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15/03/2007 - 16h46

Brasil Telecom vê possível perda na mudança de pulso para minuto

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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online

O diretor-financeiro da Brasil Telecom Participações, Charles Laganá Putz, afirmou hoje que a operadora de telefonia fixa trabalha com alguma margem de perdas com a mudança no sistema de tarifação da telefonia fixa, de pulso para minuto. As alterações devem começar a partir desta sexta-feira.

Com a mudança, serão criados dois planos para os usuários. No plano básico, o usuário terá direito a uma franquia de 200 minutos (classe residencial). No plano alternativo, que o usuário terá que acionar a operadora para aderir, terá direito a uma franquia de 400 minutos (residencial). O primeiro é mais indicado para usuários que fazem chamadas curtas (de até 2 minutos e meio), enquanto o segundo, para aqueles que fazem mais chamadas longas (a partir de três minutos).

"Matematicamente, é impossível ser neutro para todos. Para a companhia, a conversão será neutra na medida em que os pessoas migrarem para o plano básico. Na medida em que alguns clientes migrem para o plano mais racional, para o que seria o melhor para eles, as companhias terão perdas de receitas", afirmou ele, durante encontro com investidores e analistas.

"Não acreditamos que o impacto [na receita] será grande. Nem todo mundo vai migrar para o que é melhor", acrescentou.

Laganá afirmou que a operadora trabalha com uma taxa de migração em relação aos dois planos --que ele preferiu não revelar-- mas ressaltou que a perda de receita, se houver, será "pequena".

A Brasil Telecom, que atua em nove Estados, além do Distrito Federal, deve fazer a conversão em mais de 3.000 localidades.

Portabilidade

Laganá avaliou que a mudança nas regras para que o usuário possa mudar de operadora telefônica (fixa ou celular) sem precisar trocar também de número telefônico --a chamada portabilidade-- deve ter impacto nas operações da empresa.

"A portabilidade não é algo que possamos ignorar. Na telefonia fixa, vai trazer mais custos que benefícios. Vai exigir investimentos grandes e são investimentos que não devem trazer retorno. Agora, nós somos os últimos a entrar no mercado de telefonia celular e a mudança pode trazer oportunidades", afirmou.

Segundo a Anatel, a possibilidade de manter o número telefônico quando mudar de endereço em uma mesma operadora, e na mesma cidade, ainda vai demorar 18 meses para se tornar de fato um direito do usuário da telefonia fixa.

Aquisições

Laganá descartou que a holding esteja interessada na aquisição das operadoras Telemig ou Telamazon (Amazônia Celular). "[Essas empresas] não estão dentro do nosso foco principal de atenção. Em telecom, nós estamos focados na nossa região, exceto na área de telefonia corporativa", afirmou ele.

Os rumores sobre a possível aquisição dessas operadoras surgiram para a divulgação de que a empresa possui R$ 4 bilhões em caixa e que pretende direcionar parte desses recursos para compras, de forma a consolidar seus negócios no segmento de telefonia móvel e banda larga, os focos de crescimento para empresa para 2007, de acordo com o "guidance" (plano de expectativas) para este ano.

"O melhor destino [para o dinheiro em caixa] vai ser uma boa aquisição, que agregue valor para a companhia. Se isso não for possível, uma das formas de utilizar os recursos vai ser uma distribuição de dividendos fora do normal", disse ele.

A Brasil Telecom opera nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sul do país. A Telemig atende parte do Estado de Minas Gerais com telefonia móvel enquanto a Amazônia Celular é focada na região Norte.

Laganá avaliou que o ano de 2007 deve marcar o início de um processo de consolidação do mercado, mas também negou este ano seja possível uma operação --de fusão ou aquisição-- com a gigante do setor telefônico Telemar, que também começou o ano com dinheiro em caixa e com atenção para aquisições.

"As fusões entre as grandes operadoras fixas não devem ocorrer neste ano", afirmou, admitindo, no entanto, que "tudo caminha para isso [consolidação das operadoras no mercado]". Ele ressaltou que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ainda não tem posição a respeito de uma possível fusão entre as grandes operadoras brasileiras.

Pulverização

O diretor da Brasil Telecom também afirmou que o grupo ainda não trabalha com uma pulverização de ações. Na terça-feira, o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, havia afirmado que a empresa estudava pulverizar suas ações para simplificar sua estrutura acionária e também melhorar sua gestão. "[Pulverização] não é algo que faça parte dos planos da empresa neste ano", disse ele.

"[A pulverização de ações] não está em discussão. Isso não significa que não possa estar em análise no futuro", disse Laganá, durante encontro com investidores e analistas. Ele afirmou que pulverização é positiva para as práticas de governança corporativa. "É uma tendência de longo prazo para as grandes corporações do país", acrescentou.

A Brasil Telecom (operadora) tem hoje cerca de 35% das suas ações negociadas em bolsa, enquanto a holding (Brasil Telecom Participações) tem pouco menos de 81%.

TV por assinatura

Ele afirmou que o grupo tem interesse em obter uma licença para operar TV por assinatura, mas que a iniciativa depende de uma mudança na regulamentação desse mercado. Laganá disse que a operadora tem interesse em oferecer TV paga mas por meio de sua rede ADSL (banda larga), que hoje com pouco mais de 1,3 milhão de acessos. "Nós gostaríamos de ver uma mudança na regulamentação desse setor", disse ele, durante encontro com analistas e investidores.

No início do mês, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) liberou a Telefônica para operar no mercado de TV paga. A agência concedeu uma licença para a Telefônica oferecer pacotes de TV por satélite (sistema DTH, Direct to Home).

A Brasil Telecom lançou hoje sua parceria com a Sky para oferecer aos seus clientes um pacote de serviços de telefonia fixa, celular, acesso à internet em banda larga e TV por assinatura.

Sobre a oferta do pacote "quadruple play", Laganá afirmou que a campanha será discreta, com pouco uso de mídia e com foco no serviço de telemarketing ativo. Os clientes potenciais são os usuários do serviço de banda larga, mas admitiu que alcancar a marca de 1 milhão não é uma meta de curto prazo. "[O pacote de quadruple play] não é um produto para a grande massa no curto prazo", afirmou.

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