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11/01/2001 - 02h46

Transbrasil reage a "aeropovo" e corta tarifa

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RICARDO GRINBAUM, da Folha de S.Paulo

A Transbrasil vai dar descontos de 58% no preço das passagens aéreas em todos os vôos nacionais em fevereiro. Essa é a primeira resposta de uma companhia aérea tradicional à chegada das empresas barateiras ao país.

Na semana passada, as novatas Gol e Nacional anunciaram tarifas entre 50% e 60% mais baixas do que as da Varig, TAM, Vasp, Transbrasil e Rio Sul. Agora, a Transbrasil promete ultrapassar a maioria dos abatimentos oferecidos pelas novas rivais.

Com a promoção, a Transbrasil vai oferecer bilhetes de São Paulo para Fortaleza por R$ 286, contra R$ 358 da Nacional. A tarifa mais baixa da TAM para Fortaleza sai por R$ 408; a da Vasp custa R$ 411 e a da Varig sai por R$ 603. O bilhete da Transbrasil poderá ser pago em três parcelas sem juros.

"Ficamos com os preços mais baixos do Brasil", diz Flávio Carvalho, vice-presidente executivo da Transbrasil. "O brasileiro pode voar com tarifas mais baixas com a segurança e o serviço de bordo de uma empresa tradicional."

A Transbrasil diz que não vai mudar o serviço de bordo. Um dos argumentos das companhias barateiras, as "aeropovo", para oferecer descontos generosos é o fato de ser menores, menos endividadas e oferecerem serviço de bordo mais simples do que as empresas tradicionais.

A promoção da Transbrasil será limitada ao mês de fevereiro. Todas as reservas ou compras dos bilhetes terão de ser feitas nos dias 12, 13 e 14 de janeiro, em lojas da companhia, em agências de viagem ou nos aeroportos.

"A chegada das companhias especializadas em descontos facilitou a realização de promoções", diz Carvalho. "Antes, se uma empresa fazia muitas promoções, era malvista pelos passageiros, como se fosse sinal de problemas."

Guerra tarifária
Varig, TAM, Vasp e Rio Sul ainda não reagiram oficialmente ao desembarque das companhias populares no Brasil e mantiveram suas tabelas de preços. Segundo a assessoria de imprensa da Varig, a empresa não pretende entrar numa guerra tarifária.

Para a Varig, a Gol, a Nacional e outras candidatas a companhias regulares, como a Fly, trabalham em outro espaço aéreo. Seria um mercado especializado em descontos para uma clientela de baixo poder aquisitivo.

A Varig diz que vai usar outra empresa do grupo para atuar nesse mercado. Trata-se da Rotatur, especializada em vôos por fretamento, em que o passageiro perde o dinheiro se tiver que mudar a data de embarque.

TAM e Vasp adotaram uma estratégia parecida, de evitar o confronto direto com as novas concorrentes. Até porque as novas companhias são pequenas e, por enquanto, ainda não representam uma ameaça forte no mercado.

O anúncio da Transbrasil pode mudar esse quadro e trazer para a disputa comercial as outras companhias regulares. Mesmo assim, ninguém espera, por enquanto, que se repita a guerra tarifária que ocorreu em 1998.

"Estamos limitando nossa promoção a 15% dos lugares nos vôos", diz Flávio Carvalho. "As empresas estão escaldadas e não querem repetir a política suicida que ocorreu dois anos atrás."

As companhias, incluindo a Transbrasil, estão muito endividadas e temem que uma guerra tarifária pode agravar o problema. As empresas estão até pleiteando junto ao governo um aumento das tarifas aéreas sob o argumento que os custos subiram.
 

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