20/04/2007 - 16h03

Presidente da Anfavea elogia economia e ameniza pressão do câmbio

KAREN CAMACHO
da Folha Online

O novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, que assumiu o cargo nesta sexta-feira, amenizou em sua primeira entrevista a pressão do câmbio nas exportações de veículos produzidos no Brasil.

Schneider disse que é preciso buscar alternativas para compensar a pressão do câmbio desfavorável, já que a apreciação do real faz parte de uma "política econômica que está dando certo". O presidente afirmou que não pediria ao governo uma alteração artificial do câmbio.

Schneider, que participa da solenidade de sua posse na noite desta sexta-feira com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que não pedirá nada o governo, mas adiantou que pretende, na Anfavea, montar um grupo de discussão sobre melhorias da competitividade do setor e espera, na iniciativa, contar com a participação do governo federal.

Schneider reforçou ainda que o mercado interno deverá manter a curva de crescimento nos próximos anos e que o Brasil está passando por uma "renovação de frota natural" com a redução dos juros, a inflação baixa e aumento da massa salarial.

O executivo afirmou também que pretende ampliar as parcerias com os países que compõem o Mercosul e que o setor automotivo responde por 25% do comércio entre o Brasil e o bloco sul-americano.

Em maio, segundo Schneider, o setor atingirá a marca de 50 milhões de unidades produzidas no país. E com crescimento do mercado de forma acelerada, diz ele, a Anfavea refez as projeções e espera um aumento nas vendas internas de 14,5% em 2007 e de 6,5% de incremento na produção.

China

Em relação à concorrência dos produtos chineses, Schneider disse que o país asiático "assusta principalmente por ter um câmbio artificial e por ter a preferência do governo [chinês] na economia, coisa que ninguém sabe onde começa e onde termina".

O novo presidente da Anfavea, Jackson Schneider, 42 anos, é advogado e vice-presidente de RH, Jurídico e Relações Institucionais da DaimlerCrysler do Brasil. Ele assume no lugar de Rogelio Golfarb e tem mandato até 2010.

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