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16/07/2000 - 12h01

Crise política não contagia economia brasileira

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da Folha de S.Paulo

O suposto envolvimento de funcionários do alto escalão federal no escândalo do superfaturamento das obras de construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo deixou nervoso o mercado financeiro, mas não deve ser suficiente para acabar com a lua-de-mel entre o Brasil e os investidores.

Especialistas ouvidos pela Folha acham que alguns indicadores, como variação do dólar e juros, podem piorar nas próximas semanas, por conta da crise política. Mas, caso não apareçam acusações mais graves contra membros do governo, os efeitos só ocorrerão no curto prazo.

'Essa crise pode eventualmente causar uma paralisia nos negócios, com adiamento do anúncio de novos investimentos, mas isso terá vida curta', afirma o consultor e ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega. 'As evidências até agora indicam que se deu dimensão maior à crise do que ela merece', diz o ex-ministro.


Dia nervoso

Para o mercado, o dia mais nervoso foi a quinta-feira passada, quando a revista 'IstoÉ' divulgou a transcrição de telefonemas de Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT paulista, e eram fortes os boatos de que o ministro Martus Tavares (Planejamento) seria demitido.

No dia seguinte, os sinais já eram de recuperação: a Bovespa registrou alta de 2,65%, após queda de 3,57% no dia anterior. O dólar comercial recuou 0,55% e fechou em R$ 1,803 para venda.


Bons fundamentos

Além do que consideram acusações frágeis contra o governo, os especialistas ouvidos pela Folha ressaltam que os bons indicadores da economia brasileira neste ano continuarão despertando o interesse dos investidores internacionais.

O crescimento da produção industrial no primeiro semestre, a estabilidade do dólar e a queda dos juros fizeram renascer o ânimo no país. Empresários começaram a desengavetar projetos de expansão de fábricas, e os estrangeiros ensaiam uma volta maciça às Bolsas de Valores.

Até o presidente Fernando Henrique Cardoso, diante dos números positivos, voltou a falar nas últimas semanas em crescimento do Produto Interno Bruto acima de 4% em 2000.


'Acidente de trabalho'

'O evento político é visto com ansiedade, mas ainda não é suficiente para afetar a economia real, por causa da solidez do ajuste fiscal e da retomada do crescimento', afirma Odair Abate, economista-chefe do Lloyds Bank.

O presidente da Volkswagen no Brasil, Hebert Demel, responsável por convencer a matriz na Alemanha a aplicar aqui, segue na mesma linha. 'O que importa é o projeto econômico do país. O que aconteceu agora é mais um acidente de trabalho', diz.

Para Odair Abate, o governo brasileiro só sairá enfraquecido do episódio se aparecerem fatos novos que aproximem mais assessores diretos do presidente Fernando Henrique Cardoso do escândalo do TRT paulista

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