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14/12/2006 - 18h10

Volks tem lucro após 8 anos no vermelho

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KAREN CAMACHO
da Folha Online

A Volkswagen vai fechar 2006 com lucro em suas operações no Brasil após oito anos seguidos de prejuízo e apesar das demissões e da ameaça de fechamento de fábrica. O presidente da montadora alemã no Brasil, Hans-Christian Maergner, não informou qual será o lucro alcançado --a empresa não tem capital aberto e não é obrigada a divulgar esse valor. Disse apenas que o resultado obtido em 2006 é R$ 1 bilhão superior ao de 2003, o pior ano da empresa no Brasil.

Por esse motivo, Maergner, que está prestes a se aposentar, disse que cumpriu sua missão nos três anos que dirigiu a empresa no Brasil e que sentiu "medo" de não conseguir um acordo com o sindicato sobre as demissões deste ano. O acordo trabalhista, que inclui a demissão de 3.600 na unidade Anchieta (SP) e 700 em Taubaté (SP), foi um dos fatores apontados pelo presidente para justificar o sucesso de 2006.

Maergner destacou a redução de 25% nos custos fixos da empresa nos últimos três anos, os aumento na participação de mercado (8%), nas vendas internas (43%) e no faturamento (42%), além da alta da produção por funcionário, de 55%.

Segundo o executivo, no entanto, as exportações "não são saudáveis" para a Volks, que quer reduzir a dependência do mercado externo. O objetivo é diminuir de 33% para 20% a participação das vendas externas na produção, que fechou 2006 em 594 mil unidades.

"A estratégia de sobrevivência é atender a todas as redes [mercados para onde exporta], mas em volume menor", disse Maergner. O preço dos produtos vendidos no externo, que subiu 28% nos últimos três anos, deve subir mais em 2007. O movimento compensa a valorização do real: as exportações caíram 21% em volume de 2005 para 2006, quando a empresa vendeu 203,2 mil unidades.

O presidente também disse que a empresa vai quitar todos os juros sobre dívidas no início de 2007 e que não vai contrair empréstimos nos próximos anos. Até o investimento de R$ 2,5 bilhões entre 2007 e 2011 no Brasil deve ser feito com autofinanciamento.

O executivo não quis falar sobre os empréstimos do BNDES ou sobre a ameaça do banco de suspender o financiamento de R$ 497 milhões em razão das demissões. O presidente disse só que o acordo mostrou 'responsabilidade' dos envolvidos.

Maergner, 61, se aposentará em janeiro e será substituído por Thomas Schmall, 42, presidente do Conselho de Administração da Volks Eslováquia.

Schmall, que esteve na direção da unidade de São José dos Pinhais (PR) por quatro anos, vai se reportar diretamente a Viktor Klima, novo chefe-executivo da empresa na América do Sul. Klima preside hoje a Volks na Argentina.

Maergner disse ontem que fará uma pausa de um ano nas suas atividades profissionais para escalar. Entre seus objetivos estão o pico Catedral, na Argentina, e o monte Kilimanjaro, na Tanzânia.

PDV

O alto custo da mão-de-obra nas montadoras do ABC, em São Paulo, pode comprometer a competitividade da região, de acordo com o presidente da Volkswagen no Brasil, Hans-Christian Maergner.

O primeiro passo para reduzir essa conta na montadora alemã foi dado com o acordo trabalhista assinado com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. "Sem o acordo, a Volks teria fechado uma fábrica no Brasil", disse o presidente.

A negociação envolveu o corte de 3.600 funcionários da unidade Anchieta (SP) até 2008 e a redução de gastos da ordem de 20% na produção dos novos veículos, em 2008 e em 2009.

A outra parte do acordo envolve o corte de 700 funcionários na unidade de Taubaté (SP), até 2007. Em contrapartida, a empresa prometeu investir R$ 2,5 bilhões entre 2007 e 2009 nas quatro unidades que mantém no Brasil. Além do ABC e de Taubaté, a montadora tem unidades em São José dos Pinhais (PR) e uma de motores em São Carlos (SP).

"Os custos com a mão-de-obra em Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG) são 50% menores [que no ABC]", afirmou Maergner.

Para ele, o sindicato precisa saber que a competitividade de qualquer segmento passa pelos gastos com mão-de-obra. A empresa pretende reduzir os gastos da empresa com pessoal em 20% até 2008.

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