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25/01/2001
-
18h24
da Reuters
em Davos, Suíça
O escritor brasileiro Paulo Coelho, um dos autores contemporâneos mais lidos no mundo e um dos convidados habituais do Fórum Econômico de Davos (Suíça), gostaria de participar na verdade do fórum alternativo de Porto Alegre que começou simultaneamente nesta quinta-feira.
Mas ele reconheceu que não foi convidado para o Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
"Claro (que gostaria de ir), mas não fui convidado", disse Coelho em sua chegada ao Fórum, onde costuma participar dos debates sobre temas culturais ou espirituais.
"Creio que aqui (em Davos) há uma possibilidade de diálogo efetivo. Espero que em Porto Alegre haja também essa possibilidade", acrescentou.
O autor de O Alquimista (mais de 11 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo) disse que esse diálogo "se vive muito mais romanticamente em Porto Alegre, mas não é verdadeiro. Conheço os dois meios (políticos), transitei por eles".
Indagado sobre o possível crescimento de um movimento antiglobalização em escala planetária, Coelho afirmou que "o antagonismo não cresce, de alguma maneira é uma aproximação".
"Antes não havia manifestações. Em algum momento chegará o diálogo" entre todas as partes, antiglobalistas e empresários, governos e sociedade civil.
"A manifestação violenta é muito romântica, muito da mídia. Ajuda bastante a CNN, e nada mais. Me lembra minha época hippie: grandes ideais, nenhuma prática", assinalou em referência aos incidentes nas portas do Fórum do ano passado.
Coelho, cortejado por numerosos convidados ao Fórum de Davos e assíduo distribuidor de autógrafos, assegurou que veio ao evento com a intenção de discutir "a tolerância religiosa" no planeta.
"O que estamos vendo agora com a globalização vamos ver dentro de 20 anos com a religião. Houve um momento em que se globalizou Deus. Um Deus que é melhor do que todos os demais não é possível. Aqui começa o perigo, porque não há mesa de negociação mas a idéia do martírio", explicou.
Coelho fez recentemente a primeira viagem de um escritor ocidental ao Irã desde a explosão do caso Rushdie, mas afirmou que esse perigo de intolerância não percebeu lá.
"O que tem a ver é o renascer da espiritualidade, o que significa por um lado um passo 10 mil anos para a frente, ou voltar ao medieval. Já temos os exemplos: quando a religião se impõe como o valor básico, estamos perdidos", concluiu.
Paulo Coelho está em Davos de olho em Porto Alegre
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em Davos, Suíça
O escritor brasileiro Paulo Coelho, um dos autores contemporâneos mais lidos no mundo e um dos convidados habituais do Fórum Econômico de Davos (Suíça), gostaria de participar na verdade do fórum alternativo de Porto Alegre que começou simultaneamente nesta quinta-feira.
Mas ele reconheceu que não foi convidado para o Fórum Social Mundial de Porto Alegre.
"Claro (que gostaria de ir), mas não fui convidado", disse Coelho em sua chegada ao Fórum, onde costuma participar dos debates sobre temas culturais ou espirituais.
"Creio que aqui (em Davos) há uma possibilidade de diálogo efetivo. Espero que em Porto Alegre haja também essa possibilidade", acrescentou.
O autor de O Alquimista (mais de 11 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo) disse que esse diálogo "se vive muito mais romanticamente em Porto Alegre, mas não é verdadeiro. Conheço os dois meios (políticos), transitei por eles".
Indagado sobre o possível crescimento de um movimento antiglobalização em escala planetária, Coelho afirmou que "o antagonismo não cresce, de alguma maneira é uma aproximação".
"Antes não havia manifestações. Em algum momento chegará o diálogo" entre todas as partes, antiglobalistas e empresários, governos e sociedade civil.
"A manifestação violenta é muito romântica, muito da mídia. Ajuda bastante a CNN, e nada mais. Me lembra minha época hippie: grandes ideais, nenhuma prática", assinalou em referência aos incidentes nas portas do Fórum do ano passado.
Coelho, cortejado por numerosos convidados ao Fórum de Davos e assíduo distribuidor de autógrafos, assegurou que veio ao evento com a intenção de discutir "a tolerância religiosa" no planeta.
"O que estamos vendo agora com a globalização vamos ver dentro de 20 anos com a religião. Houve um momento em que se globalizou Deus. Um Deus que é melhor do que todos os demais não é possível. Aqui começa o perigo, porque não há mesa de negociação mas a idéia do martírio", explicou.
Coelho fez recentemente a primeira viagem de um escritor ocidental ao Irã desde a explosão do caso Rushdie, mas afirmou que esse perigo de intolerância não percebeu lá.
"O que tem a ver é o renascer da espiritualidade, o que significa por um lado um passo 10 mil anos para a frente, ou voltar ao medieval. Já temos os exemplos: quando a religião se impõe como o valor básico, estamos perdidos", concluiu.
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