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15/01/2007
-
10h03
FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo
A expansão recorde da indústria de fundos de investimento foi acompanhada por um processo de maior concentração do mercado. Enquanto o patrimônio dos fundos cresceu mais de 250% na última década, o número de administradoras de recursos de terceiros praticamente caiu à metade. Ou seja, muito mais dinheiro está sendo administrado por menos gente.
A concorrência menor é ruim para o investidor, que tem menos opções. Mas analistas lembram que a concentração do montante administrado gera ganhos de escala para as instituições --o que pode ou não ser repassado a clientes por meio da queda nos custos das taxas de administração, por exemplo.
Os dez maiores administradores de fundos controlam atualmente cerca de 79% do patrimônio total da indústria. Em 94, no início do Real, esse percentual girava em torno de 57%. Em 2000, já era 69%.
'Há uma tendência maior de aglutinação do mercado de fundos. A administração de recursos exige escala, e muitas instituições pequenas acabam saindo do mercado', diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.
No fim de 2006, os fundos de investimento registravam patrimônio líquido de R$ 909,35 bilhões, segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). Em 2005, giravam aproximadamente R$ 735 bilhões.
Segundo o site Fortuna, especializado no acompanhamento do mercado fundos, hoje há 99 instituições administradoras de fundos. Há dez anos, eram cerca de 180.
Arnaldo José Vollet, diretor-executivo da BB DTVM (Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), explica que 'houve muitas aquisições e fusões de assets e mesmo de bancos na última década'. 'Mas entendo que hoje já não há mais muito o que concentrar no mercado', ressalta. Vollet afirma que a indústria de fundos atual é muito competitiva e que as taxas de administração têm recuado nos últimos anos.
A BB DTVM é a maior administradora de recursos de terceiros do país. Segundo o ranking elaborado pela Anbid, a BB DTVM administrava um patrimônio de R$ 181,96 bilhões em novembro passado. O Itaú, segundo no ranking, contava com R$ 145,16 bilhões em recursos de terceiros para administrar.
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do site Fortuna, diz que há uma tendência de concentração no mercado de administração de recursos. 'As estruturas para uma instituição financeira administrar R$ 100 mil ou R$ 10 milhões é a mesma. Isso acaba dificultando a vida de assets menores. Assim, o que vimos da década de 90 para cá foi muita instituição menor saindo do mercado', afirma D'Agosto.
Taxas
Para o investidor, essa movimentação só interessa se encontrar vantagens em seu próprio bolso. A cobrança de taxas de administração --um dos grandes vilões do mercado, ao lado do Imposto de Renda-- acaba variando consideravelmente. Analistas recomendam que se faça uma ampla pesquisa antes de qualquer aplicação.
Mas o mais comum, especialmente entre pequenos investidores, é procurar o banco onde já é cliente no momento de buscar um produto financeiro para aplicar.
Para Colombo, 'se a pessoa tem até R$ 50 mil para investir, é melhor optar por apenas uma instituição', normalmente a que está costumada a trabalhar, 'e tentar negociar taxas mais vantajosas'.
Hoje os investidores também têm a vantagem da conta-investimento, que permite que recursos sejam movimentados entre aplicações financeiras sem o custo da CPMF.
Mas, com a tabela regressiva de cobrança de IR --quem mantêm seus recursos investidos sem movimentar por mais tempo paga menos imposto--, o investidor brasileiro acaba sendo estimulado a manter suas economias paradas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre fundos de investimento
Cresce concentração no mercado de fundos de investimento
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da Folha de S.Paulo
A expansão recorde da indústria de fundos de investimento foi acompanhada por um processo de maior concentração do mercado. Enquanto o patrimônio dos fundos cresceu mais de 250% na última década, o número de administradoras de recursos de terceiros praticamente caiu à metade. Ou seja, muito mais dinheiro está sendo administrado por menos gente.
A concorrência menor é ruim para o investidor, que tem menos opções. Mas analistas lembram que a concentração do montante administrado gera ganhos de escala para as instituições --o que pode ou não ser repassado a clientes por meio da queda nos custos das taxas de administração, por exemplo.
Os dez maiores administradores de fundos controlam atualmente cerca de 79% do patrimônio total da indústria. Em 94, no início do Real, esse percentual girava em torno de 57%. Em 2000, já era 69%.
'Há uma tendência maior de aglutinação do mercado de fundos. A administração de recursos exige escala, e muitas instituições pequenas acabam saindo do mercado', diz o administrador de investimentos Fábio Colombo.
No fim de 2006, os fundos de investimento registravam patrimônio líquido de R$ 909,35 bilhões, segundo dados da Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento). Em 2005, giravam aproximadamente R$ 735 bilhões.
Segundo o site Fortuna, especializado no acompanhamento do mercado fundos, hoje há 99 instituições administradoras de fundos. Há dez anos, eram cerca de 180.
Arnaldo José Vollet, diretor-executivo da BB DTVM (Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), explica que 'houve muitas aquisições e fusões de assets e mesmo de bancos na última década'. 'Mas entendo que hoje já não há mais muito o que concentrar no mercado', ressalta. Vollet afirma que a indústria de fundos atual é muito competitiva e que as taxas de administração têm recuado nos últimos anos.
A BB DTVM é a maior administradora de recursos de terceiros do país. Segundo o ranking elaborado pela Anbid, a BB DTVM administrava um patrimônio de R$ 181,96 bilhões em novembro passado. O Itaú, segundo no ranking, contava com R$ 145,16 bilhões em recursos de terceiros para administrar.
Marcelo D'Agosto, sócio-diretor do site Fortuna, diz que há uma tendência de concentração no mercado de administração de recursos. 'As estruturas para uma instituição financeira administrar R$ 100 mil ou R$ 10 milhões é a mesma. Isso acaba dificultando a vida de assets menores. Assim, o que vimos da década de 90 para cá foi muita instituição menor saindo do mercado', afirma D'Agosto.
Taxas
Para o investidor, essa movimentação só interessa se encontrar vantagens em seu próprio bolso. A cobrança de taxas de administração --um dos grandes vilões do mercado, ao lado do Imposto de Renda-- acaba variando consideravelmente. Analistas recomendam que se faça uma ampla pesquisa antes de qualquer aplicação.
Mas o mais comum, especialmente entre pequenos investidores, é procurar o banco onde já é cliente no momento de buscar um produto financeiro para aplicar.
Para Colombo, 'se a pessoa tem até R$ 50 mil para investir, é melhor optar por apenas uma instituição', normalmente a que está costumada a trabalhar, 'e tentar negociar taxas mais vantajosas'.
Hoje os investidores também têm a vantagem da conta-investimento, que permite que recursos sejam movimentados entre aplicações financeiras sem o custo da CPMF.
Mas, com a tabela regressiva de cobrança de IR --quem mantêm seus recursos investidos sem movimentar por mais tempo paga menos imposto--, o investidor brasileiro acaba sendo estimulado a manter suas economias paradas.
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