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16/04/2007
-
14h39
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online
O presidente da Comissão Interamericana de Etanol, Jeb Bush, irmão do presidente americano, George W. Bush, defendeu hoje o fim da tarifa de importação sobre o álcool brasileiro (etanol) para ampliar o mercado de biocombustível.
Os EUA cobram hoje uma taxa de US$ 0,54 por galão sobre o álcool vendido pelo Brasil, além de 2,5% de impostos alfandegários. O Brasil tem feito uma campanha para reduzir essa sobretaxa, para ampliar as exportações, mas a demanda esbarra em outro tema polêmico nas relações Brasil-EUA: a questão dos subsídios agrícolas.
Bush não chegou a apontar quando ou mesmo em que condições a demanda brasileira poderia ser atendida. Ele se limitou a dizer que um ponto chave para a criação do mercado de biocombustível nos EUA seria a mudança do "status" do álcool de uma questão de política agrícola para um assunto de política energética.
"Hoje, a política para o etanol [alcool] está mais relacionada à produção agrícola do que energética. Se fosse uma questão energética, nós não tributaríamos o etanol", afirmou Bush, durante participação em seminário, na cidade de São Paulo.
"Para que o mercado interno [de biocombustível] exista, essa tarifa tem que ser substituída", acrescentou, defendendo uma diminuição "gradativa" da sobretaxa.
Jeb Bush, que também é ex-governador da Flórida, defendeu a difusão de informação para alterar o cenário de sobretaxa nos EUA. "O argumento mais importante que nós temos é que não tributamos petróleo. Nas próximas eleições, essas questões vão se tornar mais e mais importantes. E quando você olha além, você vê oportunidades econômicas enormes", avaliou.
Commodity energética
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, afirmou que a mudança do álcool de "commodity agrícola" para "commodity energética" está em processo de "esclarecimento" mesmo no restante do mundo. "Transformar o etanol numa commodity energética, em vez de uma commodity agrícola, é uma discussão que tem de ser tratada, que tem prós e contras. Por enquanto, não há ainda clareza nesse processo", disse ele.
"A tarifa já está definida por dois anos, então, não há como diminuir. Agora, como disse o governador Bush, é um trabalho de conscientização, de discussão, de transformação da mentalidade", acrescentou o ex-ministro, que também faz parte da Comissão de Etanol.
O representante da agroindústria elogiou a posição do político americano, mas se mostrou reservado quanto ao poder da Comissão de promover o fim da sobretaxa.
"É uma posição muito importante [de Jeb Bush], de alguém que tem influência decisiva na formulação de política dentro dos Estados Unidos", disse o presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho.
"Ninguém tem poder sozinho. Isso é um jogo político enorme. Existem inúmeros grupos de interesse, a favor e contrários a isso [a liberalização do mercado de etanol]. O que nós temos que alimentar e fazer com que aconteçam as manifestações a favor", acrescentou, quando questionado sobre o papel da Comissão para mudar as tarifas americanas.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o álcool
Irmão de presidente Bush defende fim da tarifa americana sobre álcool
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da Folha Online
O presidente da Comissão Interamericana de Etanol, Jeb Bush, irmão do presidente americano, George W. Bush, defendeu hoje o fim da tarifa de importação sobre o álcool brasileiro (etanol) para ampliar o mercado de biocombustível.
Os EUA cobram hoje uma taxa de US$ 0,54 por galão sobre o álcool vendido pelo Brasil, além de 2,5% de impostos alfandegários. O Brasil tem feito uma campanha para reduzir essa sobretaxa, para ampliar as exportações, mas a demanda esbarra em outro tema polêmico nas relações Brasil-EUA: a questão dos subsídios agrícolas.
Andre Penner/AP |
Jeb Bush defendeu o fim da tarifa de importação sobre o álcool brasileiro (etanol) |
"Hoje, a política para o etanol [alcool] está mais relacionada à produção agrícola do que energética. Se fosse uma questão energética, nós não tributaríamos o etanol", afirmou Bush, durante participação em seminário, na cidade de São Paulo.
"Para que o mercado interno [de biocombustível] exista, essa tarifa tem que ser substituída", acrescentou, defendendo uma diminuição "gradativa" da sobretaxa.
Jeb Bush, que também é ex-governador da Flórida, defendeu a difusão de informação para alterar o cenário de sobretaxa nos EUA. "O argumento mais importante que nós temos é que não tributamos petróleo. Nas próximas eleições, essas questões vão se tornar mais e mais importantes. E quando você olha além, você vê oportunidades econômicas enormes", avaliou.
Commodity energética
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, afirmou que a mudança do álcool de "commodity agrícola" para "commodity energética" está em processo de "esclarecimento" mesmo no restante do mundo. "Transformar o etanol numa commodity energética, em vez de uma commodity agrícola, é uma discussão que tem de ser tratada, que tem prós e contras. Por enquanto, não há ainda clareza nesse processo", disse ele.
"A tarifa já está definida por dois anos, então, não há como diminuir. Agora, como disse o governador Bush, é um trabalho de conscientização, de discussão, de transformação da mentalidade", acrescentou o ex-ministro, que também faz parte da Comissão de Etanol.
O representante da agroindústria elogiou a posição do político americano, mas se mostrou reservado quanto ao poder da Comissão de promover o fim da sobretaxa.
"É uma posição muito importante [de Jeb Bush], de alguém que tem influência decisiva na formulação de política dentro dos Estados Unidos", disse o presidente da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho.
"Ninguém tem poder sozinho. Isso é um jogo político enorme. Existem inúmeros grupos de interesse, a favor e contrários a isso [a liberalização do mercado de etanol]. O que nós temos que alimentar e fazer com que aconteçam as manifestações a favor", acrescentou, quando questionado sobre o papel da Comissão para mudar as tarifas americanas.
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