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17/02/2001
-
06h30
GUILHERME BARROS, editor do Painel S/A
O governo brasileiro deverá determinar nos próximos dias o fechamento da fronteira do país para a importação de carne da Argentina. São dois os motivos que levam o governo a tomar essa medida de confronto.
O primeiro é de caráter técnico. Os jornais argentinos têm noticiado nos últimos dias a presença de focos de febre aftosa no gado de lá e, agora, o rebanho brasileiro pode ficar vulnerável ao contágio já que está vencendo o prazo de vacinação do gado.
Há, no entanto, um motivo político. O governo brasileiro não gostou de a Argentina não ter se manifestado na guerra comercial que o país trava com o Canadá.
A Folha apurou que importantes membros do governo acham que a Argentina deveria ter se pronunciado em defesa do Brasil contra as pressões canadenses. Para muitos, a atitude passiva do governo argentino pode ter comprometido o Mercosul.
A necessidade de vetar a importação da carne argentina partiu de carta confidencial enviada pelo presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Na carta, Sperotto diz que é imprescindível o Brasil suspender a importação de carne da Argentina diante das notícias de febre aftosa no gado de lá. O prazo de validade da vacina contra a febre aftosa do gado brasileiro venceu.
Sperotto disse que já manteve contato por telefone com Pratini de Moraes, antes mesmo de enviar a carta. Segundo o presidente da Farsul, Pratini ficou convencido, diante das razões apontadas, da necessidade de aplicar as restrições à carne argentina.
O Brasil importou ano passado US$ 43 milhões em carne da Argentina e exportou apenas US$ 360 mil.
A Folha apurou que o veto do Brasil pode atingir outros produtos agropecuários, além da carne. O Ministério da Agricultura vai examinar a extensão do bloqueio na próxima semana. O veto deve atingir os derivados da carne.
Sperotto também considerou muito estranho o fato de a Argentina não ter se manifestado a favor do Brasil com relação ao imbróglio com o Canadá. Afinal, segundo ele, o veto não foi só do Canadá, mas de todos os países que compõem o Nafta. "O Mercosul deveria ter respondido", diz Sperotto.
O presidente da Farsul estranhou ainda mais o fato de ter marcado uma reunião para o próximo dia 22 com as federações de pecuaristas dos países do Mercosul, mas a Argentina adiou o encontro para 8 de março.
Brasil fecha fronteira para carne argentina
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O governo brasileiro deverá determinar nos próximos dias o fechamento da fronteira do país para a importação de carne da Argentina. São dois os motivos que levam o governo a tomar essa medida de confronto.
O primeiro é de caráter técnico. Os jornais argentinos têm noticiado nos últimos dias a presença de focos de febre aftosa no gado de lá e, agora, o rebanho brasileiro pode ficar vulnerável ao contágio já que está vencendo o prazo de vacinação do gado.
Há, no entanto, um motivo político. O governo brasileiro não gostou de a Argentina não ter se manifestado na guerra comercial que o país trava com o Canadá.
A Folha apurou que importantes membros do governo acham que a Argentina deveria ter se pronunciado em defesa do Brasil contra as pressões canadenses. Para muitos, a atitude passiva do governo argentino pode ter comprometido o Mercosul.
A necessidade de vetar a importação da carne argentina partiu de carta confidencial enviada pelo presidente da Federação dos Agricultores do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.
Na carta, Sperotto diz que é imprescindível o Brasil suspender a importação de carne da Argentina diante das notícias de febre aftosa no gado de lá. O prazo de validade da vacina contra a febre aftosa do gado brasileiro venceu.
Sperotto disse que já manteve contato por telefone com Pratini de Moraes, antes mesmo de enviar a carta. Segundo o presidente da Farsul, Pratini ficou convencido, diante das razões apontadas, da necessidade de aplicar as restrições à carne argentina.
O Brasil importou ano passado US$ 43 milhões em carne da Argentina e exportou apenas US$ 360 mil.
A Folha apurou que o veto do Brasil pode atingir outros produtos agropecuários, além da carne. O Ministério da Agricultura vai examinar a extensão do bloqueio na próxima semana. O veto deve atingir os derivados da carne.
Sperotto também considerou muito estranho o fato de a Argentina não ter se manifestado a favor do Brasil com relação ao imbróglio com o Canadá. Afinal, segundo ele, o veto não foi só do Canadá, mas de todos os países que compõem o Nafta. "O Mercosul deveria ter respondido", diz Sperotto.
O presidente da Farsul estranhou ainda mais o fato de ter marcado uma reunião para o próximo dia 22 com as federações de pecuaristas dos países do Mercosul, mas a Argentina adiou o encontro para 8 de março.
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