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20/03/2007
-
14h27
CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio
As siderúrgicas brasileiras consideram entrar na Justiça contra os sócios da Ceará Steel. As empresas questionam a proposta dos investidores da futura siderúrgica para fechar um acordo com a Petrobras. O acordo envolve a venda de aço abaixo do preço de mercado para a estatal.
Petrobras e Ceará Steel já enfrentavam um impasse quanto ao fornecimento de gás natural pela estatal petrolífera para a futura siderúrgica. O preço anteriormente acertado previa US$ 3,20 o milhão de BTU, mas a estatal reivindica a revisão para US$ 5,80, por conta da diferença entre o valor de venda e o custo.
Para fechar um acordo com a estatal, a coreana Dongkuk, principal investidora do grupo da Ceará Steel --do qual fazem parte ainda a italiana Danieli e a Companhia Vale do Rio Doce-- propôs fornecer 100 mil toneladas de aço por ano a Petrobras com desconto de 40%.
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou que a proposta poderia ser considerada como uma alternativa pelo preço do gás, assim como uma eventual participação acionária da Petrobras na Ceará Steel.
Para as siderúrgicas brasileiras, a venda de aço abaixo dos preços praticados no mercado causa distorções e não compensa integralmente as perdas da estatal, estimadas em US$ 30 milhões.
"Se eu vou compensar o subsídio, por que ter o subsídio? Como pode um país que tem escassez de gás subsidiar um produto que é escasso?", questiona o presidente do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Luiz André Rico Vicente.
Segundo o IBS, como a empresa coreana não produz placas de aço, ela só poderia revender a Petrobras placas adquiridas de terceiros ou chapas grossas.
No entendimento das siderúrgicas, já que a Petrobras não processa aço, a estatal poderia vender no Brasil ou no exterior as placas ou transferir as chapas grossas para fornecedores de equipamentos, o que seria caracterizado como dumping em relação a outros produtores de chapas grossas.
Concorrência ruinosa
Rico Vicente afirmou que a entidade planeja lutar contra as ameaças de concorrência ruinosa (concorrência desleal) e de dumping e que avalia mecanismos jurídicos para impedir o negócio. A proposta será levada à reunião do IBS na próxima semana.
"É uma das hipóteses que pode haver. Nós vamos examinar todas as possibilidades em defesa dos nossos interesses que são legítimos. Não podemos correr risco de ações de dumping internacional", disse.
As siderúrgicas brasileiras temem ainda que o país seja questionado na OMC (Organização Mundial do Comércio) em razão dos subsídios às exportações brasileiras.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Ceará Steel
Siderúrgicas brasileiras podem entrar na Justiça contra Ceará Steel
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da Folha Online, no Rio
As siderúrgicas brasileiras consideram entrar na Justiça contra os sócios da Ceará Steel. As empresas questionam a proposta dos investidores da futura siderúrgica para fechar um acordo com a Petrobras. O acordo envolve a venda de aço abaixo do preço de mercado para a estatal.
Petrobras e Ceará Steel já enfrentavam um impasse quanto ao fornecimento de gás natural pela estatal petrolífera para a futura siderúrgica. O preço anteriormente acertado previa US$ 3,20 o milhão de BTU, mas a estatal reivindica a revisão para US$ 5,80, por conta da diferença entre o valor de venda e o custo.
Para fechar um acordo com a estatal, a coreana Dongkuk, principal investidora do grupo da Ceará Steel --do qual fazem parte ainda a italiana Danieli e a Companhia Vale do Rio Doce-- propôs fornecer 100 mil toneladas de aço por ano a Petrobras com desconto de 40%.
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, afirmou que a proposta poderia ser considerada como uma alternativa pelo preço do gás, assim como uma eventual participação acionária da Petrobras na Ceará Steel.
Para as siderúrgicas brasileiras, a venda de aço abaixo dos preços praticados no mercado causa distorções e não compensa integralmente as perdas da estatal, estimadas em US$ 30 milhões.
"Se eu vou compensar o subsídio, por que ter o subsídio? Como pode um país que tem escassez de gás subsidiar um produto que é escasso?", questiona o presidente do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Luiz André Rico Vicente.
Segundo o IBS, como a empresa coreana não produz placas de aço, ela só poderia revender a Petrobras placas adquiridas de terceiros ou chapas grossas.
No entendimento das siderúrgicas, já que a Petrobras não processa aço, a estatal poderia vender no Brasil ou no exterior as placas ou transferir as chapas grossas para fornecedores de equipamentos, o que seria caracterizado como dumping em relação a outros produtores de chapas grossas.
Concorrência ruinosa
Rico Vicente afirmou que a entidade planeja lutar contra as ameaças de concorrência ruinosa (concorrência desleal) e de dumping e que avalia mecanismos jurídicos para impedir o negócio. A proposta será levada à reunião do IBS na próxima semana.
"É uma das hipóteses que pode haver. Nós vamos examinar todas as possibilidades em defesa dos nossos interesses que são legítimos. Não podemos correr risco de ações de dumping internacional", disse.
As siderúrgicas brasileiras temem ainda que o país seja questionado na OMC (Organização Mundial do Comércio) em razão dos subsídios às exportações brasileiras.
Especial
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