Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
19/01/2007 - 03h16

S&P melhora classificação da Petrobras para "grau de investimento"

Publicidade

da Folha Online

A Petrobras melhorou sua posição no seleto grupo de empresas que estão blindadas contra o risco das políticas de seus governos de origem na hoje de captar recursos com investidores internacionais. A estatal brasileira anunciou, na noite desta quinta-feira (18), que conquistou uma melhor nota no chamado "investment grade" (grau de investimento) da S&P (Standard & Poor's), uma das principais agências de classificação de risco do mundo. Com a nova nota ("rating"), a gigante do petróleo terá facilidades e menores custos na tomada de empréstimos com bancos no exterior.

Em outras palavras: na visão dos especialistas da S&P, no caso de um calote do governo brasileiro, há maiores chances de o caixa da Petrobras não sofrer abalos e a estatal honrar seus próprios compromissos com os credores. Entre os efeitos práticos desse anúncio, está a perspectiva de aumento da entrada de dólares no país, já que ficará mais barato para a Petrobras trazer dólares, por meio de operações de captações externas.

"Embora a Petrobras possa ser afetada pelo risco Brasil no caso de um cenário de stress econômico, a S&P entende que suas operações e seu perfil financeiro são fortes o suficiente para mitigar parte deste risco e, apesar do controle acionário exercido pelo governo brasileiro, acredita que a Petrobras conduz suas operações vastamente como uma empresa privada", citou o documento da S&P, reproduzido parcialmente pela Petrobras em fato relevante enviado à Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo).

A notícia poderá animar as ações da estatal na Bolsa, recuperando perdas recentes nos preços dos papéis. A baixa da cotação do barril de petróleo, bem como as as nacionalizações na Venezuela, tem prejudicado o desempenho de ações do setor, como a Petrobras.

Apesar da melhora da classificação, a S&P aponta alguns riscos para a situação financeira da companhia: as pressões sofridas no seu caixa por um "agressivo plano de investimentos" e pela necessidade de torrar dólares importando óleo usado em suas refinarias.

Outro ponto negativo, segundo a agência: as vendas e ativos mais relevantes da Petrobras estão no Brasil. Ou seja, há uma "dispersão geográfica limitada da empresa", nas palavras da S&P.

Para justificar a elevação da nota da companhia, a agência assim se manifestou: "os ratings independentes atribuídos à Petrobras refletem o seu perfil de risco de negócios satisfatório, caracterizado pela qualidade de suas atividades de exploração e produção (qualidade, vida útil e índice de reposição de reservas) e uma posição dominante no mercado em todos os aspectos da indústria brasileira de hidrocarbonetos."

A S&P também acrescentou que as novas notas se sustentam graças "à contínua melhoria do perfil do risco financeiro da Petrobras, que, entretanto, continua classificado como 'agressivo e moderado'".

Tecnicamente, o novo "rating" da Petrobras é "BBB-" para crédito corporativo de longo prazo em moeda local e estrangeira, com perspectiva estável (quando é positiva, significa que a nota está prestes a ser elevada pela agência, por exemplo). As agências de risco como a S&P adotam esse padrão de usar letras e sinais para definir as notas, facilitando a comparação pelos investidores entre emissores de títulos de dívida.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a Petrobras
  • Leia o que já foi publicado sobre Standard & Poor's
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página