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29/01/2001 - 12h08

Bancos voltam a investir em fundos imobiliários

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SILVANA MAUTONE
do Folhainvest da Folha de S.Paulo

Queda das taxas de juros, tradicional interesse do investidor brasileiro por imóveis e necessidade de diversificação nas aplicações. A convergência desses três elementos está fazendo com que o mercado financeiro aposte neste ano no crescimento dos fundos imobiliários voltados para pequenos e médios investidores.

'A procura por informações para a constituição desses fundos cresceu bastante desde o final do ano passado'', diz Felipe Motta, gerente de registros da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

Entre os interessados estão grandes bancos de varejo. É o caso da CEF (Caixa Econômica Federal), Banco do Brasil e Sudameris, que já têm projetos em andamento. O Bradesco também já manifestou seu interesse. Para Roberto Parente, diretor do banco, 'o fundo imobiliário é um dos produtos que devem deslanchar este ano''.

A chegada desses participantes de peso deve impactar fortemente o mercado, hoje ainda pequeno. Dos 57 fundos imobiliários existentes, só três oferecem cotas a preços acessíveis a pessoas físicas. O primeiro deles, lançado em 99, foi o JK Financial Center, um edifício de escritórios de alto padrão em São Paulo, da Brazil Realty Empreendimentos Imobiliários. A cota mínima custava R$ 75 mil.

Segundo o diretor comercial Eduardo Coelho de Almeida, a Brazil Realty agora estuda o lançamento de um novo fundo, desta vez para vender em cotas a parte que possui no Shopping ABC, em Santo André (Grande São Paulo).

Os outros dois fundos imobiliários disponíveis ao varejo hoje no mercado são o do Shopping Pátio Higienópolis e o do Hospital da Criança, ambos em São Paulo, com aplicações mínimas de R$ 10 mil e R$ 5.000, respectivamente.

Para este ano, a Brazilian Mortgages, empresa responsável pela estruturação desses fundos, prevê o lançamento de outros sete produtos. Serão dois lastreados em centros empresariais, um na região da Água Branca, no centro de São Paulo, e o outro em Joinville (SC).

Quatro em shoppings já em funcionamento: no Rio de Janeiro, em Curitiba, em Porto Alegre e em Ribeirão Preto (interior de São Paulo). E há ainda o projeto de uma escola na capital paulista.

A CEF vai lançar até o início de março o seu fundo imobiliário. O patrimônio -cerca de R$ 300 milhões- será composto pela participação que a Funcef (fundo de pensão dos funcionários do banco) detém em 15 shoppings -entre eles o Morumbi e o Paulista, em São Paulo; o Brasília Shopping e o Conjunto Nacional, no Distrito Federal; e o Shopping Barra, em Salvador. "Outros quatro shoppings ainda em construção devem, depois de prontos, também integrar o fundo", diz Edo de Freitas, presidente da Funcef.

A aplicação mínima será de R$ 1.000. "O risco será baixo. Os 15 shoppings que farão parte do fundo são empreendimentos consolidados", diz Jorge Luiz Ávila da Silva, diretor de administração de ativos de terceiros da CEF.

Diferentemente dos fundos existentes hoje, a CEF não garantirá rentabilidade mínima nos primeiros anos. Segundo Silva, isso não será preciso porque a média histórica de rentabilidade dos shoppings que irão compor o fundo permite estimar que o cotista terá um ganho anual de 10% mais a variação do IGP-M.

O Sudameris deve lançar seu fundo na mesma época em que a CEF. Mas ele se destinará a investidores de maior porte. A aplicação mínima será R$ 50 mil.

Segundo Amilton Bardelotti, diretor de mercado de capitais da Corretora Sudameris, o fundo será lastreado nos cerca de 20 imóveis próprios da instituição, onde funcionam agências do banco.

Com a criação do fundo, no valor de R$ 60 milhões, o banco passará a pagar aluguel aos cotistas. Assim como o fundo da CEF, o do Sudameris não garantirá rentabilidade mínima. A estimativa é de ganho de 12% ao ano, além do IGP-M.

O Banco do Brasil lançará dois fundos. Um deles composto pelos cerca de 60 imóveis do banco, geralmente grandes prédios empresariais. A aplicação mínima não foi divulgada, mas com esse fundo o BB espera captar R$ 500 milhões.

O outro será lastreado com parte dos 4.000 imóveis que passaram a pertencer ao banco em razão de empréstimos não pagos. Com esse fundo, a expectativa é captar outros R$ 300 milhões.
 

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