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15/03/2007 - 09h24

Economia aquecida e inflação no curto prazo justificam corte de 0,25 ponto

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O conservadorismo do Banco Central ao cortar em apenas 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros da economia foi justificado pela demora dessa política em fazer algum efeito sobre a atividade econômica, ou seja, as reduções realizadas desde setembro de 2005 (sete pontos percentuais) ainda não tiveram impacto total na atividade econômica.

Além disso, a autoridade monetária preferiu agir com "parcimônia" porque a economia dá sinais de maior crescimento --e demanda aquecida pode pressionar a inflação-- e por conta das pressões inflacionárias registradas no início do ano. Na semana passada, a taxa Selic foi reduzida para 12,75% ao ano.

"Uma parcela importante dos efeitos dos cortes de juros ainda não se refletiu no nível de atividade, e tampouco os efeitos da atividade sobre a inflação tiveram tempo de se materializar. Dessa forma, a avaliação de decisões alternativas de política monetária deve concentrar-se necessariamente na análise do cenário prospectivo para a inflação e nos riscos a ele associados, em vez de privilegiar os valores correntes observados para essa variável", disse a ata da última reunião do Copom, divulgada hoje.

As projeções para a inflação indicam que ela ficará abaixo de 4% neste ano. A meta é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O ministro Guido Mantega (Fazenda), que deseja que a taxa de juros caia mais rapidamente para estimular o crescimento da economia, chegou a dizer na terça-feira que o BC deveria buscar atingir o centro da meta --no ano passado, a inflação foi de 3,14%. No entanto, para desfazer a sensação de que estaria pressionando a autoridade monetária, disse ontem que era difícil acertar o centro e que o BC "já está fazendo a política adequada para perseguir o centro da meta".

A taxa de juros é o principal instrumento do BC para o cumprimento da meta de inflação estabelecida pelo CMN (Conselho Monetária Nacional). No entanto, uma política monetária muito rigorosa pode inibir a demanda e afetar o crescimento da economia.

Na avaliação do Copom, a atuação cautelosa na condução dos juros tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de que a inflação ficará dentro da meta. Além disso, lembra que os efeitos da política monetária de agora terão efeitos concentrados no segundo semestre deste ano e, progressivamente, em 2008. Por essa razão o comitê decidiu agir com "parcimônia".

"Os efeitos defasados dos cortes de juros sobre uma demanda agregada que já cresce a taxas robustas se somarão a outros fatores que continuarão contribuindo de maneira importante para a sua expansão. Essas considerações se tornam ainda mais relevantes quando se levam em conta os sinais de demanda aquecida, as pressões sobre a inflação no curto prazo, e o fato de que as decisões de política monetária passarão a ter impactos concentrados no segundo semestre de 2007 e, progressivamente, em 2008", explica o documento.

Sobre as recentes turbulências que atingiram os mercados financeiros internacionais, o Copom avalia que foi um movimento temporário e que o cenário externo continua favorável.

"A despeito da perspectiva de consolidação de um ambiente de menor liquidez global, em virtude dos efeitos dos processos de elevação das taxas de juros nas economias industrializadas, e do recente, e possivelmente temporário, aumento de volatilidade nos mercados globais, o cenário externo continua favorável", diz o texto.

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