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30/04/2007
-
10h50
JANAÍNA LEITE
da Folha de S.Paulo
Confirmada a compra da Olimpia, holding controladora da Telecom Italia, por um consórcio liderado pela espanhola Telefónica, os bastidores das telecomunicações agitam-se na esteira de outra dúvida: o acordo entre espanhóis e italianos terminou por aí ou o mercado ainda será testemunha de outros acertos entre os novos senhores da telefonia italiana?
No sábado à noite, o grupo Pirelli anunciou a venda de sua participação na Olimpia. O consórcio que arrematou a holding por 4,1 bilhões tem a seguinte composição: 42,3% para a Telefónica; 28,1% para a seguradora Generali, 21,4% para os bancos Mediobanca e Intesa Sanpaolo (10,7% cada um) e 8,2% para o grupo Benetton (8,2%). Juntos, terão o controle e 23,6% da Telecom Italia.
É mais que razoável dizer que os termos do negócio trazem dicas preciosas para quem quiser arriscar apostas no futuro das teles.
O comunicado que detalhou a transação afirma que o Intesa Sanpaolo poderá, com o consentimento dos demais sócios, indicar novos investidores italianos para a holding. Eles poderão subscrever novas ações em uma cota que varia entre 2% e 5% da nova Olimpia.
Como uma transação tida como polêmica até a noite de sexta-feira subitamente tornou-se boa para todo mundo? A Folha conversou com três executivos europeus ligados aos diálogos. O consenso entre eles é que a Telefónica e os novos sócios aceitaram um acordo salomônico: entregarão entre 2% e 5% para o magnata das comunicações e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
Fatia igual será destinada a Roberto Colaninno, dono da Telecom Italia até 2001. Berlusconi representa a centro-direita. Colaninno é ligado a Massimo D'Alema, também ex-premiê e atual ministro do governo de centro-esquerda. Ou seja, politicamente tudo equilibrado.
De acordo com esses interlocutores, a entrada de Berlusconi e Colaninno na nova Olimpia deverá acontecer num prazo máximo de seis meses.
Se o raciocínio desses interlocutores estiver correto, a chegada dos "novos" investidores aplainará o caminho para o terceiro passo do acordo, ainda mais ambicioso: a futura união da Telefónica e da Telecom Italia, o que criaria uma gigante das telecomunicações.
Nó tupiniquim
O Brasil é um dos palcos mais importantes desse negócio. O país é tido como portal para os vizinhos latino-americanos e abriga um mercado potencial cobiçado, entre outros, pela mexicana Telmex, do megaempresário Carlos Slim.
Os atores nacionais são os acionistas da Telemar e da Brasil Telecom, as duas operadoras fixas que têm entre seus sócios fundos de pensão brasileiros ligados a estatais, do BNDES e de subsidiárias do Banco do Brasil.
Todos pretendiam unir a Brasil Telecom e a Telemar, criando um grande eixo brasileiro para o setor de teles.
Para tanto, há meses ganha força a tentativa de mudar a legislação brasileira, que hoje não permite aos mesmos controladores a permanência no comando de duas teles que atuem na mesma área. A idéia, ao que parece, fez água.
Os espanhóis, que agora passaram a ter, indiretamente, 38% da Solpart, holding controladora da BrT, não devem facilitar essa união.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Telecom Italia
Leia o que já foi publicado sobre a Telefónica
Leia o que já foi publicado sobre a TIM
Juntas, Telefónica e Telecom Italia podem criar gigante de teles
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da Folha de S.Paulo
Confirmada a compra da Olimpia, holding controladora da Telecom Italia, por um consórcio liderado pela espanhola Telefónica, os bastidores das telecomunicações agitam-se na esteira de outra dúvida: o acordo entre espanhóis e italianos terminou por aí ou o mercado ainda será testemunha de outros acertos entre os novos senhores da telefonia italiana?
No sábado à noite, o grupo Pirelli anunciou a venda de sua participação na Olimpia. O consórcio que arrematou a holding por 4,1 bilhões tem a seguinte composição: 42,3% para a Telefónica; 28,1% para a seguradora Generali, 21,4% para os bancos Mediobanca e Intesa Sanpaolo (10,7% cada um) e 8,2% para o grupo Benetton (8,2%). Juntos, terão o controle e 23,6% da Telecom Italia.
É mais que razoável dizer que os termos do negócio trazem dicas preciosas para quem quiser arriscar apostas no futuro das teles.
O comunicado que detalhou a transação afirma que o Intesa Sanpaolo poderá, com o consentimento dos demais sócios, indicar novos investidores italianos para a holding. Eles poderão subscrever novas ações em uma cota que varia entre 2% e 5% da nova Olimpia.
Como uma transação tida como polêmica até a noite de sexta-feira subitamente tornou-se boa para todo mundo? A Folha conversou com três executivos europeus ligados aos diálogos. O consenso entre eles é que a Telefónica e os novos sócios aceitaram um acordo salomônico: entregarão entre 2% e 5% para o magnata das comunicações e ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi.
Fatia igual será destinada a Roberto Colaninno, dono da Telecom Italia até 2001. Berlusconi representa a centro-direita. Colaninno é ligado a Massimo D'Alema, também ex-premiê e atual ministro do governo de centro-esquerda. Ou seja, politicamente tudo equilibrado.
De acordo com esses interlocutores, a entrada de Berlusconi e Colaninno na nova Olimpia deverá acontecer num prazo máximo de seis meses.
Se o raciocínio desses interlocutores estiver correto, a chegada dos "novos" investidores aplainará o caminho para o terceiro passo do acordo, ainda mais ambicioso: a futura união da Telefónica e da Telecom Italia, o que criaria uma gigante das telecomunicações.
Nó tupiniquim
O Brasil é um dos palcos mais importantes desse negócio. O país é tido como portal para os vizinhos latino-americanos e abriga um mercado potencial cobiçado, entre outros, pela mexicana Telmex, do megaempresário Carlos Slim.
Os atores nacionais são os acionistas da Telemar e da Brasil Telecom, as duas operadoras fixas que têm entre seus sócios fundos de pensão brasileiros ligados a estatais, do BNDES e de subsidiárias do Banco do Brasil.
Todos pretendiam unir a Brasil Telecom e a Telemar, criando um grande eixo brasileiro para o setor de teles.
Para tanto, há meses ganha força a tentativa de mudar a legislação brasileira, que hoje não permite aos mesmos controladores a permanência no comando de duas teles que atuem na mesma área. A idéia, ao que parece, fez água.
Os espanhóis, que agora passaram a ter, indiretamente, 38% da Solpart, holding controladora da BrT, não devem facilitar essa união.
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