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21/03/2007
-
17h04
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
Os mercados tiveram uma reação inicial bastante positiva ao comunicado do Federal Reserve (banco central dos EUA), que manteve a taxa básica de juros em 5,25%. Analistas, no entanto, manifestam dúvidas sobre o otimismo dos negócios.
No comunicado, os integrantes do chamado Fomc (Comitê de Mercado Aberto) afirma que a economia parece se expandir em ritmo moderado, mas também indica preocupação com uma possível alta dos preços: "a preocupação central do comitê continua a ser a de que a inflação não terá a moderação esperada", diz a autoridade monetária em certo trecho do comunicado, para completar: "ajustes futuros da política de juros dependerão da evolução do cenário tanto para a inflação como para o crescimento econômico. à medida que chegarem mais informações.'
"O mercado provavelmente ficou otimista porque o Fed tirou um trecho [do comunicado anterior] em que afirmava a possibilidade de um aperto monetário", avalia o economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Telles.
No "statement" da reunião de janeiro, quando também manteve os juros em 5,25%, os membros do Fomc afirmam: "a extensão e o 'timing' de algum aperto adiciona que pode ser necessário para fazer frente a esses riscos [de inflação] vai depender da evolução do panorama tanto da inflação quanto do crescimento econômico".
Para Telles, e outros economistas, o comunicado não justificou tanto otimismo. "Para mim, parece que ele [o Fed] continua bastante incomodado com a inflação. E ele também mostrou que está mais incerto com relação à economia".
O economista chama a atenção para o fato do Fed ter destacado o fato dos indicadores recentes da economia terem apresentado "direções mistas", além dos ajustes do setor imobiliário. "Aumentaram as dúvidas do Fed. A economia pode desaquecer, mas em um ritmo entre 'soft landing' [desaquecimento suave] ou um 'hard landing' [desaquecimento brusco]. O Fed pode ficar numa 'sinuca de bico'", avalia.
Em boletim aos investidores, o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, qualificou o comunicado do Federal Reserve de "salgado".
"Voltou a referência a sinais ambíguos", afirma o economista. Para ele, o "gato sobe no telhado com a negação da perspectiva otimista do comunicado anterior". No comunicado de janeiro, lembra Gonçalves, o Fed falava em alta modesta dos núcleos de inflação e que as pressões inflacionárias tendiam a ficar moderadas ao longo do tempo. Desta vez, a instituição fala claramente em "núcleos de inflação algo elevados".
"O gato se aproxima da beira do telhado quando se reconhece que a preocupação é o risco de a inflação não moderar como era esperado", avalia.
"Não entendo o otimismo das Bolsas logo após o anúncio. O comunicado reforça nossa expectativa de manutenção da FFR [taxa básica de juros] por vários meses", conclui.
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da Folha Online
Os mercados tiveram uma reação inicial bastante positiva ao comunicado do Federal Reserve (banco central dos EUA), que manteve a taxa básica de juros em 5,25%. Analistas, no entanto, manifestam dúvidas sobre o otimismo dos negócios.
No comunicado, os integrantes do chamado Fomc (Comitê de Mercado Aberto) afirma que a economia parece se expandir em ritmo moderado, mas também indica preocupação com uma possível alta dos preços: "a preocupação central do comitê continua a ser a de que a inflação não terá a moderação esperada", diz a autoridade monetária em certo trecho do comunicado, para completar: "ajustes futuros da política de juros dependerão da evolução do cenário tanto para a inflação como para o crescimento econômico. à medida que chegarem mais informações.'
"O mercado provavelmente ficou otimista porque o Fed tirou um trecho [do comunicado anterior] em que afirmava a possibilidade de um aperto monetário", avalia o economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Telles.
No "statement" da reunião de janeiro, quando também manteve os juros em 5,25%, os membros do Fomc afirmam: "a extensão e o 'timing' de algum aperto adiciona que pode ser necessário para fazer frente a esses riscos [de inflação] vai depender da evolução do panorama tanto da inflação quanto do crescimento econômico".
Para Telles, e outros economistas, o comunicado não justificou tanto otimismo. "Para mim, parece que ele [o Fed] continua bastante incomodado com a inflação. E ele também mostrou que está mais incerto com relação à economia".
O economista chama a atenção para o fato do Fed ter destacado o fato dos indicadores recentes da economia terem apresentado "direções mistas", além dos ajustes do setor imobiliário. "Aumentaram as dúvidas do Fed. A economia pode desaquecer, mas em um ritmo entre 'soft landing' [desaquecimento suave] ou um 'hard landing' [desaquecimento brusco]. O Fed pode ficar numa 'sinuca de bico'", avalia.
Em boletim aos investidores, o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, qualificou o comunicado do Federal Reserve de "salgado".
"Voltou a referência a sinais ambíguos", afirma o economista. Para ele, o "gato sobe no telhado com a negação da perspectiva otimista do comunicado anterior". No comunicado de janeiro, lembra Gonçalves, o Fed falava em alta modesta dos núcleos de inflação e que as pressões inflacionárias tendiam a ficar moderadas ao longo do tempo. Desta vez, a instituição fala claramente em "núcleos de inflação algo elevados".
"O gato se aproxima da beira do telhado quando se reconhece que a preocupação é o risco de a inflação não moderar como era esperado", avalia.
"Não entendo o otimismo das Bolsas logo após o anúncio. O comunicado reforça nossa expectativa de manutenção da FFR [taxa básica de juros] por vários meses", conclui.
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