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28/04/2007 - 10h47

BR Distribuidora é disputada por PT, PMDB e "técnicos"

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PEDRO SOARES
da Folha de S.Paulo

Há nos bastidores do governo uma guerra aberta por causa do comando da BR Distribuidora. Três correntes distantes disputam a indicação para a presidência da estatal: PT, PMDB e um grupo do Planalto e da companhia que prefere um nome técnico para o cargo.

Os petistas querem emplacar o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra, que perdeu a eleição para o Senado no ano passado em Sergipe. O PMDB, por sua vez, trabalha duro para indicar o ex-deputado e ex-governador do Rio Moreira Franco (RJ).

O outro nome cotado para o cargo é o do atual diretor de Mercado Consumidor da BR, Marco Antonio Vaz Capute. Ele conta com o apoio da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e de Maria das Graças Foster, atual presidente da BR.

Segundo a Folha apurou, as duas têm trabalho para alçar o seu preferido ao cargo, temendo "loteamento político" da companhia.

Gerentes e funcionários da estatal também torcem pela indicação de Capute, diretor responsável pelos grandes clientes que compram diretamente da BR, como empresas de aviação, transportadoras e outras.

Capute já era diretor da BR na gestão FHC e manteve-se no posto durante todo o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A pressão política, porém, tem sido intensa. O PMDB reivindica ao presidente Lula a indicação de Moreira Franco. O PT defende o nome de Dutra, que conta a seu favor com o fato de ter saído bem-avaliado da presidência da Petrobras, cargo que ocupou durante três anos.

Em jogo está um faturamento de R$ 48 bilhões alcançado pela companhia em 2006, ano em que a BR Distribuidora lucrou R$ 580 milhões.

A distribuidora estatal sempre encheu os olhos de políticos pelos seus contratos bilionários de compra de álcool e suas encomendas também vultosas, ainda mais agora depois da aquisição das operações da Ipiranga nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Petrobras

A mudança na BR deve repercutir também na Petrobras. A atual presidente da distribuidora, Maria das Graças Foster, está cotada para assumir a direção de Gás e Energia da estatal, em substituição a Ildo Sauer.

Foster é uma das pessoas mais próximas à ministra Dilma. Foi sua secretária de Petróleo e Gás quando ela ocupava o Ministério de Minas e Energia e já presidiu também a Petroquisa (subsidiária da Petrobras na área petroquímica) no governo Lula.

Segundo auxiliares ouvidos pela Folha, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, tem uma ótima relação com Foster, a considera um excelente quadro, mas não gostaria de abrir mão de Sauer. Julga que o atual diretor é um especialista do setor e tem realizado um bom trabalho à frente da área de gás e energia.

Na Petrobras, são dadas como certas, porém, mudanças na diretoria da companhia com o objetivo de acomodar indicações políticas que surgiram com a nova composição da base aliada.

A intenção da atual diretoria, apurou a Folha, é conseguir emplacar nomes que tenham perfil técnico e com experiência no setor de petróleo, apesar de serem indicados por algum partido.

Além de uma eventual saída de Sauer, também existem rumores de mudanças nas diretorias de Exploração e Produção, ocupada por Guilherme Estrella, e de Abastecimento, cujo titular é Paulo Roberto Costa.

Especial
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