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10/04/2001 - 08h00

Pressão política adia decisão de FHC sobre Furnas

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso adiou por pelo menos 15 dias a decisão sobre a forma de privatizar Furnas Centrais Elétricas, empresa que lucrou R$ 540 milhões no ano passado e é responsável por 43% do mercado da venda de energia no país.

Havia a expectativa de que FHC anunciasse ontem o cronograma e o modelo de venda de Furnas. Mas ele adiou a decisão por duas razões principais -uma política e outra técnica-financeira.

A Folha apurou que FHC está decidido a vender Furnas, mas ainda não se convenceu de qual seria a melhor fórmula. A idéia é escolher um modelo de privatização que possa propiciar ganhos políticos perante a sociedade antes da eleição presidencial do ano que vem.

FHC teme também que, no momento em que o país enfrenta uma crise energética, a venda de Furnas venha a se tornar um símbolo ruim contra a sua administração no ano que vem.

O presidente tenta, desde o ano passado, reduzir as resistências à venda de Furnas, principalmente de políticos mineiros. Ele também está convencido de que a área energética foi mal administrada durante seus dois mandatos e acredita que dificilmente a privatização trará melhorias imediatas ao setor, que enfrenta demanda crescente e oferta comprimida.

Ontem, FHC se reuniu por quase três horas com vários integrantes da equipe econômica, assessores palacianos e o presidente de Furnas, Luiz Carlos Santos -ex-ministro de Assuntos Políticos (96-98).

"Essa reunião ainda não terminou. O presidente vai analisar as diferentes propostas", disse o ministro Alcides Tápias (Desenvolvimento), logo após sair da reunião. Tápias foi escalado para ser o porta-voz oficial do encontro.

Também participaram da reunião com FHC os ministros Pedro Malan (Fazenda), José Jorge (Minas e Energia), Pedro Parente (Casa Civil) e Aloysio Nunes Ferreira (Secretaria Geral).

Entre os representantes de órgãos técnicos estavam no encontro o presidente do BNDES, Francisco Gros, e o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), José Mário Abdo.

Todos os presentes se declararam favoráveis à venda de Furnas, de forma pulverizada. O modelo de pulverização foi apresentado em maio do ano passado pelo presidente da estatal.

A venda pulverizada é semelhante ao modelo utilizado pela Grã-Bretanha nos anos 80, quando estava no poder a primeira-ministra Margaret Thatcher (do partido conservador). Trata-se de uma fórmula em que o governo incentiva a maior parcela possível da população a comprar ações.

A grande divergência técnica-financeira é sobre qual parte da empresa deve ser vendida: se apenas uma parte (a de geração de energia) ou a empresa completa (geração e transmissão).

  • Leia mais no especial sobre a Crise Energética
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