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11/12/2000
-
19h44
JOSÉ ALAN DIAS
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A Argentina manterá durante a Cúpula do Mercosul a postura em defesa da antecipação da criação da Alca (a Área de Livre Comércio das Américas). As declarações dadas pelo ministro da Economia, José Luis Machinea, foram ratificadas hoje pela Chancelaria argentina.
Em entrevista a correspondentes brasileiros, Machinea afirmou que era favorável à antecipação em um ano da formação da Alca. Pelo calendário oficial, a zona que agregaria comercialmente 34 nações estaria em vigor a partir de 2005.
''Não estou dizendo que a Argentina deva fazer como o Chile (que decidiu integrar-se ao Nafta, o acordo de livre comércio liderado pelos EUA). O que precisamos é acelerar os tempos de integração do Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) a outros blocos, em especial ao Nafta'', defendeu Machinea.
A cúpula do Mercosul ocorrerá entre quinta e sexta-feira, em Florianópolis. Além dos presidentes dos países-membros, devem estar presentes os respectivos ministros da Economia.
A grande apreensão da diplomacia brasileira é que a Argentina opte pelo mesmo caminho do Chile -então membro associado do Mercosul, o Chile preferiu estreitar seus entendimentos para negociar com o bloco formado pelos EUA, o México e o Canadá.
Em entrevista ao diário ''La Nacion'', Richard Fisher, segundo-homem na hierarquia do escritório comercial dos EUA, classificou como ''infantil'' a resistência do governo brasileiro em acelerar a formação da Alca.
Disse ainda que, a despeito das boas relações entre Brasil e Argentina, se ''o Brasil se apóia somente na Argentina e a Argentina somente no Brasil, acabam limitando suas ambições''.
Divergências
Haverá pelo menos um ponto de forte discussão entre Brasil e Argentina durante a Cúpula.
Machinea defende a redução em três pontos percentuais a partir do próximo ano da TEC (Tarifa Externa Comum). O governo brasileiro já afirmou que pode tratar do tema, mas que não é favorável à redução imediata.
Para o governo argentino, personificado por Machinea, antes do ingresso na Alca é necessário que os países do Mercosul aperfeiçoem seus instrumentos (órgãos) de defesa de competição (entre as empresas dos países-membros) e que haja maior controle na qualidade dos produtos fabricados no bloco.
Argentina vai defender antecipação da Alca em cúpula do Mercosul
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da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A Argentina manterá durante a Cúpula do Mercosul a postura em defesa da antecipação da criação da Alca (a Área de Livre Comércio das Américas). As declarações dadas pelo ministro da Economia, José Luis Machinea, foram ratificadas hoje pela Chancelaria argentina.
Em entrevista a correspondentes brasileiros, Machinea afirmou que era favorável à antecipação em um ano da formação da Alca. Pelo calendário oficial, a zona que agregaria comercialmente 34 nações estaria em vigor a partir de 2005.
''Não estou dizendo que a Argentina deva fazer como o Chile (que decidiu integrar-se ao Nafta, o acordo de livre comércio liderado pelos EUA). O que precisamos é acelerar os tempos de integração do Mercosul (bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) a outros blocos, em especial ao Nafta'', defendeu Machinea.
A cúpula do Mercosul ocorrerá entre quinta e sexta-feira, em Florianópolis. Além dos presidentes dos países-membros, devem estar presentes os respectivos ministros da Economia.
A grande apreensão da diplomacia brasileira é que a Argentina opte pelo mesmo caminho do Chile -então membro associado do Mercosul, o Chile preferiu estreitar seus entendimentos para negociar com o bloco formado pelos EUA, o México e o Canadá.
Em entrevista ao diário ''La Nacion'', Richard Fisher, segundo-homem na hierarquia do escritório comercial dos EUA, classificou como ''infantil'' a resistência do governo brasileiro em acelerar a formação da Alca.
Disse ainda que, a despeito das boas relações entre Brasil e Argentina, se ''o Brasil se apóia somente na Argentina e a Argentina somente no Brasil, acabam limitando suas ambições''.
Divergências
Haverá pelo menos um ponto de forte discussão entre Brasil e Argentina durante a Cúpula.
Machinea defende a redução em três pontos percentuais a partir do próximo ano da TEC (Tarifa Externa Comum). O governo brasileiro já afirmou que pode tratar do tema, mas que não é favorável à redução imediata.
Para o governo argentino, personificado por Machinea, antes do ingresso na Alca é necessário que os países do Mercosul aperfeiçoem seus instrumentos (órgãos) de defesa de competição (entre as empresas dos países-membros) e que haja maior controle na qualidade dos produtos fabricados no bloco.
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