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23/04/2001 - 11h05

Volatilidade econômica é lucrativa para derivativos

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ISABEL CAMPOS, do Folhainvest

Nas últimas semanas, as altas oscilações dos mercados de juros, câmbio e Bolsa têm deixado muitos investidores aflitos. Em compensação, têm proporcionado boas oportunidades de ganho para alguns gestores de fundos derivativos.

Como pode ser observado na tabela abaixo, preparada pelo site financeiro Agrif, alguns deles estão com rentabilidade, no ano, bem superior ao ganho médio da categoria, que está em 3,40% (até o dia 19/4).

Os derivativos são fundos que podem operar nos mercados à vista e futuro de juros, câmbio, Bolsa e commodities agrícolas. Dependendo do seu regulamento, o gestor pode ter liberdade total ou parcial para aplicar em um ou outro mercado e fazer operações alavancadas. Isto é, arriscar valores superiores ao seu patrimônio.

Esses fundos são indicados para quem tem perfil agressivo e visão de longo prazo. As oscilações podem ser altas e, dependendo do caso, o investidor pode ser chamado para cobrir algum prejuízo.

Como explica Alexandre Rezende, um dos gestores da Latinvest Asset Management, quanto maior a volatilidade (oscilação) dos ativos, maiores são as oportunidades de lucro, mas de prejuízo também. É por isso que em momentos como o atual há derivativos com retorno acumulado acima de 8% e outros com queda superior a 5%. "O ganho depende da capacidade do gestor para operar as distorções e gerenciar o risco", diz Marcos Antônio Mollica, gestor de fundos da Fator Administração de Recursos.

O Latinvest Netuno Verde, que, até o dia 19 de abril, acumulava ganho de 13,38%, tem garantido sua boa performance no período com operações com futuros de DI e câmbio. "Conforme nosso regulamento, estamos sempre 100% "comprados" em futuro de dólar. Com isso temos conseguido ganhar toda a alta da moeda americana nas últimas semanas", conta Rezende.

Outra estratégia adotada no período foi fazer operações com contratos
futuros de DI de vencimento no curto prazo. "Estamos evitando prazos mais longos, pois a volatilidade está muito alta e não queremos que as cotas tenham muitas oscilações", afirma Rezende. O Netuno Verde ainda investiu um pequeno percentual do seu patrimônio em ações que acabaram tendo bom desempenho neste ano, como Embratel ON e Brasil Telecon ON.

O Hedging-Griffo Verde também ganhou com posições em dólar. Esse fundo, diz Luis Stuhlberger, seu gestor e diretor da Hedging-Griffo Asset Management, pode investir em renda fixa, ações, "bradies" (títulos antigos da dívida externa), câmbio e juros, respeitados alguns limites.

Segundo Stuhlberger, de setembro até o fim de março deste ano, o Verde, bem como outros fundos derivativos da Hedging-Griffo, ficou basicamente em posições "compradas" de dólar, na expectativa de que ele subisse, como realmente ocorreu. A partir de então, migrou para operações atrelados ao CDI (Certificado de Depósitos Interbancários). "O Verde também está com 20% do seu patrimônio em ações", acrescenta o gestor.

Já o Fator Linear Tiger adotou uma outra estratégia vencedora no início deste ano para garantir o ganho, até agora, de 8,34%. De acordo com Mollica, quando o mercado futuro de DI, há algumas semanas, ficou muito nervoso e puxou para cima as projeções dos juros, a equipe da Fator achou que havia um exagero na alta e apostou que as taxas recuariam, como acabou acontecendo.

Outra operação rentável do Tiger foi entrar no mercado futuro de Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo), quando o índice ficou na faixa de 13.500. "Era muito baixo e julgamos que a Bolsa iria se recuperar", conta Mollica. Todas foram operações de poucos dias.
 

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