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09/06/2000
-
18h55
da Folha de S. Paulo
em Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou nesta sexta-feira (9) que irá utilizar o dinheiro arrecadado na venda da Chesf (Centrais Hidrelétricas do São Francisco), ainda sem data definida, para financiar o projeto de transposição do rio São Francisco.
FHC detalhou ainda que o governo pretende promover uma transposição dupla do São Francisco. No primeiro passo, ele irá transpor as águas do rio do Sono (afluente do rio Tocantins) para o rio Preto, na Bahia.
Esse rio deságua no São Francisco, que será transposto em dois pontos para irrigar áreas áridas de quatro Estados da região Nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
O presidente revelou as medidas ontem em entrevista ao lado do ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), na qual detalhou o modelo de privatização do setor elétrico brasileiro.
Ele confirmou que a empresa Furnas Centrais Elétricas terá uma venda pulverizada de ações, com o governo federal mantendo o controle da empresa, indicando a diretoria. Segundo o presidente, a empresa elétrica terá uma direção profissional.
Confirmou ainda a venda da hidrelétrica de Tucuruí (PA) por pelo menos US$ 1 bilhão e da Eletronorte, embora nesta empresa o governo vá continuar a ter participação.
Com essa decisão, FHC consegue agradar os três principais partidos de sua base de sustentação em um ano de eleições. A privatização de Furnas seguiu o modelo sugerido pelo PSDB, desagradando Tourinho, que é do PFL e defendia a divisão da empresa em três e a posterior venda para um grande grupo.
Para compensar o descontentamento, o PFL foi contemplado com o adiamento da venda da Chesf. Por fim, a proposta de transposição é do ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que é do PMDB.
O presidente ainda elogiou Tourinho, afirmando que ele foi o responsável pela definição do modelo de privatização do setor elétrico. O ministro ficou ao lado de FHC durante entrevista concedida pelo presidente, mas não falou.
Os modelos de privatização anunciados por FHC já foram aprovados pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização) e devem ser levados adiante ainda este ano.
O presidente não antecipou quanto o governo pretende arrecadar com a privatização da Chesf. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, as duas transposições precisam de pelo menos R$ 4,1 bilhões e levariam cerca de sete anos até a conclusão (leia nesta página).
Segundo FHC, a medida é "um horizonte de expectativas positivas para o Nordeste". "Nós nos preocupamos em realmente enfrentar a redenção do Nordeste em termos de água e de começarmos a fazer o resgate da dívida social que o Brasil tem com essa região do país", disse ele após explicar o projeto de transposição do São Francisco.
FHC considera que a obra de transposição do rio do Sono não é muito difícil de ser realizada, pois "nem é preciso um canal muito comprido".
A venda da Chesf deixará de lado apenas as duas represas que pertencem à empresa, Sobradinho e Itaparica, consideradas estratégicas para a irrigação da região Nordeste.
FHC explicou que isso será feito porque o Senado deverá aprovar em breve a criação da ANA (Agência Nacional das Águas), que será responsável por toda a política do setor.
A manutenção das duas represas sob controle estatal também agrada políticos nordestinos, que temiam o uso excessivo da água pelas usinas e o consequente desabastecimento da região.
Leia também:
Itamar reafirma que vai resistir à venda de Furnas
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Transposição do São Francisco será feita com dinheiro da venda da Chesf
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em Brasília
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou nesta sexta-feira (9) que irá utilizar o dinheiro arrecadado na venda da Chesf (Centrais Hidrelétricas do São Francisco), ainda sem data definida, para financiar o projeto de transposição do rio São Francisco.
FHC detalhou ainda que o governo pretende promover uma transposição dupla do São Francisco. No primeiro passo, ele irá transpor as águas do rio do Sono (afluente do rio Tocantins) para o rio Preto, na Bahia.
Esse rio deságua no São Francisco, que será transposto em dois pontos para irrigar áreas áridas de quatro Estados da região Nordeste: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
O presidente revelou as medidas ontem em entrevista ao lado do ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), na qual detalhou o modelo de privatização do setor elétrico brasileiro.
Ele confirmou que a empresa Furnas Centrais Elétricas terá uma venda pulverizada de ações, com o governo federal mantendo o controle da empresa, indicando a diretoria. Segundo o presidente, a empresa elétrica terá uma direção profissional.
Confirmou ainda a venda da hidrelétrica de Tucuruí (PA) por pelo menos US$ 1 bilhão e da Eletronorte, embora nesta empresa o governo vá continuar a ter participação.
Com essa decisão, FHC consegue agradar os três principais partidos de sua base de sustentação em um ano de eleições. A privatização de Furnas seguiu o modelo sugerido pelo PSDB, desagradando Tourinho, que é do PFL e defendia a divisão da empresa em três e a posterior venda para um grande grupo.
Para compensar o descontentamento, o PFL foi contemplado com o adiamento da venda da Chesf. Por fim, a proposta de transposição é do ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que é do PMDB.
O presidente ainda elogiou Tourinho, afirmando que ele foi o responsável pela definição do modelo de privatização do setor elétrico. O ministro ficou ao lado de FHC durante entrevista concedida pelo presidente, mas não falou.
Os modelos de privatização anunciados por FHC já foram aprovados pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização) e devem ser levados adiante ainda este ano.
O presidente não antecipou quanto o governo pretende arrecadar com a privatização da Chesf. De acordo com o Ministério da Integração Nacional, as duas transposições precisam de pelo menos R$ 4,1 bilhões e levariam cerca de sete anos até a conclusão (leia nesta página).
Segundo FHC, a medida é "um horizonte de expectativas positivas para o Nordeste". "Nós nos preocupamos em realmente enfrentar a redenção do Nordeste em termos de água e de começarmos a fazer o resgate da dívida social que o Brasil tem com essa região do país", disse ele após explicar o projeto de transposição do São Francisco.
FHC considera que a obra de transposição do rio do Sono não é muito difícil de ser realizada, pois "nem é preciso um canal muito comprido".
A venda da Chesf deixará de lado apenas as duas represas que pertencem à empresa, Sobradinho e Itaparica, consideradas estratégicas para a irrigação da região Nordeste.
FHC explicou que isso será feito porque o Senado deverá aprovar em breve a criação da ANA (Agência Nacional das Águas), que será responsável por toda a política do setor.
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