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09/04/2001 - 20h45

FHC recebe propostas mas não revela modelagem de venda de Furnas

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PATRICIA ZIMMERMANN
JOÃO SANDRINI
da Folha Online, em Brasília e SP

O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu hoje as propostas para venda das ações de Furnas Centrais Elétricas. As propostas foram elaboradas pelo CND (Conselho Nacional de Desestatização) e pela própria empresa. A definição da modelagem de venda deverá ser divulgada nos próximos dias.

O ministro Alcides Tápias (Desenvolvimento) defendeu hoje em São Paulo que quem usar recursos do FGTS não deverá ter o desconto de 20% no preço que foi oferecido na venda de ações da Petrobras.

De acordo com o ministro, o desconto não será oferecido porque as ações da geradora estatal já estão baratas. "Já vamos vender baratinho. A tendência é que as ações se valorizem", disse o ministro.

Tápias confirmou que a venda da empresa deverá acontecer até março do ano que vem. Segundo ele, o cronograma de privatização é muito apertado para que o negócio ocorra antes de 12 meses.

Ainda de acordo com o ministro, a venda de ações da geradora estatal de forma pulverizada exigirá que a empresa tenha uma gestão empresarial. "O profissional que for gerir a empresa tem de apresentar projetos que conquistem o grande público para as pessoas tomarem a iniciativa de comprar as ações'', disse.

A equipe econômica defende a venda apenas da parte rentável, de geração de energia.

Uma parte do governo, ligada à estatal, defendia que fosse feita a venda da transmissão, para que o governo não se desfaça da parte lucrativa e fique gerindo a parte menos rentável.

Para vender a transmissão, seria necessário constituir duas empresas separadas -uma de geração e outra de transmissão- e vender as duas para a iniciativa privada.

Outra questão a ser decidida é se, após a venda pulverizada das ações, um grupo poderia comprar o controle da empresa no mercado. Parte do governo defendia uma cláusula que proíba a compra de ações por um mesmo grupo após a venda em Bolsa.

Outros integrantes do governo defendiam que nem todo o lote de ações fosse pulverizado, para que se criasse um grupo de controle nacional.
O governo ainda precisa definir se haverá ou não a obrigação de investimento por parte dos compradores.

A idéia inicial era que o comprador tivesse obrigação de investir, durante os cinco primeiros anos, o equivalente ao crescimento do mercado de energia no Brasil. Parte do governo _ ligada ao BNDES _ argumentava que isso poderia afastar alguns investidores.

Na semana passada o governo já havia decidido que os trabalhadores poderiam usar até 60% dos saldo do FGTS para compra das ações. Também ficou decidido que o governo teria uma golden share (fatia de controle), que permitirá ao Estado decidir sobre questões estratégicas da empresa, que serão definidas no acordo de acionistas.
 

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