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17/04/2001
-
09h43
MARCELO BILLI
da Folha de S.Paulo
Os esforços do governo federal para incentivar a economia de energia elétrica terão um efeito colateral indesejável: o aumento das importações.
Uma das recomendações dos técnicos do governo aos consumidores residenciais é a troca das lâmpadas incandescentes pelas lâmpadas fluorescentes, que atualmente não são produzidas no Brasil.
Hoje, técnicos do governo se reunirão com representantes da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação) para discutir o programa de incentivo para a troca de lâmpadas, que deve incluir algum tipo de subsídio governamental.
Os fabricantes deverão cobrar do governo uma antiga reivindicação: a diminuição do imposto de importação de componentes, que, dizem os representantes da Abilux, viabilizaria a produção interna das lâmpadas fluorescentes compactas.
A Abilux ainda não informou o número de lâmpadas desse tipo importadas pelo Brasil. O crescimento das vendas no ano passado foi de cerca de 20%, segundo analistas. A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) não divulga dados sobre a importação do item. Segundo o órgão, as importações brasileiras de lâmpadas, tubos elétricos e faróis totalizaram US$ 111 milhões em 2000.
Para os consumidores, as lâmpadas, apesar de mais caras, podem ser uma boa opção de economia. Elas têm um preço salgado. O modelo compacto mais simples custa R$ 14. O preço médio de uma lâmpada incandescente é R$ 1,50. A diferença de preço, no entanto, é compensada pela economia no consumo de energia elétrica e pela durabilidade maior do modelo fluorescente.
A lâmpada fluorescente de R$ 14 dura cerca de 3.000 horas, três vezes mais que uma lâmpada incandescente equivalente, que tem uma vida útil de 750 horas.
A economia gerada por uma lâmpada fluorescente _no caso do modelo mais simples de R$ 14_ chega a R$ 31,50 em três anos. Do total, R$ 27 são economizados por conta do consumo menor de energia e R$ 4,50 por conta da maior durabilidade da lâmpada fluorescente, que não precisará ser trocada durante o período de três anos. Já o modelo incandescente deverá ser trocado três vezes.
Os cálculos foram feitos por técnicos ouvidos pela Folha de S.Paulo, que consideraram que as lâmpadas ficariam acesas três horas por dia.
Apesar de importante, o empenho dos consumidores residenciais para economizar energia não deve trazer muito alívio ao governo. A estimativa do professor Gilberto Jannuzzi, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), é de que o máximo que a campanha pode conseguir seria uma diminuição de 10% do consumo residencial. "Isso representa 2% de economia total", diz.
Para Jannuzzi, o governo deveria empenhar-se em campanhas de longo prazo e atacar focos de desperdício que não dependem dos consumidores.
Estudo feito pelo professor Jannuzzi mostra, por exemplo, que as geladeiras de 4 milhões de paulistanos desperdiçam, por ano, 41GWh, o que equivale ao consumo anual de 15 mil residências.
O problema ocorre porque parte da rede de energia da cidade de São Paulo trabalha com o sistema de 120 volts e o padrão nacional é de 127 volts. "Todos os demais aparelhos elétricos perdem eficiência e consomem mais. O governo deveria cobrar das empresas responsáveis a adaptação da rede", diz o professor.
Troca de lâmpadas aumenta importações
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da Folha de S.Paulo
Os esforços do governo federal para incentivar a economia de energia elétrica terão um efeito colateral indesejável: o aumento das importações.
Uma das recomendações dos técnicos do governo aos consumidores residenciais é a troca das lâmpadas incandescentes pelas lâmpadas fluorescentes, que atualmente não são produzidas no Brasil.
Hoje, técnicos do governo se reunirão com representantes da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação) para discutir o programa de incentivo para a troca de lâmpadas, que deve incluir algum tipo de subsídio governamental.
Os fabricantes deverão cobrar do governo uma antiga reivindicação: a diminuição do imposto de importação de componentes, que, dizem os representantes da Abilux, viabilizaria a produção interna das lâmpadas fluorescentes compactas.
A Abilux ainda não informou o número de lâmpadas desse tipo importadas pelo Brasil. O crescimento das vendas no ano passado foi de cerca de 20%, segundo analistas. A Secex (Secretaria de Comércio Exterior) não divulga dados sobre a importação do item. Segundo o órgão, as importações brasileiras de lâmpadas, tubos elétricos e faróis totalizaram US$ 111 milhões em 2000.
Para os consumidores, as lâmpadas, apesar de mais caras, podem ser uma boa opção de economia. Elas têm um preço salgado. O modelo compacto mais simples custa R$ 14. O preço médio de uma lâmpada incandescente é R$ 1,50. A diferença de preço, no entanto, é compensada pela economia no consumo de energia elétrica e pela durabilidade maior do modelo fluorescente.
A lâmpada fluorescente de R$ 14 dura cerca de 3.000 horas, três vezes mais que uma lâmpada incandescente equivalente, que tem uma vida útil de 750 horas.
A economia gerada por uma lâmpada fluorescente _no caso do modelo mais simples de R$ 14_ chega a R$ 31,50 em três anos. Do total, R$ 27 são economizados por conta do consumo menor de energia e R$ 4,50 por conta da maior durabilidade da lâmpada fluorescente, que não precisará ser trocada durante o período de três anos. Já o modelo incandescente deverá ser trocado três vezes.
Os cálculos foram feitos por técnicos ouvidos pela Folha de S.Paulo, que consideraram que as lâmpadas ficariam acesas três horas por dia.
Apesar de importante, o empenho dos consumidores residenciais para economizar energia não deve trazer muito alívio ao governo. A estimativa do professor Gilberto Jannuzzi, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), é de que o máximo que a campanha pode conseguir seria uma diminuição de 10% do consumo residencial. "Isso representa 2% de economia total", diz.
Para Jannuzzi, o governo deveria empenhar-se em campanhas de longo prazo e atacar focos de desperdício que não dependem dos consumidores.
Estudo feito pelo professor Jannuzzi mostra, por exemplo, que as geladeiras de 4 milhões de paulistanos desperdiçam, por ano, 41GWh, o que equivale ao consumo anual de 15 mil residências.
O problema ocorre porque parte da rede de energia da cidade de São Paulo trabalha com o sistema de 120 volts e o padrão nacional é de 127 volts. "Todos os demais aparelhos elétricos perdem eficiência e consomem mais. O governo deveria cobrar das empresas responsáveis a adaptação da rede", diz o professor.
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