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09/02/2001
-
08h20
da Folha de S.Paulo
A Embaixada do Canadá apresentou ontem o que acredita ser uma prova da negligência do governo brasileiro na crise da vaca louca. Trata-se de uma carta datada de junho de 2000, na qual os canadenses alertavam que as importações de carne seriam suspensas em caso de falta de informações do Brasil sobre a doença da vaca louca.
Se a versão canadense se confirmar, o documento provaria que o incidente comercial se deve única e exclusivamente a falhas dos responsáveis pela área sanitária brasileira, que não responderam em tempo os pedidos de informação formulados pelo Canadá.
O problema é que os canadenses não têm comprovação de que a carta foi realmente entregue. E o Brasil nega que a tenha recebido.
O governo brasileiro vem repetindo que foi surpreendido pela decisão canadense de reprovar a carne brasileira -e que não houve pedidos para que o país enviasse informações adequadas para que os canadenses concluíssem que o rebanho brasileiro está livre da doença da vaca louca.
A carta
Ontem, o encarregado de negócios canadense no Brasil, José Herran-Lima, apresentou uma carta enviada há sete meses à coordenadora do Programa Sanitário da Secretaria de Defesa Agropecuária, Denise Costa.
Datado de 14 de junho de 2000, o documento afirma: "Vale ressaltar que o preenchimento das informações é de muita importância para que seja evitada uma interrupção nas exportações de carne do Brasil para o Canadá".
Herran-Lima afirma que a embaixada encaminhou a carta por meio de fax e, em seguida, pelo correio. Mas não apresentou recibo de envio de fax nem um aviso de recebimento da carta enviada.
O Ministério da Agricultura rechaçou ontem a hipótese de ter recebido o documento. A coordenadora do Programa Sanitário sustenta que nada chegou a suas mãos -e o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, afirma que nos protocolos do ministério não há nenhum registro do recebimento de tal correspondência.
"Não vou discutir questões burocráticas. O extravio de uma carta não pode ser justificativa para uma retaliação que tem objetivos outros", disse o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Israel não veta carne
A embaixada de Israel no Brasil emitiu nota ontem afirmando que o governo israelense não pensa em proibir a importação da carne bovina brasileira "porque não existe nenhuma informação sobre o surto da doença da vaca louca" no país. "A notícia vinda do Canadá não é comprovada", afirma a nota.
Ontem, o embaixador israelense, Daniel Gazit, convidou a imprensa brasileira para um almoço na sede da embaixada -onde tratou das eleições em Israel-, e aproveitou a discussão sobre a possibilidade da doença para brincar. "Quero enfatizar que no menu tem carne de vaca. E que nós
continuamos a comê-la".
A carne bovina foi o principal item da pauta de importações de Israel no
comércio com o Brasil, em 2001. Israel importou cerca de US$ 30 milhões em carne brasileira -o que representa quase a metade dos US$ 70 milhões dos gastos israelenses no país.
As embaixadas do Chile e do Irã soltaram notas informando que não foram adotadas restrições à importação de carne bovina do Brasil. O embaixador do Irã, Mansour Moazami, chegou a enviar um carta ao Itamaraty.
Canadá diz ter prova de que Brasil falhou
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A Embaixada do Canadá apresentou ontem o que acredita ser uma prova da negligência do governo brasileiro na crise da vaca louca. Trata-se de uma carta datada de junho de 2000, na qual os canadenses alertavam que as importações de carne seriam suspensas em caso de falta de informações do Brasil sobre a doença da vaca louca.
Se a versão canadense se confirmar, o documento provaria que o incidente comercial se deve única e exclusivamente a falhas dos responsáveis pela área sanitária brasileira, que não responderam em tempo os pedidos de informação formulados pelo Canadá.
O problema é que os canadenses não têm comprovação de que a carta foi realmente entregue. E o Brasil nega que a tenha recebido.
O governo brasileiro vem repetindo que foi surpreendido pela decisão canadense de reprovar a carne brasileira -e que não houve pedidos para que o país enviasse informações adequadas para que os canadenses concluíssem que o rebanho brasileiro está livre da doença da vaca louca.
A carta
Ontem, o encarregado de negócios canadense no Brasil, José Herran-Lima, apresentou uma carta enviada há sete meses à coordenadora do Programa Sanitário da Secretaria de Defesa Agropecuária, Denise Costa.
Datado de 14 de junho de 2000, o documento afirma: "Vale ressaltar que o preenchimento das informações é de muita importância para que seja evitada uma interrupção nas exportações de carne do Brasil para o Canadá".
Herran-Lima afirma que a embaixada encaminhou a carta por meio de fax e, em seguida, pelo correio. Mas não apresentou recibo de envio de fax nem um aviso de recebimento da carta enviada.
O Ministério da Agricultura rechaçou ontem a hipótese de ter recebido o documento. A coordenadora do Programa Sanitário sustenta que nada chegou a suas mãos -e o secretário de Defesa Agropecuária, Luiz Carlos de Oliveira, afirma que nos protocolos do ministério não há nenhum registro do recebimento de tal correspondência.
"Não vou discutir questões burocráticas. O extravio de uma carta não pode ser justificativa para uma retaliação que tem objetivos outros", disse o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Israel não veta carne
A embaixada de Israel no Brasil emitiu nota ontem afirmando que o governo israelense não pensa em proibir a importação da carne bovina brasileira "porque não existe nenhuma informação sobre o surto da doença da vaca louca" no país. "A notícia vinda do Canadá não é comprovada", afirma a nota.
Ontem, o embaixador israelense, Daniel Gazit, convidou a imprensa brasileira para um almoço na sede da embaixada -onde tratou das eleições em Israel-, e aproveitou a discussão sobre a possibilidade da doença para brincar. "Quero enfatizar que no menu tem carne de vaca. E que nós
continuamos a comê-la".
A carne bovina foi o principal item da pauta de importações de Israel no
comércio com o Brasil, em 2001. Israel importou cerca de US$ 30 milhões em carne brasileira -o que representa quase a metade dos US$ 70 milhões dos gastos israelenses no país.
As embaixadas do Chile e do Irã soltaram notas informando que não foram adotadas restrições à importação de carne bovina do Brasil. O embaixador do Irã, Mansour Moazami, chegou a enviar um carta ao Itamaraty.
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