18/01/2007 - 09h50

Submarino e Americanas dizem ter só 2% do mercado

da Folha de S.Paulo, em Brasília

As empresas Submarino e Americanas.com informaram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que, com a sua fusão, a nova B2W vai ocupar apenas 2% do mercado de comércio eletrônico. A operação é descrita pelas empresas como vital para a sua sobrevivência no futuro.

O cálculo da participação de mercado levou em conta não só o comércio on-line mas também o varejo "físico" das concorrentes. A nova empresa defende essa fórmula dizendo que, se os produtos em oferta na web estiverem mais caros do que na prateleira, o consumidor optará por ir à loja em vez de comprar pelo computador.

Nos dados encaminhados ao Cade, a B2W considera o valor total do comércio varejista brasileiro de R$ 213 bilhões anuais, em vez dos R$ 4,3 bilhões movimentados apenas no comércio eletrônico.

Lojas virtuais

Segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, há cerca de 10 mil lojas virtuais no país e 7 milhões de pessoas fizeram compras pela internet no ano passado. A estimativa para este ano é de 10 milhões de compradores --crescimento anual na casa dos 30%.

A câmara não divulga a porcentagem de participação de cada empresa no mercado.

A Americanas.com e a Submarino admitem, porém, que as duas juntas representam 50% do mercado virtual brasileiro. Mas relativizam a importância desse dado porque são insignificantes as restrições para a entrada de novas empresas. Qualquer loja estabelecida no varejo poderia abrir sua correspondente virtual por exemplo.

Instrução

Ontem, o Cade informou que não se pronunciaria sobre o caso porque o processo ainda está em fase de instrução. A Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, e a Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, também não se manifestaram oficialmente.

A fusão entre Submarino e Americanas.com vai resultar na maior loja de comércio on-line do país. A nova empresa, B2W, teria lucro de R$ 74,6 milhões nos nove primeiros meses do ano passado.

A fusão foi anunciada em novembro do ano passado e deve ser julgada ainda neste ano, a valer os prazos regulares do Cade. Depois de terminada a fase de instrução, o Ministério Público e a Procuradoria do Cade apresentam seus pareceres e só então o processo vai a julgamento pelo plenário.

Especial

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