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23/04/2001 - 19h12

Plano de cotas de energia prejudica mais residências do que indústria

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HUMBERTO MEDINA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O plano de racionamento de energia elétrica do governo federal irá prejudicar mais o consumidor residencial do que a indústria e o comércio. A decisão é que, se a medida tiver de ser adotada, será de 20% no consumo residencial. Indústria e comércio economizariam entre 12% e 15%.

O plano do governo prevê adoção de um sistema de cotas de consumo e, se isso não der certo, corte de energia elétrica. O sistema será aplicado nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste a partir de junho, caso o plano de racionalização do uso de energia elétrica não seja suficiente para evitar colapso de abastecimento.

O governo considera muito provável a adoção do racionamento. Hoje, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Gonzaga Perazzo, disse que "a probabilidade de racionamento é muito forte".

Segundo ele, o governo "não poderia ficar de braços cruzados" e, por isso, está finalizando o plano que prevê racionamento por meio de sistema de cotas. Ainda não está definido se a cota será fixada de acordo com a média de consumo individual ou coletivo.

O sistema de cotas de consumo ainda está sendo finalizado pelo Ministério de Minas e Energia e demora de 30 a 45 dias para ser implementado.

Quem consumir além da cota paga tarifa dobrada pela energia excedente. O governo estuda uma maneira de premiar quem consumir menos do que a cota.

O sistema de cotas já foi usado no Brasil, em 1987, quando houve racionamento de energia na região Nordeste. Na avaliação técnica do Ministério de Minas e Energia, no entanto, esse sistema só é suficiente para a necessidade de economizar até 20%.

A partir daí seria preciso cortar o fornecimento. Atualmente a necessidade de corte no consumo está em torno de 15%. Em caso de corte de fornecimento, o governo já definiu as prioridades.

Além do gasto supérfluo (iluminação de monumentos, por exemplo), a energia será cortada primeiro nos prédios públicos que prestam serviços não-essenciais, residências e em seguida no comércio e serviço, depois indústria e a área rural.

Se esses cortes não forem necessários, instituições militares seriam atingidas e, por último, serviços essenciais.

O ministro José Jorge (Minas e Energia) estará amanhã em São Paulo para conversar com o governador do Estado, Geraldo Alckmin, e com o secretário de Energia, Mauro Arce. O ministro pedirá empenho para que a usina hidroelétrica de Henry Borden seja liberada para gerar mais energia.

O aumento na capacidade de geração desta usina poderia proporcionar mais 360 megawatts médios em sete meses.

A usina de Henry Borden, no entanto, tem restrições ambientais para gerar mais.
 

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