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12/06/2000
-
10h38
da Folha de S. Paulo
em Brasília
O governo federal decidiu privatizar também as redes de transmissão de Furnas Centrais Elétricas. O projeto anterior previa apenas a venda da parte de geração de energia de Furnas.
O anúncio foi feito ontem pelo ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), durante entrevista em Brasília. Tourinho declarou ainda que a União terá participação acionária e indicará os membros da diretoria da empresa por cerca de dois anos. Após esse período, Furnas passa totalmente à iniciativa privada.
O ministro explicou que o governo vai criar uma holding para unir as empresas de transmissão e de geração de energia. Em seguida, venderá as ações da nova empresa em três leilões, que ocorrerão simultaneamente em Bolsas de Valores do Brasil e dos EUA.
O governo não revelou quanto estima arrecadar com a privatização de Furnas. Mas estudos feitos pela FGV mostram que a arrecadação deve variar entre US$ 4 bilhões e US$ 6,5 bilhões.
Segundo Tourinho, a inclusão das redes agrega um valor muito grande à empresa, proporcionando maior receita ao governo. Além disso, a União pretende deixar de investir em transmissão, geração e distribuição até 2001.
Antes da venda das ações, será necessário promover ajustes jurídicos nos estatutos de Furnas, o que deve levar cerca de seis meses. Em seguida, serão realizados os leilões, um a cada seis meses.
Esses leilões irão vender 70% das ações de Furnas que estão em poder do governo. Os outros 30% já estão no mercado.
Tourinho explicou que haverá um intervalo entre os leilões para que a empresa se valorize e a União consiga maior arrecadação. "Esse prazo é necessário porque o mercado precisa ver que a empresa mudou, que não é mais uma estatal e pode ser uma boa fonte de investimentos."
Durante o processo, o governo indicará os membros do conselho diretor da empresa e manterá o direito de vetar decisões. No final, sai de cena. "No primeiro leilão, o governo irá permanecer como o maior acionista, mas perderá poder aos poucos até deixar a empresa."
Estratégia semelhante será adotada com a Eletronorte. Até o ano que vem, o governo venderá 51% das ações a um único controlador. Os 49% restantes ficarão em poder da União e dos Estados por cinco anos. A seguir, haverá outro leilão de privatização.
De acordo com Tourinho, o objetivo é garantir a manutenção de uma política social na empresa nesse período, já que os Estados da região têm os piores índices de fornecimento elétrico do país.
A única parte da Eletronorte em que o governo não terá influência é a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, que será desmembrada e vendida separadamente em um leilão. A União pretende arrecadar pelo menos US$ 1 bilhão.
A empresa compradora terá obrigação contratual de concluir a usina de Tucuruí 2, o que deve consumir R$ 750 milhões.
Tourinho detalhou ainda a venda da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que será dividida em quatro grupos: dois de geração, um de transmissão e um encarregado de operar os reservatórios de Sobradinho e Itaparica. Os três primeiros serão totalmente vendidos, e os reservatórios continuarão com a União.
Transmissão de Furnas também será privatizada
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em Brasília
O governo federal decidiu privatizar também as redes de transmissão de Furnas Centrais Elétricas. O projeto anterior previa apenas a venda da parte de geração de energia de Furnas.
O anúncio foi feito ontem pelo ministro Rodolpho Tourinho (Minas e Energia), durante entrevista em Brasília. Tourinho declarou ainda que a União terá participação acionária e indicará os membros da diretoria da empresa por cerca de dois anos. Após esse período, Furnas passa totalmente à iniciativa privada.
O ministro explicou que o governo vai criar uma holding para unir as empresas de transmissão e de geração de energia. Em seguida, venderá as ações da nova empresa em três leilões, que ocorrerão simultaneamente em Bolsas de Valores do Brasil e dos EUA.
O governo não revelou quanto estima arrecadar com a privatização de Furnas. Mas estudos feitos pela FGV mostram que a arrecadação deve variar entre US$ 4 bilhões e US$ 6,5 bilhões.
Segundo Tourinho, a inclusão das redes agrega um valor muito grande à empresa, proporcionando maior receita ao governo. Além disso, a União pretende deixar de investir em transmissão, geração e distribuição até 2001.
Antes da venda das ações, será necessário promover ajustes jurídicos nos estatutos de Furnas, o que deve levar cerca de seis meses. Em seguida, serão realizados os leilões, um a cada seis meses.
Esses leilões irão vender 70% das ações de Furnas que estão em poder do governo. Os outros 30% já estão no mercado.
Tourinho explicou que haverá um intervalo entre os leilões para que a empresa se valorize e a União consiga maior arrecadação. "Esse prazo é necessário porque o mercado precisa ver que a empresa mudou, que não é mais uma estatal e pode ser uma boa fonte de investimentos."
Durante o processo, o governo indicará os membros do conselho diretor da empresa e manterá o direito de vetar decisões. No final, sai de cena. "No primeiro leilão, o governo irá permanecer como o maior acionista, mas perderá poder aos poucos até deixar a empresa."
Estratégia semelhante será adotada com a Eletronorte. Até o ano que vem, o governo venderá 51% das ações a um único controlador. Os 49% restantes ficarão em poder da União e dos Estados por cinco anos. A seguir, haverá outro leilão de privatização.
De acordo com Tourinho, o objetivo é garantir a manutenção de uma política social na empresa nesse período, já que os Estados da região têm os piores índices de fornecimento elétrico do país.
A única parte da Eletronorte em que o governo não terá influência é a hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, que será desmembrada e vendida separadamente em um leilão. A União pretende arrecadar pelo menos US$ 1 bilhão.
A empresa compradora terá obrigação contratual de concluir a usina de Tucuruí 2, o que deve consumir R$ 750 milhões.
Tourinho detalhou ainda a venda da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), que será dividida em quatro grupos: dois de geração, um de transmissão e um encarregado de operar os reservatórios de Sobradinho e Itaparica. Os três primeiros serão totalmente vendidos, e os reservatórios continuarão com a União.
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