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06/12/2006
-
09h36
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
A cúpula da Telecom Italia discute a reestruturação de suas atividades no Brasil, inclusive o fechamento dos escritórios nacionais --tramitação que acontece em paralelo à conversa sobre a venda dos ativos que os italianos detêm no país. A informação é de interlocutores europeus ligados à operadora.
Os italianos são donos da TIM, segunda maior concessionária de telefonia móvel do mercado brasileiro, e da BrT (Brasil Telecom), empresa que atua na telefonia fixa do Norte, do Sul e do Centro-Oeste.
A venda dos ativos brasileiros da Telecom Italia divide a matriz. O principal acionista da empresa, Marco Tronchetti Provera, resiste a se desfazer dos negócios. Ele quer obter crédito de investidores internacionais e capitalizar a Telecom Italia, cuja dívida bate 39,5 bilhões de euros.
Provera, no entanto, está afastado do conselho administrativo da Telecom Italia, onde a maioria dos conselheiros advoga por deixar o Brasil. Eles consideram que há problemas com a burocracia local e com os sócios e temem novos abalos na imagem da operadora.
O motivo é um procedimento instaurado pela Justiça italiana especificamente para investigar a Telecom Italia no Brasil. Os procuradores desconfiam de que a empresa tenha usado caixa dois para fazer pagamentos a consultores encarregados de repasses irregulares a políticos brasileiros. Parte do dinheiro, acreditam, foi usada para custear serviços de espionagem.
Por intermédio de seu advogado, Vincenzo Carosi, a principal testemunha do Ministério Público italiano, Mario Bernardini, confirmou à Folha que a Telecom Italia monitorou banqueiros, executivos, jornalistas e concorrentes da Pirelli, que controla a Telecom Italia. Procurada, a operadora não comentou as afirmações.
Até agora, a Telecom Italia recebeu três propostas pela TIM. O lance favorito é o do bilionário mexicano Carlos Slim, dono da Telmex e da Claro, que ofereceu US$ 8 bilhões. Os italianos recusaram: querem 8 bilhões de euros. O valor foi considerado exorbitante pelo mexicano, que fará nova proposta nos próximos dias.
A despeito da preferência pelo mexicano, o presidente da Telecom Italia, Carlo Buora, mantém contato com o presidente da BrT, Ricardo Knopfelmacher, desde que se encontraram em Londres, há algumas semanas. Não se sabe se discutem a oferta pela TIM Brasil ou pela fatia dos italianos na própria BrT.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Telecom Italia
Telecom Italia estuda fechar os escritórios no Brasil
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da Folha de S.Paulo
A cúpula da Telecom Italia discute a reestruturação de suas atividades no Brasil, inclusive o fechamento dos escritórios nacionais --tramitação que acontece em paralelo à conversa sobre a venda dos ativos que os italianos detêm no país. A informação é de interlocutores europeus ligados à operadora.
Os italianos são donos da TIM, segunda maior concessionária de telefonia móvel do mercado brasileiro, e da BrT (Brasil Telecom), empresa que atua na telefonia fixa do Norte, do Sul e do Centro-Oeste.
A venda dos ativos brasileiros da Telecom Italia divide a matriz. O principal acionista da empresa, Marco Tronchetti Provera, resiste a se desfazer dos negócios. Ele quer obter crédito de investidores internacionais e capitalizar a Telecom Italia, cuja dívida bate 39,5 bilhões de euros.
Provera, no entanto, está afastado do conselho administrativo da Telecom Italia, onde a maioria dos conselheiros advoga por deixar o Brasil. Eles consideram que há problemas com a burocracia local e com os sócios e temem novos abalos na imagem da operadora.
O motivo é um procedimento instaurado pela Justiça italiana especificamente para investigar a Telecom Italia no Brasil. Os procuradores desconfiam de que a empresa tenha usado caixa dois para fazer pagamentos a consultores encarregados de repasses irregulares a políticos brasileiros. Parte do dinheiro, acreditam, foi usada para custear serviços de espionagem.
Por intermédio de seu advogado, Vincenzo Carosi, a principal testemunha do Ministério Público italiano, Mario Bernardini, confirmou à Folha que a Telecom Italia monitorou banqueiros, executivos, jornalistas e concorrentes da Pirelli, que controla a Telecom Italia. Procurada, a operadora não comentou as afirmações.
Até agora, a Telecom Italia recebeu três propostas pela TIM. O lance favorito é o do bilionário mexicano Carlos Slim, dono da Telmex e da Claro, que ofereceu US$ 8 bilhões. Os italianos recusaram: querem 8 bilhões de euros. O valor foi considerado exorbitante pelo mexicano, que fará nova proposta nos próximos dias.
A despeito da preferência pelo mexicano, o presidente da Telecom Italia, Carlo Buora, mantém contato com o presidente da BrT, Ricardo Knopfelmacher, desde que se encontraram em Londres, há algumas semanas. Não se sabe se discutem a oferta pela TIM Brasil ou pela fatia dos italianos na própria BrT.
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