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06/04/2001 - 20h07

Argentina impede entrada de brasileiros para manifestação anti-Alca

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre

Vinte e um ônibus brasileiros, com 600 pessoas que participariam da manifestação contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), em Buenos Aires, foram barrados na fronteira e impedidos de entrar no país pela polícia argentina, entre a noite de ontem e a madrugada de hoje.

Dezessete ficaram no município uruguaio de Paysandú (divisa com Colón, na Argentina) e quatro na divisa de Uruguaiana (Brasil) com Paso de los Libres (Argentina).

No grupo de Uruguaiana estava o presidente do PT gaúcho, Júlio Quadros, que equiparou o ato "ao período de exceção".

"Sem a Alca já estamos assim? Não somos cidadãos do Mercosul? E o livre trânsito? O trabalhador está à margem, não pode se manifestar? Fizeram-nos assinar documento de rechaço, fomos chamados de pseudo-turistas e detidos durante horas na aduana. Quem não assinou foi ameaçado de prisão."

Os manifestantes em Uruguaiana protestaram na frente do consulado argentino e se reuniram com o cônsul. Depois, fecharam a ponte entre os dois países por uma hora.

Em Porto Alegre, o presidente da comissão de direitos humanos da Assembléia Legislativa gaúcha, Roque Grazziotin (PT), enviou ofícios para a Embaixada da Argentina no Brasil e para o consulado na capital gaúcha, pedindo em vão que os manifestantes pudessem seguir a viagem.
A ação foi promovida pela polícia militarizada argentina, que pediu para alguns a apresentação de US$ 100. Isso comprovaria a condição de turista. Mesmo assim, ninguém pôde cruzar a fronteira.

A deputada estadual Luciana Genro (PT), filha do prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), foi de avião a Buenos Aires e participou do movimento.

Até o final da tarde de hoje, a Embaixada da Argentina no Brasil não havia recebido justificativas para a manifestação por parte do seu governo.

Opção por Buenos Aires
Os manifestantes detidos, organizados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) gaúcha, são estudantes, sindicalistas, trabalhadores e integrantes de partidos políticos brasileiros.

Eles optaram por ir a Buenos Aires em detrimento de outro protesto ocorrido anteontem, em Brasília, a favor da aprovação da CPI da corrupção. A CUT não enviou ônibus a Brasília.

"Fizemos essa opção devido à proximidade geográfica de Buenos Aires", disse o presidente regional da CUT, Quintino Severo. De Porto Alegre a Brasília são 2.027 quilômetros. Da capital gaúcha até Buenos Aires, 1.100.
 

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