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24/03/2001
-
08h40
VIVALDO DE SOUSA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar de as medidas argentinas ferirem os princípios do Mercosul, a equipe econômica brasileira, que tem restrições teóricas a elas, as aceitou porque não quer contribuir para o agravamento da crise na economia do seu principal parceiro comercial no bloco econômico.
A adoção de alíquotas de importação fora da TEC (Tarifa Externa Comum) pela Argentina não acaba com o Mercosul, mas cria mais um obstáculo à consolidação desse acordo comercial. A decisão do governo brasileiro foi pragmática.
Não adiantava, neste momento, discutir os conceitos e os princípios que devem orientar a formação do Mercosul. Na reunião com os ministros brasileiros, Cavallo fez uma apresentação sobre o cenário político e econômico do seu país e deixou claro que as medidas que iria adotar eram imprescindíveis.
Principal país do bloco econômico, o Brasil não teria como deixar de apoiar a Argentina sob o risco de ver os efeitos da crise do seu vizinho respingar aqui nos próximos meses. Se a situação ficar mais tranquila lá, as coisas devem melhorar por aqui.
A decisão brasileira também é encarada pela equipe econômica como um gesto de retribuição à Argentina que, em 1997, concordou com a proposta brasileira de elevar em três pontos percentuais a TEC. Na época, a economia brasileira é que estava em crise.
Na última quarta-feira, Cavallo conversou por telefone com o ministro Pedro Malan (Fazenda), mas não deu detalhes das medidas que pretendia adotar.
Anteontem o chanceler argentino, Adalberto Rodriguez Giavarini, telefonou para o ministro Celso Lafer e disse que Cavallo gostaria de explicar pessoalmente suas propostas.
Principal parceiro comercial do Brasil no Mercosul, a Argentina é o segundo importador de produtos brasileiros _US$ 832 milhões nos dois primeiros meses deste ano e US$ 6,23 bilhões em 2000. Se a situação econômica e a recessão piorarem, as exportações brasileiras serão afetadas.
Nesse cenário pessimista, a situação da balança comercial brasileira _que já registra déficit de US$ 689 milhões neste ano_ ficaria pior. E essa piora teria reflexos sobre o dólar. Além disso, o agravamento da crise argentina poderia reduzir o fluxo de recursos estrangeiros para países emergentes.
Brasil aceita proposta para crise argentina não piorar
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
Apesar de as medidas argentinas ferirem os princípios do Mercosul, a equipe econômica brasileira, que tem restrições teóricas a elas, as aceitou porque não quer contribuir para o agravamento da crise na economia do seu principal parceiro comercial no bloco econômico.
A adoção de alíquotas de importação fora da TEC (Tarifa Externa Comum) pela Argentina não acaba com o Mercosul, mas cria mais um obstáculo à consolidação desse acordo comercial. A decisão do governo brasileiro foi pragmática.
Não adiantava, neste momento, discutir os conceitos e os princípios que devem orientar a formação do Mercosul. Na reunião com os ministros brasileiros, Cavallo fez uma apresentação sobre o cenário político e econômico do seu país e deixou claro que as medidas que iria adotar eram imprescindíveis.
Principal país do bloco econômico, o Brasil não teria como deixar de apoiar a Argentina sob o risco de ver os efeitos da crise do seu vizinho respingar aqui nos próximos meses. Se a situação ficar mais tranquila lá, as coisas devem melhorar por aqui.
A decisão brasileira também é encarada pela equipe econômica como um gesto de retribuição à Argentina que, em 1997, concordou com a proposta brasileira de elevar em três pontos percentuais a TEC. Na época, a economia brasileira é que estava em crise.
Na última quarta-feira, Cavallo conversou por telefone com o ministro Pedro Malan (Fazenda), mas não deu detalhes das medidas que pretendia adotar.
Anteontem o chanceler argentino, Adalberto Rodriguez Giavarini, telefonou para o ministro Celso Lafer e disse que Cavallo gostaria de explicar pessoalmente suas propostas.
Principal parceiro comercial do Brasil no Mercosul, a Argentina é o segundo importador de produtos brasileiros _US$ 832 milhões nos dois primeiros meses deste ano e US$ 6,23 bilhões em 2000. Se a situação econômica e a recessão piorarem, as exportações brasileiras serão afetadas.
Nesse cenário pessimista, a situação da balança comercial brasileira _que já registra déficit de US$ 689 milhões neste ano_ ficaria pior. E essa piora teria reflexos sobre o dólar. Além disso, o agravamento da crise argentina poderia reduzir o fluxo de recursos estrangeiros para países emergentes.
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