Publicidade
Publicidade
30/01/2007
-
20h02
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O governo federal discute uma nova forma de contabilização de receitas com o objetivo de reduzir o déficit da Previdência Social, que no ano passado foi de R$ 42,065 bilhões. A justificativa para essa alteração é que anualmente se deixa de arrecadar R$ 18 bilhões com renúncias dadas a diversas áreas. No entanto, a medida não teria um impacto fiscal, já que não ocorrerá um aumento efetivo de arrecadação.
"É uma mudança contábil apenas para clarear os dados da Previdência. Hoje você tem o déficit de R$ 42 bilhões sem nenhuma qualificação. Ao qualificar os números, você qualifica o debate", disse Nelson Machado, ministro da Previdência.
Hoje, todo o déficit é coberto pelo Tesouro Nacional. Machado defende que a Previdência receba as receitas referentes a essas renúncias previdenciárias --empresas que fazem parte do Simples, entidades filantrópicas e clubes de futebol, entre outros-- para reduzir o déficit.
A fonte desses recursos continuaria sendo a mesma, o Tesouro.
Além disso, o ministro quer a parcela da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) que por lei é destinada ao INSS (Instituto Nacional do Seguro social) --0,1 ponto da alíquota de 0,38%. No ano passado, esse reforço de caixa teria sido de R$ 8,444 bilhões.
A medida está em estudo e foi feita pela Previdência e Planejamento. Caso seja adotada, poderá ser feita por meio de projeto de lei ou medida provisória.
Segundo Machado, ao incorporar como receitas essas renúncias e a parcela da CPMF, o déficit do ano passado teria sido de R$ 22,121 bilhões.
Esse cálculo inclui apenas R$ 11,489 bilhões das renúncias (Simples, entidades filantrópicas e exportação sobre produção rural). O restante (que inclui contribuição de empregadores rurais e domésticos e clubes de futebol) não foi considerado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) como renúncia.
Reforma
Para o ministro, essa mudança irá colaborar para o debate sobre a Previdência Social. No PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo criou um fórum para discutir o assunto. Ele descartou ainda uma reforma durante o segundo mandato.
"Para o curto prazo, que são os quatro anos do mandato do presidente Lula, não tem que fazer mudanças, grandes reformas. Temos que trabalhar a gestão. É isso que mostram esses números", disse.
O objetivo do fórum seria discutir a situação da Previdência no longo prazo, levando em conta as mudanças demográficas e do mercado de trabalho.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o déficit da Previdência
Governo estuda mudar contabilização para reduzir déficit da Previdência
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
O governo federal discute uma nova forma de contabilização de receitas com o objetivo de reduzir o déficit da Previdência Social, que no ano passado foi de R$ 42,065 bilhões. A justificativa para essa alteração é que anualmente se deixa de arrecadar R$ 18 bilhões com renúncias dadas a diversas áreas. No entanto, a medida não teria um impacto fiscal, já que não ocorrerá um aumento efetivo de arrecadação.
"É uma mudança contábil apenas para clarear os dados da Previdência. Hoje você tem o déficit de R$ 42 bilhões sem nenhuma qualificação. Ao qualificar os números, você qualifica o debate", disse Nelson Machado, ministro da Previdência.
Hoje, todo o déficit é coberto pelo Tesouro Nacional. Machado defende que a Previdência receba as receitas referentes a essas renúncias previdenciárias --empresas que fazem parte do Simples, entidades filantrópicas e clubes de futebol, entre outros-- para reduzir o déficit.
A fonte desses recursos continuaria sendo a mesma, o Tesouro.
Além disso, o ministro quer a parcela da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) que por lei é destinada ao INSS (Instituto Nacional do Seguro social) --0,1 ponto da alíquota de 0,38%. No ano passado, esse reforço de caixa teria sido de R$ 8,444 bilhões.
A medida está em estudo e foi feita pela Previdência e Planejamento. Caso seja adotada, poderá ser feita por meio de projeto de lei ou medida provisória.
Segundo Machado, ao incorporar como receitas essas renúncias e a parcela da CPMF, o déficit do ano passado teria sido de R$ 22,121 bilhões.
Esse cálculo inclui apenas R$ 11,489 bilhões das renúncias (Simples, entidades filantrópicas e exportação sobre produção rural). O restante (que inclui contribuição de empregadores rurais e domésticos e clubes de futebol) não foi considerado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) como renúncia.
Reforma
Para o ministro, essa mudança irá colaborar para o debate sobre a Previdência Social. No PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o governo criou um fórum para discutir o assunto. Ele descartou ainda uma reforma durante o segundo mandato.
"Para o curto prazo, que são os quatro anos do mandato do presidente Lula, não tem que fazer mudanças, grandes reformas. Temos que trabalhar a gestão. É isso que mostram esses números", disse.
O objetivo do fórum seria discutir a situação da Previdência no longo prazo, levando em conta as mudanças demográficas e do mercado de trabalho.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice