos, 68 meses para mais de dois até cinco salários mínimos e 118 meses para mais de cinco salários mínimos.
A situação é semelhantes à de São Paulo nas demais regiões metropolitanas incluídas no levantamento: Belo Horizonte, Distrito Federal, Porto Alegre, Recife e Salvador.
Para Frederico Melo, técnico-economista do Dieese, a maior rotatividade entre as pessoas que ganham menos pode ser explicadas tanto pela busca de um emprego melhor quanto pela maior instabilidade nessas vagas.
Já as pessoas com salários maiores permanecem mais em seus empregos porque conseguem obter condições melhores de trabalho. Além disso, ele acredita que a remuneração da pessoa também pode ter crescido exatamente porque ela passou mais tempo na empresa e obteve algumas promoções. Uma terceira razão seria o maior gasto das empresas com a demissão de trabalhadores mais estáveis e com salários maiores.
Salário mínimo
A pesquisa também mostra que é maior o percentual de pessoas que recebem um salário mínimo entre mulheres, jovens, negros, ocupados no serviço doméstico, não-chefes de família, residentes no Nordeste, menos escolarizados e assalariados sem carteira assinada.
Por esse motivo, políticas de valorização de salário mínimo são um "instrumento eficaz para proteger os trabalhadores que são os perdedores na barganha salarial", segundo Sergei Soares, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Já o Dieese considera o aumento do salário mínimo eficaz até mesmo para elevar os rendimentos no setor informal, onde, em tese, não há um piso de remuneração. Como o percentual de pessoas que ganham o mínimo é maior entre os informais, defende a pesquisa, esse seria o setor mais beneficiado por essa política.
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