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19/04/2001 - 08h55

Racionamento de energia no Nordeste é inevitável

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GUILHERME BARROS, da Folha de S.Paulo

O governo federal considera inevitável o racionamento de energia no Nordeste. Já no Sudeste, a conclusão dos técnicos é que há meios de evitar o racionamento. A decisão de racionamento no Nordeste deve ser anunciada nos próximos dias. A conclusão dos técnicos é que quanto mais tempo o governo demorar a tomar a decisão, mais fortes terão que ser as medidas de racionamento no Nordeste.

O problema é que no Nordeste não há tantas opções para contornar a crise como no Sudeste. No Nordeste, a dependência das chuvas nas cabeceiras do rio São Francisco era muito grande, e elas não aconteceram. O pior é que não há mais esperanças de que chova na região.

Já no Sudeste, há muito mais recursos, como a de aumentar a geração da usina hidrelétrica de Henry Borden, em São Paulo. A Folha apurou que o governo considera que os problemas ambientais que impediam o aumento de geração da usina de Henry Borden são considerados contornáveis.

Também é praticamente consenso no governo que dificilmente a campanha publicitária iniciada ontem de racionalização da energia irá conseguir o corte de 15% no consumo de energia exigido para contornar a crise do Nordeste. O brasileiro não está acostumado a economizar energia.

O nível dos reservatórios no Nordeste está na faixa de 34,6%, quando deveria estar na casa dos 50%. A situação é tão crítica que a usina de Tucuruí, que mandava 500 MW para o Nordeste e outros 500 MW para o Sudeste, hoje já não está mandando mais para o Sudeste. Os 1.000 MW estão sendo enviados para o Nordeste.

Ontem, a Aneel divulgou, em audiência pública na Câmara dos Deputados, balanço do plano de racionalização do uso da energia. De acordo com informações da agência, 15 medidas das 33 anunciadas já estão prontas para serem adotadas.

Dessas, no entanto, apenas quatro já estão em andamento: campanha para reduzir o consumo residencial, programa de diminuição em 15% dos gastos com energia em prédios públicos, possibilidade de a indústria vender para as distribuidoras a energia contratada e não consumida e ampliação dos recursos para a troca de lâmpadas para a população de baixa renda.

De acordo o diretor-geral da Aneel, José Mário Abdo, uma das medidas que já foi viabilizada é a ampliação na geração das usinas de Cuiabá
(termelétrica a óleo combustível), Itaipu, Porto Primavera e Boa Esperança. A soma da energia que poderá ser produzida a mais por essas usinas é de 2.265 megawatts médios em sete meses.

Outra medida do plano anunciada como viável pela Aneel é a antecipação em um mês do conserto de um transformador que irá aumentar a capacidade de transmissão de energia entre a usina de Itaipu e São Paulo. O acréscimo na transmissão seria de 2.000 megawatts em dois meses.

Outras medidas importantes do plano, no entanto, continuam no papel e ainda não foram consideradas viáveis pela agência.

É o caso, por exemplo, do aumento da geração das usinas de Ilha Solteira e Henry Borden que, juntas, poderiam somar mais 5.300 megawatts em sete meses. Aumentar a geração em Ilha Solteira causa problemas de navegação e a usina de Henry Borden não pode gerar mais por problemas ambientais.
 

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