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18/07/2000
-
17h48
EDUARDO CUCOLO
repórter da Folha Online
O depoimento do banqueiro Salvatore Cacciola foi um dos motivos que levou a Justiça a acatar a denúncia contra a diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi.
"Nota-se que é bastante frequente a menção ao nome de Tereza Grossi como sendo a pessoa com quem aquele acusado (Cacciola) tratou da ajuda ao banco Marka durante o tempo todo, dando a entender que a denunciada conhecia completamente o teor da operação que se projetava para tal finalidade, ainda que dependente de decisões superiores", diz o juiz da 6ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, Abel Fernandes Gomes, responsável pelo caso.
Na defesa prévia entregue ao juiz da 6ª Vara, os acusados alegam que apenas obedeceram às ordens de seus superiores. Mas segundo o juiz isso não isenta os réus de culpa.
"As respostas preliminares não foram capaz de superar os fatos, calcados em dez laudos periciais, depoimentos, documento, etc.", diz o juiz. "Resta apurar até que ponto ia a sua liberdade de agir."
Defesa prévia
O Ministério Público já havia denunciado Grossi e o consultor do BC Alexandre Pundek, no início de junho, no caso do socorro aos bancos Marka e FonteCindam.
O juiz aceitou a denúncia contra vários envolvidos, incluindo o ex-dono do Marka, Salvatore Cacciola, e o ex-presidente do BC Francisco Lopes. Mas por serem funcionários públicos, Grossi e Pundek tiveram direito de entregar uma defesa prévia.
Como o juiz entendeu que o conteúdo da defesa prévia não rebatia as acusações formuladas pelo MP, a partir de agora Grossi e Pundek passam a ser réus no processo.
Entenda a participação de Grossi
Tereza Grossi, então chefe interina do Departamento de Fiscalização, recebeu no dia 13 a visita de Salvatore Cacciola, dono do Banco Marka, que apostou que o real continuaria sobrevalorizado diante do dólar.
Na época, US$ 1 valia R$ 1,22. No dia 13, o BC aumentou o valor do dólar para R$ 1,32, o que quebrou o Marka. Cacciola queria que o BC lhe vendesse dólares pela cotação de R$ 1,25 para poder continuar a operar.
Grossi ligou para a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) para avaliar o risco de uma crise de confiança no sistema financeiro e recebeu a resposta de que o caso do banco Marka não preocupava a Bolsa, o que, teoricamente, isentaria o BC de ajudar o Marka.
Mesmo assim, no dia 14, o BC acertou a venda de dólares a R$ 1,275 ao banco de Cacciola. Segundo Grossi, essa seria a quantia necessária para evitar a quebra sem deixar dinheiro sobrando. Cacciola afirma que houve sobra, mas menos que o suficiente para pagar as dívidas do banco.
No dia 15, Tereza Grossi pediu à BM&F uma carta relatando os problemas do Marka no mercado financeiro. Essa carta serviria para comprovar a necessidade de ajudar o banco.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
Leia também:
Juiz acata denúncia contra diretora do BC no caso Marka
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Depoimento de Cacciola ajudou a incriminar Grossi
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O depoimento do banqueiro Salvatore Cacciola foi um dos motivos que levou a Justiça a acatar a denúncia contra a diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi.
"Nota-se que é bastante frequente a menção ao nome de Tereza Grossi como sendo a pessoa com quem aquele acusado (Cacciola) tratou da ajuda ao banco Marka durante o tempo todo, dando a entender que a denunciada conhecia completamente o teor da operação que se projetava para tal finalidade, ainda que dependente de decisões superiores", diz o juiz da 6ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, Abel Fernandes Gomes, responsável pelo caso.
Na defesa prévia entregue ao juiz da 6ª Vara, os acusados alegam que apenas obedeceram às ordens de seus superiores. Mas segundo o juiz isso não isenta os réus de culpa.
"As respostas preliminares não foram capaz de superar os fatos, calcados em dez laudos periciais, depoimentos, documento, etc.", diz o juiz. "Resta apurar até que ponto ia a sua liberdade de agir."
Defesa prévia
O Ministério Público já havia denunciado Grossi e o consultor do BC Alexandre Pundek, no início de junho, no caso do socorro aos bancos Marka e FonteCindam.
O juiz aceitou a denúncia contra vários envolvidos, incluindo o ex-dono do Marka, Salvatore Cacciola, e o ex-presidente do BC Francisco Lopes. Mas por serem funcionários públicos, Grossi e Pundek tiveram direito de entregar uma defesa prévia.
Como o juiz entendeu que o conteúdo da defesa prévia não rebatia as acusações formuladas pelo MP, a partir de agora Grossi e Pundek passam a ser réus no processo.
Entenda a participação de Grossi
Tereza Grossi, então chefe interina do Departamento de Fiscalização, recebeu no dia 13 a visita de Salvatore Cacciola, dono do Banco Marka, que apostou que o real continuaria sobrevalorizado diante do dólar.
Na época, US$ 1 valia R$ 1,22. No dia 13, o BC aumentou o valor do dólar para R$ 1,32, o que quebrou o Marka. Cacciola queria que o BC lhe vendesse dólares pela cotação de R$ 1,25 para poder continuar a operar.
Grossi ligou para a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) para avaliar o risco de uma crise de confiança no sistema financeiro e recebeu a resposta de que o caso do banco Marka não preocupava a Bolsa, o que, teoricamente, isentaria o BC de ajudar o Marka.
Mesmo assim, no dia 14, o BC acertou a venda de dólares a R$ 1,275 ao banco de Cacciola. Segundo Grossi, essa seria a quantia necessária para evitar a quebra sem deixar dinheiro sobrando. Cacciola afirma que houve sobra, mas menos que o suficiente para pagar as dívidas do banco.
No dia 15, Tereza Grossi pediu à BM&F uma carta relatando os problemas do Marka no mercado financeiro. Essa carta serviria para comprovar a necessidade de ajudar o banco.
(Com informações da Folha de S. Paulo)
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