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22/04/2001
-
09h12
CLAUDIA ROLLI, da Folha de S.Paulo
Para atrair 1 milhão de trabalhadores ao 1º de Maio deste ano, a Força Sindical profissionalizou a festa e vendeu espaço publicitário para aqueles que no dia-a-dia estão sempre do outro lado da luta: os patrões.
Estimado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, o evento, que deve durar oito horas na praça Campo de Bagatelle, terá sorteio de dez carros, cinco apartamentos, shows de artistas populares -como Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho e Xororó, entre outros- e várias estações de serviços gratuitos para o trabalhador.
A cota de patrocínio varia de R$ 5.000 a R$ 300 mil, dependendo do espaço publicitário escolhido. Palco, laterais, balão publicitário e comerciais nos dez telões de alta resolução instalados no local da festa -os mesmos do Rock in Rio- foram comercializados para garantir o orçamento.
Empresas como Brahma, Embraer, Telefônica, Petrobras, GM (General Motors) e CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) já compraram, segundo a central sindical, as cotas máximas.
"Participar da festa é um bom negócio. Os produtos são expostos para 1 milhão de pessoas. Há diversas faixas e classes sociais, que permitem a propaganda de vários produtos da nossa marca", disse o diretor de comunicação da GM, Luiz Cesar Fanfa.
Parte dos custos também será paga com a venda de propaganda para entidades sindicais ligadas à Força, com taxas que variam de R$ 7.500 a R$ 30 mil. Quarenta sindicatos já pagaram para participar do evento deste ano.
"O trabalhador não quer só política, só protesto. O 1º de Maio tem de ter lazer, ser uma festa. Estamos resgatando a história do movimento sindical. Os anarquistas faziam bingos, sorteavam frango. Por que o trabalhador não pode ter direito a um show, a ver seu artista predileto?", pergunta o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
"Baú da felicidade"
A CUT critica a posição da rival e afirma que não pretende fazer "baú da felicidade". "A Força Sindical mais parece uma empresa de arrecadação de fundos do que uma central que representa os trabalhadores. Qualquer atividade tem de gerar lucro", disse o presidente da CUT, João Felício.
Mais modesta, a central pretende reunir 100 mil pessoas em um protesto "contra o governo FHC, contra o confisco do FGTS, em favor da cidadania, de melhores salários e de mais empregos". Segundo Felício, a CUT deverá intensificar, durante o ato, a coleta de assinaturas no abaixo-assinado que pede a instalação da CPI contra a corrupção.
O palco para o protesto cutista, realizado em parceria com o Fórum Nacional de Lutas (reúne entidades como o MST, partidos políticos e organizações estudantis), será o vale do Anhangabaú. Haverá shows com Frank Aguiar, Claudinho & Buchecha e Fundo de Quintal. O custo é estimado em R$ 150 mil e será bancado pela CUT e pelas entidades do Fórum Nacional de Lutas.
Trabalhador informal
A SDS (Social Democracia Sindical) vai aproveitar o 1º de Maio para encaminhar um projeto de lei ao governo para pedir políticas públicas e benefícios previdenciários para quem trabalha sem registro em carteira.
A central também vai fazer uma festa para 100 mil pessoas com artistas populares no Rio de Janeiro. O custo está estimado em R$ 150 mil.
Patrão banca festa de R$ 1,8 mi da Força no dia 1º de Maio
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Para atrair 1 milhão de trabalhadores ao 1º de Maio deste ano, a Força Sindical profissionalizou a festa e vendeu espaço publicitário para aqueles que no dia-a-dia estão sempre do outro lado da luta: os patrões.
Estimado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão, o evento, que deve durar oito horas na praça Campo de Bagatelle, terá sorteio de dez carros, cinco apartamentos, shows de artistas populares -como Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho e Xororó, entre outros- e várias estações de serviços gratuitos para o trabalhador.
A cota de patrocínio varia de R$ 5.000 a R$ 300 mil, dependendo do espaço publicitário escolhido. Palco, laterais, balão publicitário e comerciais nos dez telões de alta resolução instalados no local da festa -os mesmos do Rock in Rio- foram comercializados para garantir o orçamento.
Empresas como Brahma, Embraer, Telefônica, Petrobras, GM (General Motors) e CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) já compraram, segundo a central sindical, as cotas máximas.
"Participar da festa é um bom negócio. Os produtos são expostos para 1 milhão de pessoas. Há diversas faixas e classes sociais, que permitem a propaganda de vários produtos da nossa marca", disse o diretor de comunicação da GM, Luiz Cesar Fanfa.
Parte dos custos também será paga com a venda de propaganda para entidades sindicais ligadas à Força, com taxas que variam de R$ 7.500 a R$ 30 mil. Quarenta sindicatos já pagaram para participar do evento deste ano.
"O trabalhador não quer só política, só protesto. O 1º de Maio tem de ter lazer, ser uma festa. Estamos resgatando a história do movimento sindical. Os anarquistas faziam bingos, sorteavam frango. Por que o trabalhador não pode ter direito a um show, a ver seu artista predileto?", pergunta o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
"Baú da felicidade"
A CUT critica a posição da rival e afirma que não pretende fazer "baú da felicidade". "A Força Sindical mais parece uma empresa de arrecadação de fundos do que uma central que representa os trabalhadores. Qualquer atividade tem de gerar lucro", disse o presidente da CUT, João Felício.
Mais modesta, a central pretende reunir 100 mil pessoas em um protesto "contra o governo FHC, contra o confisco do FGTS, em favor da cidadania, de melhores salários e de mais empregos". Segundo Felício, a CUT deverá intensificar, durante o ato, a coleta de assinaturas no abaixo-assinado que pede a instalação da CPI contra a corrupção.
O palco para o protesto cutista, realizado em parceria com o Fórum Nacional de Lutas (reúne entidades como o MST, partidos políticos e organizações estudantis), será o vale do Anhangabaú. Haverá shows com Frank Aguiar, Claudinho & Buchecha e Fundo de Quintal. O custo é estimado em R$ 150 mil e será bancado pela CUT e pelas entidades do Fórum Nacional de Lutas.
Trabalhador informal
A SDS (Social Democracia Sindical) vai aproveitar o 1º de Maio para encaminhar um projeto de lei ao governo para pedir políticas públicas e benefícios previdenciários para quem trabalha sem registro em carteira.
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