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13/06/2000
-
02h54
SERGIO TORRES, da Folha de S.Paulo
Oito funcionários graduados do BC (Banco Central) relataram à PF (Polícia Federal), em depoimentos oficiais, ter tentado mostrar à diretoria da instituição que o socorro governamental aos bancos Marka e FonteCindam seria extremamente prejudicial aos cofres públicos.
O segundo interrogatório desses oito funcionários é o trunfo do MPF (Ministério Público Federal) na tentativa de condenar as 13 pessoas denunciadas na semana passada sob a acusação de envolvimento no esquema que resultou na ajuda federal aos dois bancos.
Entre os denunciados estão o economista Francisco Lopes, ex-presidente do BC, e o banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, dono do Marka, que está preso.
Os oito funcionários do BC estão relacionados como testemunhas de acusação do inquérito, que desde a semana passada entrou na fase judicial -tramita na 6ª Vara Federal Criminal do Rio.
Outras nove pessoas constam da lista, entre elas o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Realizada em janeiro do ano passado, a ajuda do governo aos bancos Marka e FonteCindam resultou em um prejuízo aos cofres público estimado em R$ 1,6 bilhão.
Os depoimentos dos auditores e técnicos do BC demonstram que houve, por parte do quadro funcional da instituição, uma tentativa de reagir à concessão dos benefícios aos bancos.
O então chefe do Departamento de Fiscalização do BC no Rio, Abelardo Duarte Sobrinho, relata à PF que defendeu junto à direção do BC a liquidação do Marka caso os controladores não aportassem recursos para evitar essa providência, prevista na lei 6.024/74.
Procurado ontem pela Folha, Sobrinho, hoje gerente do Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros do BC, limitou-se a dizer que não se considera testemunha de acusação ou de defesa. "Sou uma testemunha da verdade", disse ele, que não quis dar entrevista.
Também defenderam a liquidação extrajudicial do Marka e do FonteCindam o então ex-subprocurador-geral do BC, Francisco José de Siqueira, e o consultor da Procuradoria Geral, Manoel Lucívio de Loiola. Siqueira, Loiola e o funcionário Vânio Cezar Aguiar estão na lista de testemunhas de acusação preparada pelo BC. Os três participaram da reunião ocorrida em Brasília na noite de 14 de janeiro em que ficou acertado o socorro aos bancos.
Da reunião, segundo o inquérito, participaram Cacciola e sua sócia, Cinthia Costa e Souza. Pelo BC, estiveram na reunião a atual diretora de Fiscalização,Tereza Grossi, e o assessor da presidência Alexandre Pundek. Por telefone, Cláudio Mauch, então diretor do BC, gerenciava a reunião. Tereza Grossi, Pundek e Mauch foram denunciados pelo MPF sob a acusação de envolvimento na ajuda aos bancos.
Também estão na lista de testemunhas de acusação preparada pelos procuradores Artur Gueiros, Bruno Acioli e Raquel Branquinho mais quatro funcionários do BC: Antônio Carlos Magalhães da Silva, José Ribamar Santos Barros, Paulo José Adenes Júnior e Henrique de Almirante Frid.
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Funcionários alertaram BC sobre risco de ajudar Marka e FonteCidam
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Oito funcionários graduados do BC (Banco Central) relataram à PF (Polícia Federal), em depoimentos oficiais, ter tentado mostrar à diretoria da instituição que o socorro governamental aos bancos Marka e FonteCindam seria extremamente prejudicial aos cofres públicos.
O segundo interrogatório desses oito funcionários é o trunfo do MPF (Ministério Público Federal) na tentativa de condenar as 13 pessoas denunciadas na semana passada sob a acusação de envolvimento no esquema que resultou na ajuda federal aos dois bancos.
Entre os denunciados estão o economista Francisco Lopes, ex-presidente do BC, e o banqueiro Salvatore Alberto Cacciola, dono do Marka, que está preso.
Os oito funcionários do BC estão relacionados como testemunhas de acusação do inquérito, que desde a semana passada entrou na fase judicial -tramita na 6ª Vara Federal Criminal do Rio.
Outras nove pessoas constam da lista, entre elas o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Realizada em janeiro do ano passado, a ajuda do governo aos bancos Marka e FonteCindam resultou em um prejuízo aos cofres público estimado em R$ 1,6 bilhão.
Os depoimentos dos auditores e técnicos do BC demonstram que houve, por parte do quadro funcional da instituição, uma tentativa de reagir à concessão dos benefícios aos bancos.
O então chefe do Departamento de Fiscalização do BC no Rio, Abelardo Duarte Sobrinho, relata à PF que defendeu junto à direção do BC a liquidação do Marka caso os controladores não aportassem recursos para evitar essa providência, prevista na lei 6.024/74.
Procurado ontem pela Folha, Sobrinho, hoje gerente do Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros do BC, limitou-se a dizer que não se considera testemunha de acusação ou de defesa. "Sou uma testemunha da verdade", disse ele, que não quis dar entrevista.
Também defenderam a liquidação extrajudicial do Marka e do FonteCindam o então ex-subprocurador-geral do BC, Francisco José de Siqueira, e o consultor da Procuradoria Geral, Manoel Lucívio de Loiola. Siqueira, Loiola e o funcionário Vânio Cezar Aguiar estão na lista de testemunhas de acusação preparada pelo BC. Os três participaram da reunião ocorrida em Brasília na noite de 14 de janeiro em que ficou acertado o socorro aos bancos.
Da reunião, segundo o inquérito, participaram Cacciola e sua sócia, Cinthia Costa e Souza. Pelo BC, estiveram na reunião a atual diretora de Fiscalização,Tereza Grossi, e o assessor da presidência Alexandre Pundek. Por telefone, Cláudio Mauch, então diretor do BC, gerenciava a reunião. Tereza Grossi, Pundek e Mauch foram denunciados pelo MPF sob a acusação de envolvimento na ajuda aos bancos.
Também estão na lista de testemunhas de acusação preparada pelos procuradores Artur Gueiros, Bruno Acioli e Raquel Branquinho mais quatro funcionários do BC: Antônio Carlos Magalhães da Silva, José Ribamar Santos Barros, Paulo José Adenes Júnior e Henrique de Almirante Frid.
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