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11/03/2001
-
10h21
SABRINA PETRY
da Folha de S.Paulo, no Rio
Dois dos remédios que compõem o coquetel contra a Aids e que são patenteados no exterior pelos laboratórios Merck e Roche já estão sendo produzidos, para estudos, pela Far-Manguinhos (Instituto de Tecnologia em Fármacos), laboratório da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) _instituição vinculada ao Ministério da Saúde com sede no Rio.
De acordo com a diretora do laboratório, Eloan Pinheiro, os medicamentos Nevirapina 200 mg e Endinavir 400 mg _os dois únicos do coquetel contra o vírus HIV que são protegidos pela Lei de Patentes_ já estão sendo analisados pelos pesquisadores. O coquetel anti-Aids é composto por 12 remédios.
"O que estamos fazendo é a análise das matérias-primas desses medicamentos. O objetivo é descobrir a qualidade delas e conferir se o preço cobrado pelos laboratórios é justo", explica Pinheiro.
Com a análise em mãos, o Ministério da Saúde poderá tentar negociar preços mais baixos com os produtores desses remédios.
Segundo a diretora, o ministério só levará adiante a tentativa de quebrar a patente dos produtos caso enfrente muita resistência por parte dos laboratórios para diminuir os preços.
Atualmente, a Far-Manguinhos fabrica sete medicamentos que compõem o coquetel contra a doença, o que corresponde a 40% da produção total do país.
Os outros 60% vêm de outros laboratórios do governo (30%) e de centros de pesquisa do setor privado (30%).
A produção desses remédios pela Fiocruz começou em 1997 _junto com o desenvolvimento de outros antivirais_, a partir da análise de matérias-primas compradas do mercado não-patenteado, em países como China, Índia e Coréia.
"O mais difícil, ao contrário do que se pensa, não é descobrir a fórmula dos medicamentos, mas, sim, encontrar matéria-prima de qualidade, com os mesmos efeitos e com preços mais baixos", afirma Pinheiro.
A partir da fabricação nacional, o Ministério da Saúde conseguiu baixar em até 72% os preços dos medicamentos elaborados pelo laboratório da Fiocruz.
Além dos remédios que combatem a Aids, a Far-Manguinhos produz outros 55 medicamentos destinados ao tratamento da malária, hanseníase, hipertensão, diabetes, anemia, tuberculose e distúrbios psiquiátricos, entre outras doenças.
Ainda estão em fase de testes outros fármacos contra a doença de Chagas, tuberculose, toxoplasmose e hepatite B.
A área de pesquisa do laboratório _formada por uma equipe de 173 profissionais_ se concentra principalmente em produtos que têm complexidade tecnológica e interesse estratégico e que não possuem fabricantes no país.
Mais recentemente, a Far-Manguinhos começou a investir na diversificação da pesquisa e produção na área de produtos naturais, a partir de plantas cuja ação terapêutica já foi comprovada.
Anualmente, a Fiocruz produz 300 milhões de comprimidos, cápsulas e frascos de pomadas.
"Para este ano, a perspectiva é que se chegue a 850 milhões, mas o laboratório tem capacidade para produzir até 1 bilhão de remédios por ano", informa a diretora.
Fiocruz produz drogas do coquetel anti-Aids protegidas por patente
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Dois dos remédios que compõem o coquetel contra a Aids e que são patenteados no exterior pelos laboratórios Merck e Roche já estão sendo produzidos, para estudos, pela Far-Manguinhos (Instituto de Tecnologia em Fármacos), laboratório da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) _instituição vinculada ao Ministério da Saúde com sede no Rio.
De acordo com a diretora do laboratório, Eloan Pinheiro, os medicamentos Nevirapina 200 mg e Endinavir 400 mg _os dois únicos do coquetel contra o vírus HIV que são protegidos pela Lei de Patentes_ já estão sendo analisados pelos pesquisadores. O coquetel anti-Aids é composto por 12 remédios.
"O que estamos fazendo é a análise das matérias-primas desses medicamentos. O objetivo é descobrir a qualidade delas e conferir se o preço cobrado pelos laboratórios é justo", explica Pinheiro.
Com a análise em mãos, o Ministério da Saúde poderá tentar negociar preços mais baixos com os produtores desses remédios.
Segundo a diretora, o ministério só levará adiante a tentativa de quebrar a patente dos produtos caso enfrente muita resistência por parte dos laboratórios para diminuir os preços.
Atualmente, a Far-Manguinhos fabrica sete medicamentos que compõem o coquetel contra a doença, o que corresponde a 40% da produção total do país.
Os outros 60% vêm de outros laboratórios do governo (30%) e de centros de pesquisa do setor privado (30%).
A produção desses remédios pela Fiocruz começou em 1997 _junto com o desenvolvimento de outros antivirais_, a partir da análise de matérias-primas compradas do mercado não-patenteado, em países como China, Índia e Coréia.
"O mais difícil, ao contrário do que se pensa, não é descobrir a fórmula dos medicamentos, mas, sim, encontrar matéria-prima de qualidade, com os mesmos efeitos e com preços mais baixos", afirma Pinheiro.
A partir da fabricação nacional, o Ministério da Saúde conseguiu baixar em até 72% os preços dos medicamentos elaborados pelo laboratório da Fiocruz.
Além dos remédios que combatem a Aids, a Far-Manguinhos produz outros 55 medicamentos destinados ao tratamento da malária, hanseníase, hipertensão, diabetes, anemia, tuberculose e distúrbios psiquiátricos, entre outras doenças.
Ainda estão em fase de testes outros fármacos contra a doença de Chagas, tuberculose, toxoplasmose e hepatite B.
A área de pesquisa do laboratório _formada por uma equipe de 173 profissionais_ se concentra principalmente em produtos que têm complexidade tecnológica e interesse estratégico e que não possuem fabricantes no país.
Mais recentemente, a Far-Manguinhos começou a investir na diversificação da pesquisa e produção na área de produtos naturais, a partir de plantas cuja ação terapêutica já foi comprovada.
Anualmente, a Fiocruz produz 300 milhões de comprimidos, cápsulas e frascos de pomadas.
"Para este ano, a perspectiva é que se chegue a 850 milhões, mas o laboratório tem capacidade para produzir até 1 bilhão de remédios por ano", informa a diretora.
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