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09/06/2000
-
19h39
da Folha de S. Paulo
em Brasília
O governo federal irá manter o controle acionário de Furnas Centrais Elétricas e indicar o presidente da empresa mesmo após a venda da maior parte das ações para a iniciativa privada.
A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (9) pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Ontem, em reunião de FHC com políticos do PSDB e com o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), já havia sido decidido que o governo irá fazer a venda pulverizada das ações.
A principal hipótese é que cada acionista não poderá ter mais de 5% das ações e o governo ficará com algo entre 10% e 12% dos papéis. Essa divisão, aliadas a medidas que impeçam a associação de acionistas e que dêem o poder de veto ao governo, garantirão à União o controle da empresa.
"Esse mecanismo de pulverização do controle implica que exista uma direção profissionalizada em Furnas", afirmou o presidente. Essa direção será nomeada pelo governo. FHC afirmou que o modelo será semelhante ao adotado na Petrobras.
"Modificamos os mecanismos de gestão e demos um traço marcadamente empresarial à gestão da Petrobras e os resultados têm sido muito expressivos."
O presidente não considera a gestão empresarial incompatível com a manutenção na empresa do atual presidente, o ex-deputado federal Luiz Carlos Santos (PFL). "Que eu saiba, ele é profissional também."
Segundo o presidente, esse modelo de privatização foi copiado da Inglaterra, mas ele não explicou detalhes da inspiração européia. Ele disse que o objetivo é "acelerar o processo de privatização e atualizar as possibilidades para uma ativação do mercado de capitais do Brasil".
Para facilitar a participação da população e de pequenos investidores no processo de privatização, o governo estuda autorizar a utilização do FGTS na compra das ações de Furnas.
A pulverização das ações evita a cisão da empresa, proposta defendida por Tourinho, que previa a divisão de Furnas em três empresas e a posterior venda para grandes empresas.
O presidente explicou que isso não é necessário porque Furnas gera caixa (dinheiro).
É o oposto do que ocorre com a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Como a empresa precisa de muito dinheiro para a construção de outra usina, FHC disse que o governo decidiu vendê-la pelo preço mínimo de US$ 1 bilhão.
A Eletronorte, empresa responsável pelo abastecimento de energia na maior parte da região Norte, também será vendida. Mas a Eletrobrás, que hoje é a principal acionista, manterá uma participação de cerca de 40%.
A Eletrobrás terá poder de veto para poder defender políticas sociais na região. Outra condição da venda da Eletronorte é que todo o dinheiro arrecadado seja utilizado no desenvolvimento da rede elétrica da região.
Leia também:
Itamar reafirma que vai resistir à venda de Furnas
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Governo vai manter controle acionário de Furnas
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em Brasília
O governo federal irá manter o controle acionário de Furnas Centrais Elétricas e indicar o presidente da empresa mesmo após a venda da maior parte das ações para a iniciativa privada.
A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (9) pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Ontem, em reunião de FHC com políticos do PSDB e com o ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), já havia sido decidido que o governo irá fazer a venda pulverizada das ações.
A principal hipótese é que cada acionista não poderá ter mais de 5% das ações e o governo ficará com algo entre 10% e 12% dos papéis. Essa divisão, aliadas a medidas que impeçam a associação de acionistas e que dêem o poder de veto ao governo, garantirão à União o controle da empresa.
"Esse mecanismo de pulverização do controle implica que exista uma direção profissionalizada em Furnas", afirmou o presidente. Essa direção será nomeada pelo governo. FHC afirmou que o modelo será semelhante ao adotado na Petrobras.
"Modificamos os mecanismos de gestão e demos um traço marcadamente empresarial à gestão da Petrobras e os resultados têm sido muito expressivos."
O presidente não considera a gestão empresarial incompatível com a manutenção na empresa do atual presidente, o ex-deputado federal Luiz Carlos Santos (PFL). "Que eu saiba, ele é profissional também."
Segundo o presidente, esse modelo de privatização foi copiado da Inglaterra, mas ele não explicou detalhes da inspiração européia. Ele disse que o objetivo é "acelerar o processo de privatização e atualizar as possibilidades para uma ativação do mercado de capitais do Brasil".
Para facilitar a participação da população e de pequenos investidores no processo de privatização, o governo estuda autorizar a utilização do FGTS na compra das ações de Furnas.
A pulverização das ações evita a cisão da empresa, proposta defendida por Tourinho, que previa a divisão de Furnas em três empresas e a posterior venda para grandes empresas.
O presidente explicou que isso não é necessário porque Furnas gera caixa (dinheiro).
É o oposto do que ocorre com a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará. Como a empresa precisa de muito dinheiro para a construção de outra usina, FHC disse que o governo decidiu vendê-la pelo preço mínimo de US$ 1 bilhão.
A Eletronorte, empresa responsável pelo abastecimento de energia na maior parte da região Norte, também será vendida. Mas a Eletrobrás, que hoje é a principal acionista, manterá uma participação de cerca de 40%.
A Eletrobrás terá poder de veto para poder defender políticas sociais na região. Outra condição da venda da Eletronorte é que todo o dinheiro arrecadado seja utilizado no desenvolvimento da rede elétrica da região.
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