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30/03/2007 - 13h04

PF faz megaoperação para desarticular rede de lavagem de dinheiro

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da Folha Online

A Polícia Federal e a Receita Federal iniciaram nesta sexta-feira (30), no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, a Operação Ouro Verde, para combater crimes financeiros --o nome da operação remete à cor das cédulas de dólar.

Segundo a PF, em Santa Catarina estão sendo cumpridos 76 mandados de busca e apreensão e cerca de 15 mandados de prisão temporária e preventiva nas cidades de Joinville, Jaraguá do Sul, Guaramirim, Corupá, São Bento do Sul, Balneário Camboriú, Indaial, Blumenau, Itajaí, Florianópolis, Brusque, Joaçaba, Treze Tílias e Araucária (PR). Participam da operação 394 policiais federais de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, bem como 101 auditores fiscais da Receita Federal.

No Rio Grande do Sul estão sendo cumpridos 55 mandados de busca e apreensão e mais de 20 mandados de prisão nas cidades de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Gravataí, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e São Marcos. A ação conta com participação de 310 policiais federais e 60 auditores fiscais da Receita Federal.

Por requisição da Polícia Federal, a Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de aproximadamente 560 contas bancárias ligadas ao esquema criminoso.

Lavagem de dinheiro

O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa que agia nos dois Estados, instalando um "sistema bancário" paralelo. O grupo oferecia quase todos os serviços bancários, tais como manutenção de conta corrente e investimentos (abastecidos com dinheiro de caixa dois de empresas), compra e venda de moeda estrangeira e remessa de valores para o exterior por canais financeiros ilegais e não declarados às autoridades competentes.

A existência desse mercado bancário sem o conhecimento do Banco Central permitia à organização ocultar e lavar o dinheiro obtido com a prática de diversos crimes, especialmente de contrabando e descaminho e, inclusive, do tráfico de drogas.

Detectou-se também que o grupo possui contas em paraísos fiscais (Antilhas, Uruguai e Curaçao) e utiliza contas-correntes em outros países (Alemanha, EUA e China), além de empresas off-shore no exterior e movimentaria mais de US$ 10 milhões.

A organização tem como clientes mais de 30 empresas dos ramos de pneus, têxtil, de exportação, entre outros, que estão sendo alvo de buscas. Algumas dessas empresas, além da evasão de divisas, promoviam importação fraudulenta de pneus usados.

Este esquema consistia na "cessão comissionada" de uma empresa para outra, de liminares para importar pneus usados e que eram revendidos para transportadoras e comerciantes.

No Rio Grande do Sul, detectou-se o envolvimento de uma das maiores financeiras do Estado, utilizada como fachada e para lavar o dinheiro ilegalmente. Alguns de seus proprietários, operadores do mercado financeiro, também estão sendo presos.

Nesse Estado, a organização tinha como principais clientes grandes empresários, empresas que trabalham no ramo de importação e exportação e movimentava por dia aproximadamente R$ 1 milhão. Para executar suas atividades a nível internacional o grupo possuía braços financeiros no Uruguai e nos Estados Unidos da América, e segundo estimativas da inteligência financeira da Polícia e da Receita já teriam movimentado no exterior mais de US$ 250 milhões.

Os presos, em sua maioria doleiros e empresários, responderão pelos crimes de formação de quadrilha, descaminho, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, funcionamento de instituição financeira sem autorização legal, gestão fraudulenta e sonegação fiscal, cujas penas somadas podem alcançar a 30 anos de reclusão.

Com informações da Polícia Federal

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